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30/11/2012

CULTIVAR A FÉ 10


Uma pedagogia da fé na família - a propósito de alguns ensinamentos de S. Josemaria …/5

Educação para a santidade.

Uns pais que aspiram à santidade e desejam a santidade para os seus filhos compreendem bem aquelas outras palavras de S. Josemaria: “Há uma especial Comunhão dos Santos entre os membros de uma mesma família. Se sois muito santos, os vossos filhos terão mais facilidade em sê-lo” [i]. Uma particular comunhão espiritual que nasce uma vez mais do sacramento do matrimónio, porque Cristo assumiu, santificou e tornou vocacionais as relações familiares naturais.

Mas entendamo-nos, a santidade não se pode ensinar como um conteúdo teórico. Os pais podem e devem transmitir as verdades da fé cristã e encaminhar os seus filhos até aos meios de santificação de que dispõe a Igreja. No entanto, é bom recordar que “os pais educam fundamentalmente com a conduta. O que os filhos e as filhas procuram no seu pai ou na sua mãe, não são apenas conhecimentos mais amplos do que os seus ou conselhos mais ou menos acertados, mas algo de maior importância: um testemunho do valor e do sentido da vida, encarnados numa existência concreta e confirmados nas diversas circunstâncias e situações que se sucedem ao longo dos anos”
[ii].

O que os pais podem fazer é uma séria educação à oração dos seus filhos: “que Deus não seja considerado um estranho a quem se vai ver uma vez por semana à igreja, ao Domingo. Que Deus seja visto e tratado como é na realidade, também no lar, porque, como disse o Senhor, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles (Mt. 18, 20)
[iii]].

Não é preciso explicar aqui que uma intensa vida de oração é caminho necessário para a santidade. Ensinou-o Jesus em cada página do Evangelho. S. Josemaria Escrivá fez desta verdade o pano de fundo da sua pregação. Dizia constantemente, referindo-se à formação dos jovens: “Se não fazeis dos rapazes homens de oração, perdestes o tempo”
[iv]. E orientou a formação que se realiza através dos apostolados do Opus Dei de maneira que encaminhasse as pessoas para a oração mental, bem como para um intenso plano de vida espiritual. Simultaneamente temia como uma gangrena da alma o formalismo, a exterioridade, a “observância”, a prática exterior da piedade sem uma correspondência interior de abertura pessoal a Cristo. O que, numa palavra, chamava “beatice”. Aplicava à família os mesmos critérios, com as devidas proporções, ditadas pela idade dos filhos e pelo facto de que os pais não são directores espirituais. Mas não com menor exigência, porque, bem vistas as coisas, quase todos os cristãos aprenderam as orações na própria família e, no entanto, quantos têm sido almas de oração?

michele dolz, publicado em Romana, n. 32 (2001), 2011.09.12

Nota: Revisão gráfica por ama.



[i] Notas de uma tertúlia em Valência (Espanha), 19-XI-1972: AGP, P11, p. 101.
[ii] S. Josemaria Escrivá, Cristo que passa, n. 28.
[iii] S. Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo, n. 103.
[iv] S. Josemaria Escrivá, Instrução, 9-I-1935, n. 133.

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