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10/11/2012

Senhor, não sei fazer oração!


                                                             
Textos de S. Josemaria Escrivá

 http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979     © Gabinete de Inform. do Opus Dei na Internet
Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas de quê?". De quê?! D'Ele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade! (Caminho, 91)


Como fazer oração? Atrevo-me a assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas, infinitas maneiras de orar. Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração dos filhos de Deus, não o palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus: nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.

Os que são movidos pela hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração – escrevia Santo Agostinho – mas não a sua voz, porque aí falta vida e há ausência de afã por cumprir a Vontade do Pai. Que o nosso clamor – Senhor! – vá unido ao desejo eficaz de converter em realidade essas moções interiores, que o Espírito Santo desperta na nossa alma. (...).

Nunca me cansei e, com a graça de Deus, nunca me cansarei de falar de oração. Por volta de 1930, quando se aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas as condições – universitários, operários, sãos e doentes, ricos e pobres, sacerdotes e leigos – que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor, aconselhava-os sempre: rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer como começar", recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e lhe manifestasse a sua inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa: "Senhor, não sei!" E muitas vezes, naquelas humildes confidências, concretizava-se a intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele. (Amigos de Deus, nn. 243–244)

Leitura espiritual para 10 Nov 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

A FÉ II

Ouvimos por aí a muita gente frases deste tipo:
Eu tenho muita fé que Deus me vai dar o que eu lhe peço!
Quer dizer então que aquela “fé” se baseia em Deus dar aquilo que alguém Lhe pede, segundo a vontade, segundo os planos daquele que pede.
O que significa também, que se tal pedido não for concedido, a “fé” deixa de existir, porque ela se firma na obtenção do que se pede, e não na “capacidade” de Deus conhecer o que é melhor para aquele que pede, e, sabendo que a satisfação desse pedido não serve ao impetrante, não satisfazer tal pedido.
Tenhamos em conta a mesma frase, mas proferida de outro modo:
Eu tenho fé em Deus, e acredito que Ele me concederá o que Lhe peço, se for de Sua vontade.
Poder-se-á dizer que é uma questão de semântica, mas na realidade vai muito mais longe do que a semântica, pois revela posturas completamente diferentes perante Deus e perante a fé em Deus.
Se a minha “fé” se baseia naquilo que Deus me dá ou pode dar, então a minha “fé” é uma espécie de “comércio”, ou seja, Deus dá-me o que eu peço e eu acredito n’Ele, ou então, se não me dá, é vã a minha “fé”, ou seja, a minha “fé” deixa de existir porque não tem sentido, visto que aquilo em que acreditava não aconteceu.
Esta “fé” nada tem de transcendente, nada tem de dom de Deus, porque se firma apenas nas coisas materiais, palpáveis, que eu posso dominar e das quais me posso servir a meu belo prazer.
Esta “fé” é uma relação que se autodestrói, porque se fixa apenas naquilo que posso obter daquele em que acredito, e não no todo que Ele é, e como tal, falhado o objectivo da “fé” por não obter o que pretendo, falha também o acreditar n’Aquele que é “objecto” da “fé”.
Então, se a minha “fé” é esta acima descrita, toda a confiança e esperança colocada naquele de quem quero obter o que pretendo, morre, ao não me ser concedido o que pretendo, e a minha vida, que vivia dessa relação assente numa “fé parcial”, torna-se desesperada porque já não tem nada em que acreditar, em que confiar, em que esperar.
A Fé, dom de Deus, não se ocupa do que pode obter do próprio Deus, mas sim, ocupa-se em acreditar e viver esse acreditar em Deus Revelado aos homens, porque sabe também que tudo o que realmente precisa e é bom para a sua vida, lhe virá por acréscimo, por força da confiança e da esperança no Deus a Quem nada é impossível e tudo conhece.
Porque a Fé ilumina o pedido, (peço segundo a vontade de Deus), e iluminando o pedido, ilumina a aceitação da resposta de Deus, mesmo que ela não seja conforme os meus desejos, porque faz nascer no meu coração a certeza de que, se tal não me foi concedido, é porque não era o melhor para a minha vida e, assim, Deus que me ama com amor infinito, cuidou de me proteger do que me podia fazer mal.
E esta Fé, (a única e verdadeira Fé), leva-me a uma relação tão única, pessoal e intima com Deus, que, mesmo nos momentos mais difíceis, mesmo nos momentos em que nada me é concedido, mesmo nos momentos em que Deus parece muito longe, a aceitação de tudo é uma constante certeza de fazer a vontade de Deus, (E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres.» Mc 14,36), e assim sendo, saber intimamente que Ele nunca me abandona.
Por isso mesmo esses momentos não são nunca um fim, mas um eterno recomeço na procura da Sua vontade.
Por isso a confiança e a esperança não morrem, mas são sempre vivas, porque Ele faz novas todas as coisas, («Eu renovo todas as coisas.»Ap 21,5), e se são sempre novas, também a vida é abundante e cheia de sentido, porque vive no sentido da Fé.
E, por força da Fé, que leva à confiança e à esperança em Deus, essa aceitação nunca é passiva, estática, mas sim activa e dinâmica, e como tal luta para obter, segundo a vontade de Deus, tudo o que necessita para ter a vida e «vida em abundância Jo 10,10».
E assim também, por força dessa dinâmica, nasce a necessidade interior de testemunhar a Fé, para que no amor a Deus, que é vivido também necessariamente no amor aos outros, os outros possam perceber como a Fé transforma a vida e lhe dá sentido, abrindo-se assim também eles ao Dom de Deus.
Assim como nos exorta o Papa Bento XVI, na Carta Apostólica “Porta da Fé”:
«Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.» Porta Fidei 7
«Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.» Porta Fidei 9
Marinha Grande, 30 de Outubro de 2012

ANO DA FÉ COM S. JOSEMARIA 2


O Ano da Fé para uma nova evangelização

«Precisamente para dar um renovado impulso à missão de toda a Igreja, de conduzir os homens para fora do deserto em que muitas vezes se encontram, rumo ao lugar da vida, da amizade com Cristo que nos dá a vida em plenitude, gostaria de anunciar que decidi proclamar um Ano da Fé» (Bento XVI, Homilia na Missa para a Nova Evangelização, 16 de Outubro de 2011)
“A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou... (A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz...)
Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo... Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida” (Bento XVI, Carta Apostólica Porta fidei, n.6).

Homilia, Sé de Viseu, 26 de Junho de 2012

PENSAMENTOS INSPIRADOS À PROCURA DE DEUS 275

À procura de Deus

Vês tão bem os sinais do mundo!
Então porque não queres tantas vezes ver os sinais de Deus.

Tratado sobre a conservação e o governo das coisas 50



Questão 113: Da guarda dos bons anjos.

Art. 8 — Se entre os anjos pode haver luta ou discórdia.


 (II Sent., dist. XI, part. II, a. 5, IV, dist. XLV, q. 3, a. 3, ad 3).

O oitavo discute-se assim. — Parece que entre os anjos não pode haver luta nem discórdia.



Evangelho do dia e comentário






   T. Comum – XXXI Semana




S. Leão Magno, Papa, Doutor da Igreja
Evangelho: Lc 16, 9-2-15

9 «Portanto, Eu vos digo: Fazei amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando vierdes a precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos. 10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. 11 Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? 12 E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se afeiçoará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro». 14 Ora os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam todas estas coisas e troçavam d'Ele. 15 Jesus disse-lhes: «Vós sois aqueles que pretendeis passar por justos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; o que é excelente segundo os homens é abominação diante de Deus.

Comentário:

Pretender passar aos olhos dos outros por algo que se não é tipifica claramente a ausência de unidade de vida.
Ninguém pode ser uma coisa em privado e aparentar ser outra em público.
Ambas serão falsas e não merecem consideração. Ser igual a si mesmo em qualquer circunstância ou ambiente é o que se pede a qualquer pessoa e se exige a um cristão. Deus Nosso Senhor vê-nos contínuamente daí que aparentar aquilo que se não é acaba por ser uma tentativa de enganar Deus. O que é absolutamente impossível.
(ama, comentário sobre Lc 16, 9-15, 2011.11.05)

Demónio 1


Demónio, Exorcismo e Oração de Libertação: Questão 1   

Os demónios existem?

Sim, existem. «A existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé» [i]. Alguns desses anjos, criados bons por Deus, liderados por Satanás, também chamado Diabo, «radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino» [ii], e portanto deve-se afirmar que «de facto, o Diabo e os outros demónios foram criados por Deus naturalmente bons; mas eles, por si próprios, é que se fizeram maus» [iii].

(Estas breves questões foram preparadas pelo P. Duarte Sousa Lara (www.santidade.net), exorcista e doutor em teologia. NUNC COEPI agradece ao P. Nuno Serras Pereira)


[i] Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
[ii] Catecismo da Igreja Católica, n. 391.
[iii] CONCÍLIO DE LATRÃO IV, cap. 1, De fide catholica: DH 800.