Páginas

06/12/2012

Evangelho do dia e comentário

Advento Semana I


EVANGELHOMt 7, 21. 24-27



21 «Nem todo o que Me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos Céus, mas só o que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus.
24 «Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as observa será semelhante ao homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha. 25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava fundada sobre rocha. 26 Todo aquele que ouve estas Minhas palavras e não as pratica será semelhante a um homem insensato que edificou a sua casa sobre areia. 27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína».

Comentário:

De certa forma, este trecho do Evangelho, aborda o tema da presunção de salvação, que é, concretamente presumir-se com 'direito' ao prémio da vida eterna porque praticar determinados actos ou levar a cabo acções que dão acesso a esse 'crédito'

Engano!

Deus além de não precisar para nada do quer que façamos, julga conforme o espírito, que conhece, e não pelas aparências que evidenciamos

(ama, comentário sobre Mt 7, 21-27, 2012.06.28)

Leitura espiritual para 06 Dez 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

Tratado da bem-aventurança 02




Questão 1: Do fim último do homem.

Art. 2 — Se agir para um fim é próprio da natureza racional.



(Infra. q. 12, a . 5, II Cont. Gent., cap. XXIII, cap. I, II, XVI, De Pot., q. 1 a .5, q. 3, a . 15, V Metaph., lect. XVI).

O segundo discute-se assim. — Parece que agir para um fim é próprio da natureza racional.



Tu, sempre tu, sempre o que é ‘teu’


Egoísta! – Tu, sempre tu, sempre o que é "teu". – Pareces incapaz de sentir a fraternidade de Cristo: nos outros, não vês irmãos; vês "degraus". Pressinto o teu rotundo fracasso. – E, quando te tiveres afundado, quererás que tenham para contigo a caridade que agora não queres ter. (Caminho, 31)

Repito-vos com S. Paulo: ainda que eu falasse as línguas dos homens e a linguagem dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que tine. E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e possuísse toda a ciência, e tivesse toda a fé, de modo a mover montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada me aproveita.

Perante estas palavras do Apóstolo dos gentios, não faltam os que se assemelham àqueles discípulos de Cristo, que, ao anunciar-lhes Nosso Senhor o Sacramento da sua Carne e do seu Sangue, comentaram: – É dura esta doutrina; quem a pode escutar?. É dura, sim. Porque a caridade que o Apóstolo descreve não se limita à filantropia, ao humanitarismo ou à natural comiseração pelo sofrimento alheio; exige a prática da virtude teologal do amor a Deus e do amor, por Deus, aos outros. (Amigos de Deus, 235)

CULTIVAR A FÉ 16


Uma pedagogia da fé na família - a propósito de alguns ensinamentos de S. Josemaria …/11

Educação para a santidade.

As virtudes humanas.

Outro aspecto central da orientação que Josemaria dá à formação cristã é a importância atribuída às virtudes humanas. Gostava de empregar o adjectivo humanas para sublinhar que se tratam de hábitos que honram a pessoa que os tem, que estão na base do comportamento livre e que “alguns têm, mesmo sem conhecer Cristo”
[i].

Neste mundo, muitos não privam com Deus; são criaturas que talvez não tenham tido ocasião de ouvir a palavra divina ou que a esqueceram. Mas as suas disposições são humanamente sinceras, leais, compassivas, honradas. Atrevo-me a afirmar que quem reúne essas condições está a ponto de ser generoso com Deus, porque as virtudes humanas constituem o fundamento das sobrenaturais
[ii].

Consequentemente, para a actuação cristã as virtudes humanas e as sobrenaturais exigem-se reciprocamente, sendo as primeiras a base das segundas. É difícil exercitar, por exemplo, a fortaleza sobrenatural se humanamente faltam os hábitos de domínio de si próprio, ou a prudência cristã se naturalmente se é leviano.

Por outro lado, as virtudes humanas, num cristão, convertem-se em sobrenaturais quando são vivificadas pela caridade e podem ser desenvolvidas com a ajuda da graça divina
[iii]. Para a formação das virtudes na vida familiar há que ter presente que, como adverte o Romano Pontífice, “por uma espécie de osmose, os filhos incorporam às suas vidas e à sua personalidade aquilo que respiram no ambiente do lar, como fruto das virtudes que os pais cultivaram nas suas próprias vidas. O melhor modo de esculpir as virtudes no coração dos filhos é oferecer-lhas gravadas na vida dos pais. Virtudes humanas e virtudes cristãs, em harmoniosa e forte unidade, tornam amável o ideal contemplado nos pais, e estimulam os filhos a empreender a sua conquista” [iv].

Uma vida virtuosa é atraente. Mas S. Josemaria reconhecia que entre os cristãos nem sempre é assim.

“Talvez tenhais observado (…) tantos e tantos que se dizem cristãos – porque foram baptizados e recebem outros Sacramentos –, mas que se mostram desleais, mentirosos, insinceros, orgulhosos... E caem de repente. Parecem estrelas que brilham durante alguns momentos no céu e, de súbito, despenham-se irremediavelmente. Se aceitarmos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, saberemos que Ele quer que sejamos muito humanos. A cabeça pode tocar o céu, mas os pés assentam na terra, com segurança. O preço de se viver cristãmente não é nem deixar de ser homem nem abdicar do esforço por adquirir essas virtudes que alguns têm, mesmo sem conhecerem Cristo. O preço de todo o cristão é o Sangue redentor de Nosso Senhor, que nos quer – insisto – muito humanos e muito divinos, com o empenho diário de O imitar, pois é perfectus Deus, perfectus homo
[v].

michele dolz, publicado em Romana, n. 32 (2001), 2011.09.12

Nota: Revisão gráfica por ama.



[i] S. Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 75.
[ii] S. Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 74.
[iii] “Não basta essa capacidade pessoal: ninguém se salva sem a graça de Cristo” (S. Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 75).
[iv] João Paulo II, Discurso aos participantes na IV Assembleia geral do Conselho Pontifício para a Família, sobre o tema: O sacramento do matrimónio e a missão educativa, 10-X-1986, n. 5; AAS 79 (1987) 286-290.
[v] S. Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 75.

A experiência da dor 4


A interacção mútua entre a dor e o amor

Actualmente, a incapacidade para enfrentar a dor e o sofrimento, físico ou espiritual, provém precisamente da falta de “cultura do sofrimento”. Inicialmente, são os pais que temem enfrentar os filhos com o sacrifício. Como consequência, vêem-se tentados a dar-lhes tudo e de forma imediata. Pensam que haverá sempre tempo, mais adiante, para sofrer ou têm a ilusão de que esses momentos nunca chegarão para eles [i].

É difícil entender como uma pessoa pode resistir ao aparecimento imprevisto de uma dor intensa sem a ter experimentado antes. De facto, estas pessoas estão mais propensas a sofrer crises nervosas e depressões.

O sofrimento experimentado por S. Josemaria na sua própria família foi um modo muito prático de adquirir a maturidade que outros só atingem depois de muitos anos. A sua biografia é exemplar. Esteve seriamente doente na sua infância; teve que enfrentar a morte de três das suas irmãs; contemplou o sofrimento do seu pai perante as consequências de uma crise económica; viu-se obrigado a mudar-se para outra cidade com a consequente alteração do estilo de vida.

A seguir, voltou a experimentar o sofrimento no seminário, dor que, unido a muitas horas de oração diante do Santíssimo Sacramento, o fez amadurecer espiritualmente. As múltiplas provas internas e externas que o Senhor lhe enviou, requereram uma grande dose de espírito de sacrifício; inclusive a perseguição que sofreu durante a fundação do Opus Dei. Sofreu, além disso, de diabetes, doença que o deixou exausto durante muitos anos.

De certa forma, poderíamos dizer que não se lhe poupou nada. S. Josemaria teve sempre a capacidade de entender o sofrimento e a dor alheios devido à sua própria experiência pessoal e não simplesmente por conhecimento teórico. Enfrentou o sofrimento com fé e valentia, e com uma grande paciência humana e sobrenatural.

p. binetti, 2012.09.07



[i] Cfr. A. MACINTYRE, Tras la virtud, Barcelona 1987, pp. 34-35.