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04/09/2012

Espera

P o e m a s  d a  m i n h a  v i d a


Estou à espera,
não tenho esperança,
mas,
não fiz planos
para sofrer.

Estou só,
calado,
sensato,
embora chorando baixinho,
com feridas abertas
onde me julgara
inatacável.

Estou só,
calado,
sentado,
sem planos,
estou simplesmente
à espera.

Versos loucos,
sem sentido,
a esmo.

Pedaços
que aos poucos
vou partindo de mim mesmo.

Versos de quem não sabe
se deve esperar


que a vida passe,
ou resolver
passar por ela,
de qualquer maneira,
com gritos roucos
olhos lassos,
com versos loucos
de quem desespera
mas ainda espera.

Lisboa, 58

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