Páginas

04/11/2012

Leitura espiritual para 04 Nov 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

A FÉ - 1

Posso acreditar num Deus só por mim, só pela minha razão?
Por exemplo, ao olhar para o universo, para a terra, para as plantas, os animais, a vida, os homens, posso com alguma facilidade acreditar que existe um ser superior, a quem posso chamar deus, que tudo criou do nada, o tudo que depois foi evoluindo.
De alguma forma, a minha razão de pessoa comum, (mais correcta ou menos correcta), leva-me a acreditar que esse ser superior, esse deus, tem que existir, para que tudo tenha sido criado e evoluído.
E isso é ter Fé?
Não, de modo nenhum!
Isso é ter uma crença, porque é algo que nos é ditado apenas por argumentos mais ou menos racionais que, fazendo-me acreditar que esse ser superior existe, não implica uma adesão de vida a esse ser, que neste “acreditar” não tem mais qualquer impacto na minha vida a não ser esse mesmo: acreditar que existe, ou existiu!
A Fé, ou melhor o Dom da Fé, é algo que vai muito para além desse “acreditar”, porque não se limita a acreditar, mas a crer implicando uma adesão de vida que reconhece em Deus o Criador Supremo, aquele a Quem tudo pertence, aquele a Quem tudo é devido.
É que a Fé vai para além do racional, (embora a razão não seja incompatível com a Fé, antes pelo contrário), porque a Fé é crer num Deus que se dá a conhecer aos homens em toda a Sua Revelação, desde os tempos mais antigos até à Sua revelação final em Jesus Cristo.
A Fé envolve o mistério e o mistério não é “resolvido” pela razão, por isso mesmo implica uma adesão que vai para além da capacidade humana, ou seja, o homem precisa de ser iluminado pelo próprio Deus para alcançar essa total adesão à Revelação de Deus.
Mas a Fé implica também, para além da adesão, um viver, que não é “estático” como numa crença, (acredito e pronto!), mas sim uma resposta, uma relação entre aquele que tem a Fé, e aquele que é objecto da Fé, Aquele que doa ao homem o Dom da Fé.
É possível explicar pela ciência a Encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo, no seio de Maria, sem ela ter “conhecido” homem?
É possível explicar pela ciência a Ressurreição de Jesus Cristo, morto e sepultado depois de três dias?
É possível explicar pela ciência a Presença Real de Jesus Cristo na Hóstia consagrada?
Claro que não, que a ciência não consegue explicar estes e outros mistérios do cristianismo, que apenas podem ser acreditados e aceites pelo homem a quem o próprio Deus concedeu o Dom da Fé.
E isso torna a ciência incompatível com a Fé?
Também não, porque para além de outros factores, a ciência pode demonstrar, por exemplo, que nos milagres eucarísticos estudados, a “matéria” guardada em relíquia é carne de coração humano, ou que no Santo Sudário há coisas inexplicáveis para a própria ciência, o que ajuda o homem a perceber, (se quiser, iluminado pela Fé), a mão de Deus nesses acontecimentos, ou seja, a presença de Deus no meio dos homens.
O acreditar do homem em Deus, como Dom da Fé, é sempre iluminado pelo próprio Deus, mas é sempre também ajudado pela inteligência do homem e pela sua experiência vivencial desse mesmo Dom da Fé, nessa relação pessoal e comunitária com o Deus que se faz presente na vida do homem.
Sabemos bem como as palavras que o homem usa são finitas, isto é, não conseguem muitas vezes descrever tudo aquilo que o homem sente e vive.
Quantos autores já tentaram descrever o amor, em prosa e verso, na pintura e na música, enfim em tudo aquilo que é possível ao homem.
Algum verdadeiramente já o conseguiu descrever do modo como cada um o sente, em toda a sua plenitude?
Não, porque há sempre algo que o homem sente e é impossível de descrever, porque as palavras não chegam, embora, no entanto, o homem ao viver o amor saiba que o está a viver, e disso tenha a certeza.
Como podemos nós então descrever a Fé?
Podemos ir ao Catecismo da Igreja Católica, ou aos documentos da Igreja, ou aos autores cristãos, e mesmo assim, aquele que tem o Dom da Fé e a vive verdadeiramente, nunca a consegue ver inteiramente retratada nas palavras que lê ou ouve.
Porque o Dom da Fé faz parte integrante da plenitude do homem que quer encontrar Deus e a quem Deus chama ao Seu encontro.
E leva a uma relação tão pessoal e íntima com Deus, que se torna impossível de descrever em palavras humanas, mas que pode e deve ser testemunhada, e por isso mesmo o Dom da Fé se “completa” na sua dimensão comunitária.
Pode alguém descrever inteiramente um momento de união mística suscitada, por exemplo, num momento de oração ou de comunhão, em que a presença de Deus se torna tão real, que o mundo, (com tudo o que ele representa), desaparece nesse instante?
Vários Santos descreveram momentos desses, testemunhando-os com uma força tal, que nos apetece por vezes sentir transportados para viver esses momentos!
Mas se os experimentamos em nós próprios, não percebemos então que as suas palavras não conseguiram afinal descrever a plenitude de tais momentos?
Esses testemunhos, bem com aqueles que vimos e ouvimos no dia-a-dia das nossas vidas, nas comunidades em que vivemos, devem levar-nos a procurar cada vez mais viver o Dom da Fé com que fomos agraciados, para encontrarmos a plenitude da vida que nos foi dada, em Deus e por Deus.
«Felizes os que crêem sem terem visto» Jo 20,29, disse Jesus a Tomé, perante a sua incredulidade, que logo foi vencida pela Fé que o levou a exclamar a primeira profissão de fé na divindade de Cristo: «Meu Senhor e meu Deus» jo 20,28
Ou ainda como nos escreve São Pedro na sua primeira Carta:
«Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.» 1 pe 1, 8-9
E não é exactamente isso que nós experimentamos, quando vivemos o Dom da Fé que Deus nos concede?
Nas alegrias, na saúde, no bem-estar, mas também, apesar das provações, das dificuldades, das tristezas, de tudo o que a vida no mundo nos proporciona, a nossa confiança, a nossa esperança, a nossa certeza, reside em Deus, no Seu amor por nós, que o Dom da Fé, vivido intimamente e em comunidade, nos confirma nos nossos corações.
Por isso é tão verdadeira e bela a frase do nosso Bispo D. António Marto, na sua Nota Pastoral deste ano:
«A fé é bela porque torna bela a vida e é fonte de autêntica alegria» “O Tesouro da Fé, Dom para Todos”.
Marinha Grande, 15 de Outubro de 2012
Nota:
Texto meu publicado no Boletim da Paróquia da Marinha Grande, "Grãos de Areia", neste mês de Outubro.

PENSAMENTOS INSPIRADOS À PROCURA DE DEUS 272

À procura de Deus

Fé não é só acreditar que Deus existe
mas sim acreditar em Deus
e na Sua Revelação ao homem.

Tratado sobre a conservação e o governo das coisas 43



Questão 113: Da guarda dos bons anjos.


Art. 2 — Se cada homem é guardado por um anjo.


O segundo discute-se assim. — Parece que cada homem não é guardado por um anjo.





Temos de meditar na vida de Jesus

                                                             
Textos de S. Josemaria Escrivá

 http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979     © Gabinete de Inform. do Opus Dei na Internet
Esses minutos diários de leitura do Novo Testamento que te aconselhei (metendo-te e participando no conteúdo de cada cena, como um protagonista mais) são para que encarnes, para que "cumpras" o Evangelho na tua vida... e para "fazê-lo cumprir". (Sulco, 672)

Para ser ipse Christus é preciso mirar-se Nele. Não basta ter-se uma ideia geral do espírito que Jesus viveu; é preciso aprender com Ele pormenores e atitudes. É preciso contemplar a sua vida, sobretudo para daí tirar força, luz, serenidade, paz.

Quando se ama alguém, deseja-se conhecer toda a sua vida, o seu carácter, para nos identificarmos com essa pessoa. Por isso temos de meditar na vida de Jesus, desde o Seu nascimento num presépio até à Sua morte e à Sua Ressurreição. Nos primeiros anos do meu labor sacerdotal costumava oferecer exemplares do Evangelho ou livros onde se narra a vida de Jesus, porque é necessário que a conheçamos bem, que a tenhamos inteira na mente e no coração, de modo que, em qualquer momento, sem necessidade de nenhum livro, cerrando os olhos, possamos contemplá-la como um filme; de forma que, nas mais diversas situações da nossa vida, acudam à memória as palavras e os actos do Senhor. (Cristo que passa, 107)

Evangelho do dia e comentário






   T. Comum – XXXI Semana





Evangelho: Mc 12, 28-34

28 Então aproximou-se um dos escribas, que os tinha ouvido discutir. Vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». 29 Jesus respondeu-lhe: «O primeiro de todos os mandamentos é este: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”. 31 O segundo é este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes». 32 Então o esriba disse-Lhe: «Mestre, disseste bem e com verdade que Deus é um só, e que não há outro fora d'Ele; 33 e que amá-l'O com todo o coração, com todo o entendimento, com toda a alma, e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios». 34 Vendo Jesus que tinha respondido sabiamente, disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». Desde então ninguém mais ousava interrogá-l'O.

Comentário:

A 'credibilidade' e 'isenção' dos Evangelhos ficam aqui bem demonstradas.
Muitas das passagens evangélicas referem a teimosia, a má vontade, a intransigência das classes dominantes da sociedade israelita, nomeadamente, os Escribas e os Fariseus. Há um confronto quase permanente com Jesus que tem, para com estes, as expressões mais 'duras' e as referências mais graves.

Mas, como o Evangelho é a Palavra de Deus, que é a VERDADE, refere também aqueles que não se deixam arrastar por esses sentimentos e agem com justiça e boa fé.

É o caso deste Escriba e de outros como Nicodemos ou Gamaliel.

Os cristãos têm a obrigação de não julgar ninguém sem se deixarem influenciar por 'opiniões gerais' mas, em vez de julgar, tentar deveras corrigir o que está errado e esclarecer o que está certo.


(ama, comentário sobre Mc 12, 28-34, 2012.03.16)

Purgatório




Ludovico Carraci (1555 -1619)
Anjo liberta as almas do Purgatório
por Pedro Trevijano

Seremos como anjos? 4



A fé é tão apreciada por Deus, que basta abrir os Evangelhos para se dar conta que até o próprio Deus às vezes se admira da fé das suas criaturas. Remeto-me para a passajem do Evangelho de São Mateus: “E eis que uma mulher cananeia, que viera daqueles arredores, gritou: «Senhor, Filho de David, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada pelo demónio». 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. Aproximando-se Seus discípulos, pediram-Lhe: «Despede-a, porque vem gritando atrás de nós».24 Ele respondeu: «Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». 25 Ela, porém, veio e prostrou-se diante d'Ele, dizendo: «Senhor, valei-me». 26 Ele respondeu: «Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães».27 Ela replicou: «Assim é, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos». 28 Então Jesus disse-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como queres». E, desde aquela hora, a sua filha ficou curada. (Mt 15,22-27).

A fé é um dom maravilhoso, que está ao alcance de todo o mundo. Aida não se acredite, basta somente pedir ao Senhor este dom, e pelo simples facto de a pedir, sem se dar conta começa-se a tê-la, é uma fé pequenita, um simples rebento, mas se se persevera nela, pode chegar a converter-se numa Sequóia gigantesca de dezenas de metros de altura.

(juan do carmelo, [i] trad. ama)


[i] Juan do Carmelo não é quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80, experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do Carmelo».