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05/11/2012

Leitura espiritual para 05 Nov 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 7, 25-53

25 Diziam então alguns de Jerusalém: «Não é Este Aquele que procuram matar? 26 Eis que fala com toda a liberdade e não Lhe dizem nada. Terão os chefes do povo verdadeiramente reconhecido que Este é o Messias? 27 Nós, porém, sabemos donde Este é; e o Messias, quando vier, ninguém saberá donde Ele seja». 28 Jesus, que ensinava no templo, exclamou: «Vós Me conheceis, e sabeis donde Eu sou. Eu não vim de Mim mesmo, mas é verdadeiro Aquele que Me enviou, a Quem vós não conheceis. 29 Mas Eu conheço-O, porque procedo d'Ele, e Ele Me enviou». 30 Procuraram então prendê-l'O; mas ninguém Lhe lançou as mãos, porque não tinha ainda chegado a Sua hora. 31 Muitos dentre a multidão acreditaram n'Ele, e diziam: «Quando vier o Messias, fará maior número de prodígios que os que Este fez?». 32 Os fariseus ouviram os comentários que d'Ele fazia o povo; e os príncipes dos sacerdotes e os fariseus enviaram guardas para O prenderem. 33 Jesus disse-lhes: «Ainda por um pouco estou convosco, depois vou para Aquele que Me enviou. 34 Vós Me buscareis e não Me encontrareis; nem vós podeis vir para onde Eu estou». 35 Os judeus disseram, pois, entre si: «Para onde é que Ele irá que não O encontraremos? Irá, porventura, para os que estão dispersos entre as nações e pregará aos gentios? 36 Que quer dizer esta palavra que Ele nos disse: Vós Me buscareis, e não Me encontrareis, e onde Eu estou vós não podeis vir?». 37 No último dia, o mais solene da festa, estava Jesus em pé, e em alta voz dizia: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. 38 Quem acredita em Mim, como diz a Escritura, do seu seio correrão rios de água viva». 39 Ora Ele dizia isto falando do Espírito que haviam de receber os que cressem n'Ele; porque ainda não tinha sido dado o Espírito, por não ter sido ainda glorificado Jesus. 40 Entretanto, alguns daquela multidão, tendo ouvido estas palavras, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta». 41 Outros diziam: «Este é o Messias». Alguns, porém, diziam: «Porventura é da Galileia que há-de vir o Messias? 42 Não diz a Escritura: “Que o Messias há-de vir da descendência de David e da aldeia de Belém, donde era David”?». 43 Houve, portanto, desacordo entre o povo acerca d'Ele. 44 Alguns deles queriam prendê-l'O, mas nenhum pôs as mãos sobre Ele.45 Voltaram, pois, os guardas para os príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: «Porque não O trouxestes preso?». 46 Os guardas responderam: «Nunca homem algum falou como Este homem». 47 Os fariseus replicaram: «Porventura, também vós fostes seduzidos? 48 Houve, porventura, algum dentre os chefes do povo ou dos fariseus que acreditasse n'Ele? 49 Quanto a esta plebe, que não conhece a Lei, é maldita». 50 Nicodemos, que era um deles, o que tinha ido de noite ter com Jesus, disse-lhes: 51 «A nossa Lei condena, porventura, algum homem antes de o ouvir e antes de se informar sobre o que ele fez?». 52 Responderam: «És tu também galileu? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não sai nenhum profeta». 53 E foi cada um para sua casa.





CARTA ENCÍCLICA
MEDIACTOR DEI
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS
E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE A SAGRADA LITURGIA


INTRODUÇÃO

1. "O mediador entre Deus e os homens", [1] o grande pontífice que penetrou os céus, Jesus filho de Deus, [2] assumindo a obra de misericórdia com a qual enriqueceu o género humano de benefícios sobrenaturais, visou sem dúvida a restabelecer entre os homens e o Criador aquela ordem que o pecado tinha perturbado e a reconduzir ao Pai celeste, primeiro princípio e último fim, a mísera estirpe de Adão, infectada pelo pecado original. E por isso, durante a sua permanência na terra, não só anunciou o início da redenção e declarou inaugurado o reino de Deus, mas ainda cuidou de promover a salvação das almas pelo contínuo exercício da pregação e do sacrifício, até que, na cruz, se ofereceu a Deus qual vítima imaculada para "purificar a nossa consciência das obras mortas, para servir a Deus vivo". [3] Assim, todos os homens, felizmente chamados do caminho que os arrastava à ruína e à perdição, foram ordenados de novo a Deus, a fim de que, com sua pessoal colaboração na obra da própria santificação, fruto do sangue imaculado do Cordeiro, dessem a Deus a glória que lhe é devida.

2. O Divino Redentor quis, ainda, que a vida sacerdotal por ele iniciada em seu corpo mortal com as suas preces e o seu sacrifício, não cessasse no correr dos séculos no seu corpo místico, que é a Igreja, e por isso instituiu um sacerdócio visível para oferecer em toda parte a oblação pura, [4] a fim de que todos os homens, do oriente ao ocidente, libertos do pecado, por dever de consciência servissem espontânea e voluntariamente a Deus.

3. A Igreja, pois, fiel ao mandacto recebido do seu Fundador, continua o ofício sacerdotal de Jesus Cristo, sobretudo com a sagrada liturgia. E o faz em primeiro lugar no altar, onde o sacrifício da cruz é perpetuamente representado [5] e renovado, com a só diferença no modo de oferecer, em seguida, com os sacramentos, que são instrumentos particulares por meio dos quais os homens participam da vida sobrenatural, enfim, com o tributo quotidiano de louvores oferecido a Deus ótimo e máximo [6]. "Que jubiloso espetáculo – diz o nosso predecessor de feliz memória Pio XI – oferece ao céu e à terra a Igreja que reza, enquanto continuamente dia e noite, se cantam na terra os salmos escritos por inspiração divina: nenhuma hora do dia transcorre sem a consagração de uma liturgia própria, cada etapa da vida tem o seu lugar na acção de graças, nos louvores, preces e aspirações desta comum oração do corpo místico de Cristo, que é a Igreja." [7]

4. Certamente conheceis, veneráveis irmãos, que, no fim do século passado e nos princípios do presente, houve singular fervor de estudos litúrgicos, já por louvável iniciativa de alguns particulares, já sobretudo pela zelosa e assídua diligência de vários mosteiros da ínclita ordem beneditina, assim que não somente em muitas regiões da Europa, mas ainda nas terras de além-mar, se desenvolveu a esse respeito uma louvável e útil emulação, cujas benéficas consequências foram visíveis, quer no campo das disciplinas sagradas, onde os ritos litúrgicos da Igreja oriental e ocidental foram mais ampla e profundamente estudados e conhecidos, quer na vida espiritual e íntima de muitos cristãos. As augustas cerimónias do sacrifício do altar foram mais conhecidas, compreendidas e estimadas, a participação aos sacramentos maior e mais frequente, as orações litúrgicas mais suavemente saboreadas e o culto eucarístico tido, como verdadeiramente o é, por centro e fonte da verdadeira piedade cristã. Além disso, pôs-se em mais clara evidência o facto de que todos os fiéis constituem um só e compacto corpo de que é Cristo a cabeça, com o consequente dever para o povo cristão de participar, segundo a própria condição, dos ritos litúrgicos.

5. Sem dúvida, sabeis muito bem que esta Sé Apostólica sempre zelou para que o povo a ela confiado fosse educado num verdadeiro e activo sentido litúrgico e que, com zelo não menor se tem preocupado em que os sagrados ritos brilhem até externamente por uma adequada dignidade. Nessa mesma ordem de ideias, falando, segundo o costume, aos pregadores quaresmais desta nossa excelsa cidade, em 1943, nós os havíamos calorosamente exortado a advertir os seus ouvintes que participassem, com maior empenho, do sacrifício eucarístico, e recentemente fizemos traduzir de novo em latim, do texto original, o livro dos Salmos para que as preces litúrgicas, de que eles são a parte maior na Igreja católica, fossem mais exactamente entendidas e a sua verdade e suavidade mais facilmente percebidas. [8]

6. Todavia, enquanto pelos salutares frutos que dele derivam, o apostolado litúrgico nos é de não pequeno conforto, o nosso dever nos impõe seguir com atenção esta "renovação" na maneira pela qual é concebida por alguns, e cuidar diligentemente para que as iniciativas não se tornem excessivas nem insuficientes.

7. Ora, se de uma parte verificamos com pesar que em algumas regiões o sentido, o conhecimento e o estudo da liturgia são às vezes escassos ou quase nulos, de outra, notamos, com muita apreensão, que há algumas pessoas muito ávidas de novidades e que se afastam do caminho da sã doutrina e da prudência. Na intenção e desejo de um renovamento litúrgico, esses inserem muitas vezes princípios que, em teoria ou na prática, comprometem esta santíssima causa, e frequentemente até a contaminam de erros que atingem a fé católica e a doutrina ascética.

8. A pureza da fé e da moral deve ser a norma característica desta sagrada disciplina, que deve necessariamente conformar-se ao sapientíssimo ensinamento da Igreja. É, portanto, nosso dever louvar e aprovar tudo o que é bem feito, conter ou reprovar tudo o que se desvia do verdadeiro e justo caminho.

9. Não acreditem, pois, os inertes e os tíbios ter a nossa aprovação porque repreendemos os que erram e contemos os audazes, nem os imprudentes se tenham por louvados quando corrigimos os negligentes e os preguiçosos. Ainda que nesta nossa encíclica tratemos sobretudo da liturgia latina, não é que tenhamos em menor estima as venerandas liturgias da Igreja oriental, cujos ritos, transmitidos por nobres e antigos documentos, nos são igualmente caríssimos, mas visamos antes às condições particulares da Igreja ocidental, que são tais que reclamam a intervenção da nossa autoridade.

10. Ouçam, pois, todos os cristãos, com docilidade, a voz do Pai comum, o qual deseja ardentemente que todos, a ele intimamente unidos, se aproximem do altar de Deus, professando a mesma fé, obedecendo à mesma lei, participando do mesmo sacrifício com uma só inteligência e uma só vontade. O respeito devido a Deus o reclama, as necessidades dos tempos presentes o exigem. Após uma longa e cruel guerra que dividiu os povos com rivalidades e morticínios, os homens de boa vontade esforçam-se do melhor modo possível, em reconduzir todos à concórdia. Acreditamos, todavia, que nenhum projecto e nenhuma iniciativa seja, neste caso, tão eficaz quanto um fervoroso espírito religioso e zelo ardente, do qual é necessário estejam animados e guiados todos os cristãos, a fim de que, aceitando de coração aberto as mesmas verdades e obedecendo docilmente aos legítimos pastores, no exercício do culto devido a Deus, constituam uma comunidade fraterna, porquanto, "ainda que muitos, somos um só corpo, participando todos do único pão. [9]

PRIMEIRA PARTE

NATUREZA, ORIGEM, PROGRESSO DA LITURGIA

I. A liturgia é culto público

11. O dever fundamental do homem é certamente este de orientar a si mesmo e a própria vida para Deus. "A ele, com efeito, devemos principalmente unir-nos como indefectível princípio, ao qual deve ainda constantemente aplicar-se a nossa escolha como ao último fim, que perdemos pecando, mesmo por negligência, e que devemos reconquistar pela fé, crendo nele". [10] Ora, o homem volta-se ordinariamente para Deus quando lhe reconhece a suprema majestade e o supremo magistério, quando aceita com submissão as verdades divinamente reveladas, quando lhe observa religiosamente as leis, quando faz convergir para ele toda a sua actividade, quando – para dizer resumidamente – presta, mediante a virtude da religião, o devido culto ao único e verdadeiro Deus.

12. Esse é um dever que obriga antes de tudo os homens individualmente, mas é ainda um dever colectivo de toda a comunidade humana ordenada com recíprocos vínculos sociais, porque também ela depende da suma autoridade de Deus.

13. Note-se ainda que esse é um dever particular dos homens, porquanto Deus os elevou à ordem sobrenatural. Assim, se consideramos Deus como autor da antiga Lei, vemo-lo proclamar preceitos rituais e determinar acuradamente as normas que o povo deve observar ao render-lhe o legítimo culto. Estabeleceu, para isso, vários sacrifícios e designou várias cerimónias com que deviam realizar-se e determinou claramente o que se referia à arca da aliança, ao templo e aos dias festivos, designou a tribo sacerdotal e o sumo sacerdote, indicou e descreveu as vestes para uso dos sagrados ministros e tudo o mais que tinha relação com o culto divino. [11]

14. Esse culto, aliás, não era mais do que a sombra [12] daquele que o sumo sacerdote do Novo Testamento havia de render ao Pai celeste.

15. De facto, apenas "o Verbo se fez carne", [13] manifesta-se ao mundo no seu ofício sacerdotal, fazendo ao Pai Eterno um acto de submissão que durará por todo o tempo de sua vida: "entrando no mundo, diz... eis que venho... para fazer, ó Deus, a tua vontade...", [14] um acto que será consumado de modo admirável no sacrifício cruento da cruz: "Pelo poder desta vontade fomos santificados por meio da oblação do corpo de Jesus Cristo feita uma só vez para sempre". [15] Toda a sua actividade entre os homens não tem outro escopo. Menino, é apresentando no templo ao Senhor, adolescente, ali volta ainda, em seguida ali vai frequentemente para instruir o povo e para rezar. Antes de iniciar o ministério público jejua durante quarenta dias, e com o seu conselho e o seu exemplo exorta todos a rezarem de dia e de noite. Como mestre de verdade, "ilumina todo homem" [16] para que os mortais reconheçam convenientemente o Deus imortal, e não "se afastem para sua perdição, mas guardem a fé para salvar a sua alma". [17] Como Pastor, depois, ele governa o seu rebanho, conduzindo-o às pastagens da vida, e dá uma lei a observar, para que ninguém se afaste dele e da recta via que traçou, mas todos vivam santamente sob o seu influxo e a sua acção. Na última ceia, com rito e aparacto solene, celebra a nova páscoa e provê a sua continuação mediante a divina instituição da eucaristia, no dia seguinte, elevado entre o céu e a terra, oferece o sacrifício salutar de sua vida, do seu peito rasgado faz, de certo modo, jorrar os sacramentos que distribuem às almas os tesouros da redenção. Fazendo isso, tem por único fim a glória do Pai e a crescente santificação do homem.

16. Entrando, depois, na sede da beatitude celeste, quer que o culto por ele instituído e prestado durante a sua vida terrena continue ininterrupto. Já que não deixou órfão o género humano, mas o assiste sempre com o seu contínuo e valioso patrocínio, fazendo-se nosso advogado no céu junto do Pai, [18] assim o ajuda mediante a sua Igreja, na qual está indefectívelmente presente no correr dos séculos, Igreja que constituiu coluna da verdade [19] e dispensadora de graça, e que, com o sacrifício da cruz, fundou, consagrou e conformou eternamente. [20]

17. A Igreja, portanto, tem em comum com o Verbo encarnado o escopo, o empenho e a função de ensinar a todos a verdade, reger e governar os homens, oferecer a Deus o sacrifício, aceitável e grato, e assim restabelecer entre o Criador e as criaturas aquela união e harmonia que o apóstolo das gentes claramente indica por estas palavras: "Não sois mais hóspedes ou adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, educados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, com o próprio Jesus Cristo por pedra angular, sobre a qual todo o edifício bem ordenado se levanta para ser um templo santo no Senhor, e sobre ele vós sois também juntamente edificados em morada de Deus, pelo Espírito". [21] Por isso a sociedade fundada pelo divino Redentor não tem outro fim, seja com a sua doutrina e o seu governo, seja com o sacrifício e os sacramentos por ele instituídos, seja enfim com o ministério que lhe contou, com as suas orações e o seu sangue, senão crescer e dilatar-se sempre mais – o que se dá quando Cristo é edificado e dilatado nas almas dos mortais, e quando, vice-versa, as almas dos mortais são educadas e dilatadas em Cristo, de maneira que, neste exílio terreno prospere o templo no qual a divina majestade recebe o culto gracto e legítimo. Em toda acção litúrgica, junto com a Igreja está presente o seu divino Fundador: Cristo está presente no augusto sacrifício do altar, quer na pessoa do seu ministro, quer por excelência, sob as espécies eucarísticas, está presente nos sacramentos com a virtude que neles transfunde, para que sejam instrumentos eficazes de santidade, está presente, enfim, nos louvores e súplicas dirigidas a Deus, como vem escrito: "Onde estão duas ou três pessoas reunidas em meu nome aí estou no meio delas". [22] A sagrada liturgia é, portanto, o culto público que o nosso Redentor rende ao Pai como cabeça da Igreja, e é o culto que a sociedade dos fiéis rende à sua cabeça, e, por meio dela, ao Eterno Pai. É, em uma palavra, o culto integral do corpo místico de Jesus Cristo, ou seja, da cabeça e de seus membros.

18. A acção litúrgica inicia-se com a fundação da própria Igreja. Os primeiros cristãos, com efeito, "eram assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, e à comum fracção do pão e à oração". [23] Em toda a parte onde os pastores possam reunir um núcleo de fiéis, erigem um altar sobre o qual oferecem o sacrifício, e em torno dele vêm dispostos outros ritos adaptados à santificação dos homens e à glorificação de Deus. Entre esses ritos estão, em primeiro lugar, os sacramentos, isto é, as sete principais fontes de salvação, depois, está a celebração do louvor divino, com o qual os féis reunidos obedecem à exortação do Apóstolo: "Instruindo-vos e exortando-vos uns aos outros com toda a sabedoria, cantando a Deus em vosso coração, inspirados pela graça, salmos, hinos e cânticos espirituais", [24] depois, ainda, a leitura da Lei, dos Profetas, do Evangelho e das epístolas apostólicas, e, enfim, a prática com a qual o presidente da assembleia recorda e comenta utilmente os preceitos do divino Mestre, os acontecimentos principais de sua vida, e admoesta todos os presentes com exortações oportunas e exemplos.

19. O culto organiza-se e desenvolve-se segundo as circunstâncias e as necessidades dos cristãos, se enriquece de novos ritos, cerimónias e fórmulas, sempre com o mesmo intento: "a fim de que sejamos estimulados por aqueles sinais... conheçamos o progresso realizado e nos sintamos solicitados a desenvolvê-lo com maior vigor, o efeito, de facto, é mais digno, se mais ardente é o afecto que o precede". [25] Assim a alma eleva-se a Deus mais e melhor, assim o sacerdócio de Jesus Cristo está sempre em acto na sucessão dos tempos, não sendo a liturgia outra coisa que o exercício desse sacerdócio. Como a sua cabeça divina, assim a Igreja assiste continuamente os seus filhos, ajuda-os e exorta-os à santidade, para que, ornados com essa dignidade sobrenatural, possam um dia voltar ao Pai que está nos céus. Ela restaura para a vida celeste os nascidos à vida terrena, dá-lhes a ajuda do Espírito Santo na luta contra o inimigo implacável, chama os cristãos em torno dos altares e, com insistentes convites, exorta-os a celebrar e tomar parte no sacrifício eucarístico, e nutre-os com o pão dos anjos, para que sejam sempre mais firmes, purifica e consola aqueles que o pecado feriu e maculou, consagra com rito legítimo aqueles que, por vocação divina, são chamados ao ministério sacerdotal, revigora com graças e dons divinos o casto conúbio daqueles que são destinados a fundar e constituir a família cristã, depois de ter confortado e restaurado com o viático eucarístico e a sagrada unção as últimas horas da vida terrena, acompanha ao túmulo com suma piedade os despojos dos seus filhos, dispondo-os religiosamente, protegendo-os ao abrigo da cruz, para que possam um dia ressurgir triunfando da morte, abençoa com particular solenidade quantos dedicam a sua vida ao serviço divino na consecução da perfeição religiosa, estende a sua mão caridosa às almas que, nas chamas da purificação, imploram preces e sufrágios, para conduzi-las finalmente à eterna beatitude.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.



[1] Tm 2, 5. 
[2] Cf. Hb 4,14.
[3] Cf. Hb 9,14.
[4] Cf. Ml 1,11.
[5] Cf. Conc. Trid., sess. XXII, c.l.
[6] Cf. Ibid., c.2.
[7] Carta. Encicl, Caritate Christi de 3 de Maio do ano 1932.
[8] Cf. Carta. Ap., Motu Proprio In cotidianis precibus do dia 24 de Março do ano 1945.
[9]1 Cor 10,17
[10] S. Tomás, Summa Theol., II-II, q. 81, a. 1.
[11] Cf. Levítico.
[12] Cf. Hb 10,1.
[13] Jo 1,14.
[14] Hb 10,5-7.
[15] Hb 10,10.
[16] Jo 1,9.
[17] Hb 10,39.
[18] Cf. 1 Jo 2, 1.
[19] Cf. 1 Tm 3,15.
[20] Cf. Bonif. IX, Ab origine mundi, do dia 7 de Outubro do ano 1391, Callist. III, Summus Pontifex, de 1 de Janeiro do ano 1456, Pius II, Triumphans Pastor, de 22 de Abril de 1459, Innoc. XI, Triumphans Pastor, de 3 de Outubro do ano 1678.
[21] Ef 2,19-22.
[22] Mt 18,20.
[23] At 2,42.
[24] Cl 3,16
[25] S. Agostinho, Epist.130, ad Probam, 18.

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