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09/12/2012

O Espírito Santo configura-nos com Cristo


A Missa é comprida, dizes, e eu acrescento: porque o teu amor é curto. (Caminho, 529)

A Santa Missa situa-nos deste modo perante os mistérios primordiais da fé, porque se trata da própria doação da Trindade à Igreja. Compreende-se assim que a Missa seja o Centro e a raiz da vida espiritual do cristão. É o fim de todos os sacramentos. Na Santa Missa, a vida da graça encaminha-se para a sua plenitude, que foi depositada em nós pelo Baptismo, e que cresce, fortalecida pela Confirmação. Quando participamos na Eucaristia, escreve S. Cirilo de Jerusalém, experimentamos a espiritualização deificante do Espírito Santo, que além de nos configurar com Cristo, como sucede no Baptismo, nos cristifica integralmente, associando-nos à plenitude de Cristo Jesus.

A efusão do Espírito Santo, na medida em que nos cristifica, leva-nos a reconhecer como filhos de Deus. O Paráclito, que é caridade, ensina-nos a fundir com essa virtude toda a vida. Por isso, feitos uma só coisa com Cristo, consummati in unum, podemos ser entre os homens o que Santo Agostinho afirma da Eucaristia: sinal de unidade, vínculo de Amor. (Cristo que passa, 87).

Evangelho do dia e comentário

ADVENTO SEMANA II


EVANGELHO: Lc 3, 1-6

1 No ano décimo quinto do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, Filipe, seu irmão, tetrarca da Itureia e da província da Traconítide, Lisânias tetrarca da Abilena 2 sendo pontífices Anás e Caifás, o Senhor falou a João, filho de Zacarias, no deserto. 3 E ele foi por toda a região do Jordão, pregando o baptismo de penitência para a remissão dos pecados, 4 como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; 5 todo o vale será terraplanado, todo o monte e colina serão arrasados, os caminhos tortuosos tornar-se-ão direitos, os escabrosos planos;6 e todo o homem verá a salvação de Deus”.

Comentário:

Com a ‘precisão’ que lhe é característica, S. Lucas identifica e situa perfeitamente os a acontecimentos que narra.
O Evangelho é, de facto, uma história, a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO, que Jesus Cristo trouxe ao mundo e, como tal não poderia ser proposta às gentes que não de uma forma absolutamente credível e ‘verificável’.
São acontecimentos relevantes que nos vão levando, passo a passo, a acompanhar a vida de Jesus entre nós, as circunstâncias em que disse e fez as suas obras, os milagres, os conselhos, advertências, avisos.
Devemos lê-los e, com certeza o faremos diariamente, uma e outra vez, fugindo à tentação de pensar: ‘isto já conheço!’.
A experiência de muitas pessoas com vidas longas e cheias diz-nos que sempre se descobre algo novo num trecho do Evangelho que lemos pela enésima vez. Talvez uma palavra, uma expressão ou gesto que ressalta como autêntica novidade.

Seria uma pena se desperdiçássemos tamanha ventura!

(ama, comentário sobre Lc 3, 1-6, 2012.11.20)

Leitura espiritual para 09 Dez 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

CULTIVAR A FÉ 19


O rosto de Jesus
…2

Talvez oiçamos aquele aviso de São Josemaria: Esse Cristo, que tu vês, não é Jesus. – Pode ser, quando muito, a triste imagem que podem formar os teus olhos turvos... – Purifica-te. Clarifica o teu olhar com a humildade e a penitência. Depois... não te hão-de falta as luzes límpidas do Amor. E terás uma visão perfeita. A tua imagem será realmente a sua: Ele! 

Os Evangelhos aludem, em diversas ocasiões ao olhar de Jesus Cristo. Um olhar benévolo e afetuoso, comovedor e comovido, um olhar profundamente conhecedor, que penetra a intimidade, um olhar que ensina e corrige, que move ao arrependimento e chega a provocar um ímpeto de generosidade.

Talvez tenhamos procurado muitas vezes representá-lo na nossa oração, com a intenção de descobrir como podemos encontrá-lo e fazê-lo presente na nossa vida corrente. Alguns personagens que se cruzam com Jesus nas horas da Paixão talvez nos possam ajudar a avançar na concretização deste desejo.

No caminho da Cruz três pessoas têm uma particular relação com o rosto de Cristo; só duas o procuram, mas três encontram-no. Das três podemos aprender; cada uma delas sugere um ensinamento diferente sobre o modo de dar forma ao desejo de ver o rosto de Jesus. 

j. diéguez, 2011.12.20

Nota: Revisão da tradução portuguesa por AMA.

Tratado da bem-aventurança 05


Questão 1: Do fim último do homem.

Art. 5 — Se é possível à vontade de um mesmo homem buscar simultaneamente vários fins últimos.



O quinto discute-se assim. — Parece impossível à vontade de um mesmo homem buscar simultaneamente vários fins últimos.





A experiência da dor 7


Profissionais em contacto com a dor

Não é fácil enfrentar a situação de pessoas que sofrem diariamente e, ao mesmo tempo, manter um interesse vivo pelos seus problemas e tristezas. Nestas circunstâncias existe o risco de manusear a dor de maneira anónima, procurando aliviar falsamente a atmosfera em que os profissionais da medicina devem viver diariamente.

Podem encontrar-se enfermeiros muito competentes para quem a dor já não afeta profundamente. Em lugar de ver o doente como um ser humano, com uma visão integral das suas necessidades, centram a sua preocupação no que se requer para responder às necessidades clínicas da pessoa.

Os médicos encontram-se também frequentemente em risco de considerar os doentes de um ponto de vista meramente pragmático, limitando a sua atenção ao diagnóstico e às opções terapêuticas.

Aparte o contacto com o doente durante as etapas de diagnóstico e planeamento de tratamento, os médicos são invisíveis, absorvidos por actividades administrativas, cursos, consultas com colegas e conferências.

As palavras do Fundador do Opus Dei a um cirurgião ortopédico são significativas. O médico perguntou-lhe como era possível evitar a rotina na sua profissão: «Vive na presença de Deus, como seguramente já fazes. Ontem visitei uma pessoa doente a quem amo com todo o meu coração de pai, e entendo o grande trabalho sacerdotal que vós, médicos, fazeis. Mas não fiques orgulhoso com isto, porque toda a gente tem alma sacerdotal! Necessitais de pôr em prática a vossa alma sacerdotal! Quando lavas as mãos, quando usas a tua bata branca, quando pões as luvas, pensa em Deus e no Seu sacerdócio real, a que São Pedro se refere. Só assim evitarás a rotina no trabalho. Farás bem ao corpo e também à alma» [i].

O trabalho dos médicos e dos enfermeiros é uma realização ininterrupta e intangível daquele que levou a cabo Nosso Senhor durante a Sua vida na terra. Os Seus milagres demonstram-no: os cegos viam; os mudos falavam; os surdos ouviam; os coxos andavam. Curou os epiléticos e os leprosos, e inclusivamente ressuscitou mortos.

p. binetti, 2012.09.07



[i] Cfr. G. HERRANZ, "Sem medo à vida" …, cit., pp. 158-159.