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07/10/2012

Leitura espiritual para 07 Out 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 20, 1-26


1 Num daqueles dias, estando Jesus no templo ensinando o povo e anunciando a boa nova, juntaram-se os príncipes dos sacerdotes e os escribas com os anciãos, 2 e falaram-Lhe nestes termos: «Diz-nos com que autoridade fazes estas coisas, ou quem Te deu tal autoridade?». 3 Jesus respondeu: «Também Eu vos farei uma pergunta. Respondei-Me: 4 O baptismo de João era do céu ou dos homens?».5 Mas eles discorriam dentro de si: «Se dissermos: “do céu”, dirá: Por que razão, pois, não crestes nele? 6 Se dissermos: “dos homens”, todo o povo nos apedrejará, porque está convencido que João era um profeta». 7 Responderam que não sabiam donde era. 8 Jesus, disse-lhes: «Nem Eu vos direi com que autoridade faço estas coisas». 9 Começou a dizer ao povo esta parábola: «Um homem plantou uma vinha, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe durante muito tempo. 10 No devido tempo, enviou um servo aos vinhateiros, para que lhe dessem a sua parte do fruto da vinha. Eles, porém, depois de lhe terem batido, reenviaram-no com as mãos vazias. 11 Tornou a enviar outro servo. Mas, eles, tendo também batido neste e carregando-o de afrontas, despediram-no sem nada. 12 Tornou a enviar ainda um terceiro. E eles, ferindo-o, também o lançaram fora. 13 Disse então o senhor da vinha: Que hei-de fazer? Mandarei o meu filho amado; talvez lhe guardarão respeito. 14 Mas, quando os vinhateiros o viram, discorreram entre si, dizendo: Este é o herdeiro, matemo-lo, e será nossa a herança. 15 E, lançando-o fora da vinha, mataram-no. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha? 16 Virá e acabará com aqueles vinhateiros e dará a vinha a outros». Tendo eles ouvido isto, disseram: «Deus tal não permita!». 17 Jesus, olhando para eles, disse: «Pois que quer dizer isto que está escrito: “A pedra que os construtores desprezaram, tornou-se pedra angular?”. 18 Todo o que cair sobre aquela pedra será quebrado; e sobre quem ela cair será esmagado». 19 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar-Lhe as mãos naquela hora, mas temeram o povo. Compreenderam bem que esta parábola tinha sido dita contra eles. 20 Não O perdendo de vista, mandaram espias que se fingissem justos, para O apanharem no que dizia, a fim de O poderem entregar à autoridade e ao poder do governador. 21 Estes interrogaram-n'O, dizendo: «Mestre, sabemos que falas e ensinas rectamente, que não fazes acepção de pessoas, mas que ensinas o caminho de Deus com verdade. 22 É-nos permitido dar o tributo a César ou não?». 23 Jesus, conhecendo a sua astúcia, disse-lhes: 24 «Mostrai-Me um denário. De quem é a imagem e a inscrição que tem?». Responderam: «De César». 25 Ele disse-lhes: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». 26 Não puderam surpreendê-l'O em qualquer palavra diante do povo. Admirados da Sua resposta, calaram-se.



CARTA ENCÍCLICA
POPULORUM PROGRESSIO
DE SUA SANTIDADE PAPA PAULO VI
AOS BISPOS, SACERDOTES, RELIGIOSOS, FIÉIS
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
SOBRE O DESENVOLVIMENTO DOS POVOS

INTRODUÇÃO

A QUESTÃO SOCIAL ABRANGE AGORA O MUNDO INTEIRO

Desenvolvimento dos povos

1. O desenvolvimento dos povos, especialmente daqueles que se esforçam por afastar a fome, a miséria, as doenças endémicas, a ignorância; que procuram uma participação mais ampla nos frutos da civilização, uma valorização mais activa das suas qualidades humanas; que se orientam com decisão para o seu pleno desenvolvimento, é seguido com atenção pela Igreja. Depois do Concílio Ecuménico Vaticano II, uma renovada conscientização das exigências da mensagem evangélica traz à Igreja a obrigação de se pôr ao serviço dos homens, para os ajudar a aprofundarem todas as dimensões de tão grave problema e para os convencer da urgência de uma ação solidária neste virar decisivo da história da humanidade.

Doutrina social dos papas

2. Nas grandes encíclicas Rerum Novarum


[1] de Leão XIII, Quadragesimo Anno [2] de Pio XI, Mater et Magistra [3] e Pacem in Terris [4] de João XXIII – não falando das mensagens de Pio XII [5] ao mundo – os nossos predecessores não deixaram de cumprir o dever que lhes incumbia de projectar nas questões sociais do seu tempo a luz do Evangelho.

Fenómeno importante

3. Hoje, o fenómeno importante, de que cada um deve tomar consciência, é o facto da universalidade da questão social. João XXIII afirmou-o claramente [6] e o Concílio fez-lhe eco com a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. [7] Este ensinamento é grave e a sua aplicação urgente. Os povos da fome dirigem-se hoje, de modo dramático, aos povos da opulência. A Igreja estremece perante este grito de angústia e convida cada um a responder com amor ao apelo do seu irmão.

As nossas viagens

4. Antes da nossa elevação ao sumo Pontificado, duas viagens, uma à América Latina (1960) outra à África (1962), puseram-nos em contato imediato com os lancinantes problemas que oprimem continentes tão cheios de vida e de esperança. Revestido da paternidade universal, por ocasião de novas viagens à Terra Santa e à Índia, pudemos ver com os nossos próprios olhos e como que tocar com as nossas próprias mãos as gravíssimas dificuldades que assaltam povos de civilização antiga lutando com o problema do desenvolvimento. Enquanto decorria em Roma o Concílio Ecuménico Vaticano II, circunstâncias providenciais levaram-nos a dirigirmos à Assembleia geral das Nações Unidas: fizemo-nos, diante deste vasto areópago, o advogado dos povos pobres.

Justiça e paz

5. E, ultimamente, no desejo de responder ao voto do Concílio e de concretizar a contribuição da Santa Sé para esta grande causa dos povos em via de desenvolvimento, julgamos ser nosso dever criar entre os organismos centrais da Igreja, uma Comissão pontifícia encarregada de "suscitar em todo o povo de Deus o pleno conhecimento da missão que os tempos actuais reclamam dele, de maneira a promover o progresso dos povos mais pobres, a favorecer a justiça social entre as nações, a oferecer às que estão menos desenvolvidas um auxílio, de maneira que possam prover, por si próprias e para si próprias, ao seu progresso"; [8] Justiça e paz é o seu nome e o seu programa. Pensamos que este mesmo programa pode e deve unir, com os nossos filhos católicos e irmãos cristãos, os homens de boa vontade. Por isso é a todos que hoje dirigimos este apelo solene a uma acção organizada para o desenvolvimento integral do homem e para o desenvolvimento solidário da humanidade.

PRIMEIRA PARTE

PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO HOMEM

1. DADOS DO PROBLEMA

Aspirações dos homens

6. Ser libertos da miséria, encontrar com mais segurança a subsistência, a saúde, um emprego estável; ter maior participação nas responsabilidades, excluindo qualquer opressão e situação que ofendam a sua dignidade de homens; ter maior instrução; numa palavra, realizar, conhecer e possuir mais, para ser mais: tal é a aspiração dos homens de hoje, quando um grande número deles está condenado a viver em condições que tornam ilusório este legítimo desejo. Por outro lado, os povos que ainda há pouco tempo conseguiram a independência nacional, sentem a necessidade de acrescentar a esta liberdade política um crescimento autónomo e digno, tanto social como económico, a fim de garantirem aos cidadãos o seu pleno desenvolvimento humano e de ocuparem o lugar que lhes pertence no concerto das nações.

Colonização e colonialismo

7. Diante da amplitude e urgência da obra a realizar, os meios herdados do passado, apesar de insuficientes, não deixam contudo de ser necessários. Sem dúvida, deve reconhecer-se que as potências colonizadoras se deixaram levar muitas vezes pelo próprio interesse, pelo poder ou pela glória, e a sua partida deixou, em alguns casos, uma situação económica vulnerável, apenas ligada, por exemplo, ao rendimento da monocultura sujeita a variações de preço bruscas e consideráveis. Reconhecendo, embora, os defeitos de certo colonialismo e das suas consequências, não podemos deixar, todavia, de render homenagens às qualidades e às realizações dos colonizadores que levaram a ciência e a técnica a tantas regiões deserdadas e nelas deixaram frutos felizes da sua presença. Por muito incompletas que sejam, permanecem as estruturas que fizeram recuar a ignorância e a doença, estabeleceram comunicações benéficas, e melhoraram as condições de existência.

Desequilíbrio crescente

8. Dito e reconhecido isto, não resta dúvida alguma de que o equipamento existente está longe de bastar para se opor à dura realidade da economia moderna. Entregue a si mesmo, o seu mecanismo arrasta o mundo, mais para o agravamento do que para a atenuação da disparidade dos níveis de vida: os povos ricos gozam de um crescimento rápido, enquanto os pobres se desenvolvem lentamente. O desequilíbrio aumenta: alguns produzem em excesso géneros alimentícios, que faltam cruelmente a outros, vendo estes últimos tornarem-se incertas as suas exportações.

Tomada de consciência cada vez maior

9. Ao mesmo tempo, os conflitos sociais propagaram-se em dimensões mundiais. A violenta inquietação que se apoderou das classes pobres, nos países em via de industrialização, atinge agora aqueles cuja economia é quase exclusivamente agrária: também os camponeses tomam consciência da sua imerecida miséria. [9] Junta-se a isto o escândalo de desproporções revoltantes, não só na posse dos bens mas ainda no exercício do poder.

Enquanto, em certas regiões, uma oligarquia goza de civilização requintada, o resto da população, pobre e dispersa, é "privada de quase toda a possibilidade de iniciativa pessoal e de responsabilidade, e muitas vezes colocada, até, em condições de vida e de trabalho indignas da pessoa humana". [10]

Choque de civilizações

10. Além disso, o choque entre as civilizações tradicionais e as novidades da civilização industrial, quebra as estruturas que não se adaptam às novas condições. O seu quadro, por vezes rígido, era o apoio indispensável da vida pessoal e familiar, e os mais velhos fixam-se nele, enquanto os jovens fogem dele, como de um obstáculo inútil, voltando-se avidamente para novas formas de vida social. O conflito das gerações agrava-se assim com um trágico dilema: ou guardar instituições e crenças atávicas, mas renunciar ao progresso, ou abrir-se às técnicas e civilizações vindas de fora, mas rejeitar, com as tradições do passado, toda a sua riqueza humana. Com efeito, demasiadas vezes cedem os suportes morais, espirituais e religiosos do passado, sem deixarem por isso garantida a inserção no mundo novo.

Conclusão

11. Nesta confusão, torna-se mais violenta a tentação, que talvez leve a messianismos fascinantes, mas construtores de ilusões. Quem não vê os perigos, que daí resultam, de reações populares violentas, de agitações revolucionárias, e de um resvalar para ideologias totalitárias? Tais são os dados do problema, cuja gravidade a ninguém passa despercebida.

2. A IGREJA E O DESENVOLVIMENTO

A obra dos missionários

12. Fiel ao ensino e exemplo do seu divino Fundador, que dava como sinal da sua missão o anúncio da Boa Nova aos pobres, [11] a Igreja nunca descurou a promoção humana dos povos aos quais levava a fé em Cristo. Os seus missionários construíram, não só igrejas, mas também asilos e hospitais, escolas e universidades. Ensinando aos nativos a maneira de tirar melhor partido dos seus recursos naturais, protegeram-nos, com frequência, da cobiça dos estrangeiros. Sem dúvida que a sua obra, pelo que tinha de humano, não foi perfeita e alguns misturaram por vezes a maneira de pensar e de viver do seu país de origem, com a pregação da autêntica mensagem evangélica. Mas também souberam cultivar e promover as instituições locais. Em muitas regiões foram contados entre os pioneiros do progresso material e do desenvolvimento cultural. Basta relembrar o exemplo do padre Charles de Foucauld, que foi considerado digno de ser chamado, pela sua caridade, "Irmão universal", e redigiu um precioso dicionário da língua tuaregue. Sentimo-nos na obrigação de prestar homenagem a estes precursores, tantas vezes ignorados, a quem a caridade de Cristo impelia, assim como aos seus émulos e sucessores, que ainda hoje continuam a servir generosa e desinteressadamente aqueles que evangelizam.

Igreja e mundo

13. Mas as iniciativas locais e individuais já não bastam. A situação actual do mundo exige uma acção de conjunto a partir de uma visão clara de todos os aspectos económicos, sociais, culturais e espirituais. Conhecedora da humanidade, a Igreja, sem pretender de modo algum imiscuir-se na política dos Estados, "tem apenas um fim em vista: continuar, sob o impulso do Espírito consolador, a obra própria de Cristo, vindo ao mundo para dar testemunho da verdade, para salvar, não para condenar, para servir, não para ser servido". [12] Fundada para estabelecer já neste mundo o reino do céu e não para conquistar um poder terrestre, a Igreja afirma claramente que os dois domínios são distintos, como são soberanos os dois poderes, eclesiástico e civil, cada um na sua ordem. [13] Porém, vivendo na história, deve "estar atenta aos sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho". [14] Comungando nas melhores aspirações dos homens e sofrendo de os ver insatisfeitos, deseja ajudá-los a alcançar o pleno desenvolvimento e, por isso, propõe-lhes o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade.

Visão cristã do desenvolvimento

14. O desenvolvimento não se reduz a um simples crescimento económico. Para ser autêntico, deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo, como justa e vincadamente sublinhou um eminente especialista: "não aceitamos que o económico se separe do humano; nem o desenvolvimento, das civilizações em que ele se incluiu. O que conta para nós, é o homem, cada homem, cada grupo de homens, até se chegar à humanidade inteira". [15]

Vocação para o crescimento

15. Nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação. E dado a todos, em germe, desde o nascimento, um conjunto de aptidões e de qualidades para as fazer render: desenvolvê-las será fruto da educação recebida do meio ambiente e do esforço pessoal, e permitirá a cada um orientar-se para o destino que lhe propõe o Criador. Dotado de inteligência e de liberdade, cada um é responsável tanto pelo seu crescimento como pela sua salvação. Ajudado, por vezes constrangido, por aqueles que o educam e rodeiam, cada um, sejam quais forem as influências que sobre ele se exerçam, permanece o artífice principal do seu êxito ou do seu fracasso: apenas com o esforço da inteligência e da vontade, pode cada homem crescer em humanidade, valer mais, ser mais.

Dever pessoal...

16. Por outro lado, este crescimento da pessoa humana não é facultativo. Como toda a criação está ordenada em relação ao Criador, a criatura espiritual é obrigada a orientar espontaneamente a sua vida para Deus, verdade primeira e bem soberano. Assim o crescimento humano constitui como que um resumo dos nossos deveres. Mais ainda, esta harmonia, pedida pela natureza e enriquecida pelo esforço pessoal e responsável, é chamada a ultrapassar-se. Pela sua inserção em Cristo vivificante, o homem entra num desenvolvimento novo, num humanismo transcendente que o leva a atingir a sua maior plenitude: tal é a finalidade suprema do desenvolvimento pessoal.

... e comunitário

17. Mas cada homem é membro da sociedade: pertence à humanidade inteira. Não é apenas tal ou tal homem; são todos os homens, que são chamados a este pleno desenvolvimento. As civilizações nascem, crescem e morrem. Assim como as vagas na enchente da maré avançam sobre a praia, cada uma um pouco mais que a antecedente, assim a humanidade avança no caminho da história. Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós aumentar o círculo da família humana. A solidariedade universal é para nós não só um facto e um benefício, mas também um dever.

Escala de valores

18. Este crescimento pessoal e comunitário ficaria comprometido se se alterasse a verdadeira escala dos valores. É legítimo o desejo do necessário, e o trabalho para o alcançar é um dever: "se alguém não quer trabalhar, que também não coma". [16] Mas a aquisição dos bens temporais pode levar à cobiça, ao desejo de ter sempre mais e à tentação de aumentar o poder. A avareza pessoal, familiar e nacional, pode afectar tanto os mais desprovidos como os mais ricos e suscitar nuns e noutros um materialismo que sufoca o espírito.

Crescimento ambivalente

19. Tanto para os povos como para as pessoas, possuir mais não é o fim último. Qualquer crescimento é ambivalente. Embora necessário para permitir ao homem ser mais homem, torna-o contudo prisioneiro no momento em que se transforma no bem supremo que impede de ver mais além. Então os corações endurecem-se e os espíritos fecham-se, os homens já não se reúnem pela amizade mas pelo interesse, que bem depressa os opõe e os desune. A busca exclusiva do ter, forma então um obstáculo ao crescimento do ser e opõe-se à sua verdadeira grandeza: tanto para as nações como para as pessoas, a avareza é a forma mais evidente do subdesenvolvimento moral.

Para uma condição mais humana

20. Se a procura do desenvolvimento pede um número cada vez maior de técnicos, exige cada vez mais sábios, capazes de reflexão profunda, em busca de humanismo novo, que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo, assumindo os valores superiores do amor, da amizade, da oração e da contemplação. [17]Assim poderá realizar-se em plenitude o verdadeiro desenvolvimento, que é, para todos e para cada um, a passagem de condições menos humanas a condições mais humanas.

O ideal a realizar

21. Deve-se dizer que vivem em condições menos humanas, primeiramente os que são privados do mínimo vital pelas carências materiais ou que por carências morais são mutilados pelo egoísmo. E depois os que são oprimidos por estruturas opressivas, quer provenham dos abusos da posse ou do poder, da exploração dos trabalhadores ou da injustiça das transacções. Mais humanas: a passagem da miséria à posse do necessário, a vitória sobre os flagelos sociais, o alargamento dos conhecimentos, a aquisição da cultura. Também são condições mais humanas: a consideração crescente da dignidade dos outros, a orientação para o espírito de pobreza, [18] a cooperação no bem comum, a vontade da paz; o reconhecimento, pelo homem, dos valores supremos, e de Deus que é a origem e o termo deles. E finalmente e sobretudo, a fé, dom de Deus acolhido pela boa vontade do homem, e a unidade na caridade de Cristo que nos chama a todos a participar como filhos na vida do Deus vivo, Pai de todos os homens.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama



[1] Cf. Acta Leonis XIII, t. XI (1892), pp. 97-148.
[2] Cf. AAS 23 (1931), pp.177-228.
[3] Cf. AAS 53 (1961), pp. 401-464.
[4] Cf. AAS 55 (1963), pp. 257-304.
[5] Cf. principalmente Radiomensagem de 1 de Junho de 1941 no 50° aniversário da Rerum Novarum, AAS 33 (1941), pp.195-205; Radiomensagem do Natal 1942, AAS 35 (1943), pp. 9-24; Alocução a um grupo de operários no aniversário da Rerum Novarum, 14 de maio de 1953, AAS 45 (1953), pp. 402-408.
[6] Cf. Encíclica Mater et Magistra, l5 de maio de 1961, AAS 53 (1961), p. 440.
[7] Gaudium et Spes, n. 63-72, AAS 58 (1966), pp.1084-1094.
[8] Motu proprio Catholicam Christi Ecclesiam, 6 de janeiro de 1967, AAS 59 (1967), p. 27.
[9] Encíclica Rerum Novarum, l5 de maio 1891, Acta Leonis XIII, t. XI (1892), p. 98.
[10] Gaudium et Spes, n. 63 § 3.
[11] Cf. Lc 7, 22.
[12] Gaudium et Spes, n. 3 § 2.
[13] Cf. Encíclica Immortale Dei, l de novembro 1885, Acta Leonis XIII, t. V (1885), p.127.
[14] Gaudium et Spes, n. 4 § 1.
[15] L. J. Lebret, O.P., Dynamique concrète du développement, Paris, Economic et Humanisme, Les Editionis Ouvrières,1961, p. 28.
[16] 2 Ts 3, 10.
[17] Cf., por exemplo, J. Maritain, Les conditions spirituelles du progrès et de la paix, in Rencontre des cultures à l'UNESCO sous le signe du concile oecuménique Vatican II, Paris, Mame,1966, p. 66.
[18] Cf. Mt 5 , 3.

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