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12/05/2012

A LUZ PEQUENINA


Tens os olhos fechados,
e queres ver.
Tens a boca fechada
e queres falar.
Tens o coração encerrado
e queres amar.
Tens a vida contida
e queres viver.

Perdeste a chave
do teu sentido,
e já não a consegues achar.

Procuras nos bolsos,
nas gavetas da memória,
até no mais profundo recôndito
do teu cérebro,
e nada consegues encontrar.

Dás voltas e mais voltas,
já não sabes o que fazer,
para que te possas dar,
talvez mais que receber,
para que tenha sentido,
a tua vida,
o teu viver.

Olha lá bem no fundo,
no fundo do coração,
vês uma luz pequenina
que teima em não se apagar?

Toma-a na palma das mãos,
não precisas de a proteger,
porque quanto mais vento lhe der,
mais a chama vai crescer.

Deixa que ela incendeie
todo o teu coração,
deixa que ela te queime,
num arder que não tem dor,
deixa que ela te ilumine
para que teus olhos possam ver,
deixa que ela te fale,
da vida e do amor,
e quando a luz pequenina
te iluminar por completo,
quando a luz pequenina,
do teu tamanho for,
então deixa que se veja,
também no teu exterior,
para que quem passar por ti,
veja os teus olhos a ver,
ouça a tua boca a falar,
sinta o teu coração a amar,
perceba que em ti a vida
é um permanente viver.

Porque essa luz pequenina,
quando a deixamos crescer,
torna-se toda amor
e faz-nos irmãos e discípulos
de Jesus, Nosso Senhor.


Marinha Grande, 15.06.2009

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