Questão 85: Do modo e
da ordem de inteligir.
![](http://3.bp.blogspot.com/-GSN4bDVaQEs/TsPZZCNwL6I/AAAAAAAABK8/GfWgGoVDiGA/s1600/S%25C3%25A3o+Tom%25C3%25A1s+de+Aquino.jpg)
(Supra.
Q. 12, a. 10; q. 58, a. 2; II Sent., dist. III. Q. 3, a. 4; III, dist. XIV, a.
2, qª 4; I Cont. Gent., cap. LV; De Verit., q. 8, a. 14; Qu. De Anima, a. 16,
ad 5; Quodl., VII, q. 1, a. 2).
O
quarto discute-se assim. ― Parece que podemos inteligir muitas coisas
simultaneamente.
1.
― Pois, o intelecto está fora do tempo. Ora, anteriormente e posteriormente
supõem o tempo. Logo, o intelecto não intelige coisas diversas, por
anterioridade e posterioridade, mas simultaneamente.
2.
Demais. ― Nada impede que diversas formas não opostas existam simultaneamente
no mesmo acto; assim, o odor e a cor, num pomo. Ora, as espécies inteligíveis
não são opostas. Logo, nada impede que um mesmo intelecto se actualize
simultaneamente, segundo diversas espécies inteligíveis. E portanto, pode
inteligir muitas coisas simultaneamente.
3.
Demais. ― O intelecto intelige simultaneamente certos todos, como um homem ou
uma casa. Ora, qualquer todo contém muitas partes. Logo, o intelecto, intelige
simultaneamente muitas coisas.
4.
Demais. ― Não se pode conhecer a diferença entre duas coisas sem que elas sejam
apreendidas simultaneamente, como diz Aristóteles; e o mesmo se dá com qualquer
outra comparação. Ora, o nosso intelecto conhece a diferença e a comparação
entre muitas coisas. Logo, conhece muitas simultaneamente.
Mas,
em contrário, diz Aristóteles: podemos inteligir só uma coisa, mas saber
muitas.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ― O intelecto está fora do tempo, que é o número
do movimento das coisas corpóreas. Mas a pluralidade mesma das espécies
inteligíveis causa uma certa sucessão de operações inteligíveis, pela qual uma operação
é anterior a outra; e esta sucessão Agostinho a denomina tempo, quando diz que
Deus move a criatura espiritual, pelo tempo.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Não só as formas opostas não podem existir simultaneamente num
mesmo sujeito, mas nem mesmo quaisquer formas de um mesmo género, embora não
sejam opostas; como se vê pelo exemplo aduzido, das cores e das figuras.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― As partes podem ser inteligidas de duplo modo. Com certa
confusão, enquanto estão no todo; e, assim, conhecidas pela forma una do todo,
são conhecidas simultaneamente. E, de outro modo, com conhecimento distinto,
enquanto cada parte é conhecida pela sua espécie; e então, não são as partes
conhecidas simultaneamente.
RESPOSTA
À QUARTA. ― Quando o intelecto intelige a diferença ou a comparação entre uma
coisa e outra, conhece ambas essas coisas, que entre si diferem ou são
comparadas, sob a noção da comparação mesma ou da diferença; do mesmo modo que,
como já se disse, conhece as partes sob a noção do todo.
Nota:
Revisão da tradução para português por ama
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.