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02/05/2012

Leitura espiritual para 02 Mai 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 6, 16-34



16 Quando chegou a tarde, os Seus discípulos desceram para junto do mar 17 e, tendo subido para uma barca, atravessaram o mar em direcção a Cafarnaum. Era já escuro, e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. 18 Entretanto, o mar começava a encrespar-se, por causa do vento forte que soprava. 19 Tendo remado cerca de vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus caminhando sobre o mar, em direcção à barca, e ficaram atemorizados. 20 Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não temais». 21 Quiseram então recebê-l'O na barca e logo a barca chegou à terra para onde iam. 22 No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, advertiu que não havia ali mais que uma barca e que Jesus não tinha entrado nela com os Seus discípulos, mas que os Seus discípulos tinham partido sós. 23 Entretanto, arribaram de Tiberíades outras barcas perto do lugar onde haviam comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 24 Tendo, pois, a multidão visto que lá não estava nem Jesus nem os Seus discípulos, entrou naquelas barcas e foi a Cafarnaum em busca de Jesus. 25 Tendo-O encontrado do outro lado do mar, disseram-lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». 26 Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Vós buscais-Me não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. 27 Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Porque n'Ele imprimiu Deus Pai o Seu selo». 28 Eles, então, disseram-Lhe: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?». 29 Jesus respondeu: «A obra de Deus é esta: Que acrediteis n'Aquele que Ele enviou». 30 Mas eles disseram-Lhe: «Que milagre fazes Tu, para que o vejamos e acreditemos em Ti? Que fazes Tu? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo está escrito: “Deu-lhes a comer o pão do céu”». 32 Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o Pão de Deus é Aquele que desceu do céu e dá a vida ao mundo».  34 Então disseram-Lhe: «Senhor, dá-nos sempre desse pão».






CARTA ENCÍCLICA
SLAVORUM APOSTOLI
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
AOS BISPOS, AOS SACERDOTES,
ÀS FAMÍLIAS RELIGIOSAS
E A TODOS OS FIÉIS CRISTÃOS,
PARA COMEMORAR A OBRA DE EVANGELIZAÇÃO
DOS SANTOS CIRILO E METÓDIO
NO UNDÉCIMO CENTENÁRIO

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III
ARAUTOS DO EVANGELHO

8. Bizantinos pela cultura, os irmãos Cirilo e Metódio souberam tornar-se apóstolos dos eslavos no sentido pleno da palavra. O afastamento da pátria é algo que Deus às vezes exige dos homens que escolhe; aceitá-lo com fé na sua promessa é sempre uma condição misteriosa e fecunda para o desenvolvimento e o crescimento do povo de Deus na Terra. O Senhor disse a Abraão: "Sai da tua terra, da tua pátria e da tua casa paterna e vai para a região que eu te mostrar. E eu farei sair de ti um grande povo e te abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênção". 13

Durante a visão nocturna que são Paulo teve em Trôade, na Ásia Menor, um macedónio, portanto um habitante do continente europeu, apresentou-se diante dele e suplicou-lhe que fosse para junto do seu povo, para ali anunciar a palavra de Deus: "Passa para a Macedónia e traz-nos auxílio". 14

A Providência divina, que para os dois santos irmãos se manifestou pela voz e autoridade do Imperador de Bizâncio e do Patriarca da Igreja de Constantinopla, exortou-os de maneira semelhante, ao pedir-lhes que se dirigissem em missão junto aos eslavos. Esse encargo implicava para eles ter de deixar não só uma situação honrosa, mas também a vida contemplativa; comportava ter de sair do âmbito do Império bizantino e empreender uma longa peregrinação a serviço do Evangelho, entre povos que se encontravam, sob muitos aspectos, bem longe do sistema de convivência em sociedade fundada sobre a organização avançada do Estado e sobre a aprimorada cultura de Bizâncio, impregnada de princípios cristãos. O Romano Pontífice por três vezes faz análogo apelo a Metódio, quando o enviou como bispo para o meio dos eslavos da Grande Morávia, nas regiões eclesiásticas da antiga diocese de Panónia.

9. A Vida de Metódio em eslavo apresenta o pedido que foi dirigido pelo príncipe Ratislau ao imperador Miguel III, por intermédio dos seus enviados, com estas palavras: "Chegaram aqui, em nosso meio, numerosos mestres cristãos da Itália, da Grécia e da Germânia, para nos instruir de diversas maneiras. Mas nós, os eslavos... não temos ninguém que nos oriente para a verdade e nos instrua de modo compreensível". 15 Foi então que foram convidados Constantino e Metódio. A sua resposta ao convite, profundamente cristã nessa conjuntura e em todas as outras circunstâncias semelhantes, está admiravelmente expressa nas palavras que Constantino dirigiu ao Imperador: "Ainda que cansado e fisicamente combalido, irei com alegria para esse País"; 16 "Parto com alegria, motivado pela fé cristã". 17

A verdade e a força de seu mandato missionário nasciam das profundezas do mistério da Redenção, e a sua obra evangelizadora entre os povos eslavos deveria constituir um elo importante na missão que o Salvador confiou à Igreja universal até o fim dos tempos. Ela constituiu — numa época determinada e em circunstâncias concretas — o cumprimento das palavras de Cristo que, com o poder da sua Cruz e da sua Ressurreição, ordenou aos apóstolos: «Pregai o Evangelho a toda criatura»; 18 «Ide, ensinai todas as gentes». 19 Procedendo como procederam, os evangelizadores e mestres dos povos eslavos deixaram-se orientar pelo ideal apostólico de são Paulo: "De fato, todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, pois quantos fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo. Não há judeu nem gentio, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher: todos vós sois um só em Cristo Jesus". 20

Além de um grande respeito pelas pessoas e da solicitude desinteressada pelo seu verdadeiro bem, os dois santos irmãos demonstraram ter também os adequados recursos de energia, de prudência, de zelo e de caridade, indispensáveis para levar a luz aos futuros fiéis cristãos e, ao mesmo tempo, para lhes indicar o bem e para os ajudar concretamente a alcançá-lo. Foi com este objectivo que eles quiseram tornar-se semelhantes, sob todos os aspectos, àqueles a quem levavam o Evangelho; procuraram integrar-se naqueles povos e compartilhar em tudo a sua sorte.

10. Precisamente por esse motivo julgaram natural tomar claramente uma posição em todos os conflitos, que então perturbavam as sociedades eslavas, em vias de organização, assumindo como próprias as dificuldades e os problemas inevitáveis para povos que defendiam a própria identidade, em face da pressão militar e cultural do novo Império romano germânico, e que tentavam repelir aquelas formas de vida que eles consideravam como estranhas. Era também o momento em que começavam divergências mais amplas, infelizmente destinadas a acentuar-se, entre a cristandade oriental e a ocidental, nas quais os dois santos missionários se acharam pessoalmente implicados. Mas eles souberam manter sempre uma ortodoxia incontestável e demonstrar que, coerentemente, estavam bem atentos tanto ao depósito da tradição como às novas maneiras de viver próprias dos povos evangelizados. Situações contrastantes não raro se lhes apresentaram com toda a sua ambígua e dolorosa complexidade. Mas nem por isso Constantino e Metódio procuraram fugir da provação: a incompreensão, a má fé declarada e até, para são Metódio, os grilhões, aceitos por amor de Cristo, não conseguiram demover nem um nem outro da determinação firme de favorecer e de servir o maior bem dos povos eslavos e a unidade da Igreja universal. Foi o preço que tiveram de pagar pela difusão do Evangelho, pela empresa missionária e pela busca corajosa de novas formas de vida e de meios eficazes para fazer com que a Boa Nova chegasse às nações eslavas que se estavam formando.

Com a perspectiva da evangelização — como as suas biografias indicam —, os dois santos irmãos dedicaram-se à difícil tarefa de traduzir os textos da Sagrada Escritura, que eles conheciam em grego, para a língua daquela estirpe eslava, que se estabelecera até os confins da sua região e da sua terra natal. Valendo-se para esta obra árdua e singular da língua grega que dominavam e da própria cultura, eles propuseram-se como objectivo chegar a compreender e a penetrar a língua, os costumes e as tradições próprios dos povos eslavos, interpretando fielmente as suas aspirações e os valores humanos que neles havia e neles se exprimiam.

11. Para traduzir as verdades evangélicas numa língua nova, eles tiveram de fazer o possível para conhecer bem a fundo o mundo interior daqueles a quem pretendiam anunciar a palavra de Deus com imagens e conceitos que Lhes fossem familiares. Introduzir correctamente as noções da Bíblia e os conceitos da teologia grega num contexto de experiências históricas e de pensamentos muito diversos apresentava-se para eles como condição indispensável para o feliz êxito da sua actividade missionária. Tratava-se de um novo método de catequese. Para defender a legitimidade e demonstrar a eficácia do mesmo, são Metódio não hesitou em acolher docilmente, num primeiro momento com o irmão e depois sozinho, os convites que lhe foram dirigidos para ir a Roma, recebidos no ano de 867 pelo papa Nicolau I, e no ano de 879 pelo papa João VIII, que quiseram confrontar a doutrina que eles ensinavam na Grande Morávia com aquela que fora legada, juntamente com o troféu glorioso das suas relíquias, pelos apóstolos são Pedro e são Paulo à primeira cátedra episcopal da Igreja.

Para começar, Constantino e os seus colaboradores tinham-se empenhado em criar um novo alfabeto, para que as verdades que deveriam ser anunciadas e explicadas pudessem ser escritas na língua eslava e, desse modo, se tomassem inteiramente compreensíveis e assimiláveis aos seus destinatários. O esforço para se familiarizar com a língua e com a mentalidade dos novos povos, aos quais havia de ser levada a fé, foi deveras digno do espírito missionário, como foi exemplar também a determinação em assimilar e fazer próprias todas as exigências e as expectativas dos povos eslavos. A generosa decisão de identificar-se com a sua própria vida e com a sua tradição, depois de as terem purificado e iluminado com a Revelação, toma Cirilo e Metódio verdadeiros modelos para todos os missionários que, nas diversas épocas, acolheram o apelo de são Paulo de fazer-se tudo para todos a fim de resgatar todos os homens; e, em particular, para os missionários que desde a antiguidade até os tempos modernos — da Europa à Ásia e hoje em todos os continentes — se esforçaram por traduzir para as línguas vivas dos diversos povos a Bíblia e os textos litúrgicos, com o objectivo de fazer ouvir nelas a única palavra de Deus, deste modo tornada acessível pela adopção dos meios de se exprimir próprios de cada civilização.

A comunhão perfeita no amor preserva a Igreja de qualquer forma de particularismo ou de exclusivismo étnico ou de preconceito racial, bem como de qualquer orgulho nacionalista. Esta comunhão deve elevar e sublimar todos os sentimentos legítimos puramente naturais do coração humano.

IV
IMPLANTARAM A IGREJA DE DEUS

12. A característica que eu desejo realçar, de maneira especial, no comportamento seguido pelos apóstolos dos eslavos, Cirilo e Metódio, é o seu modo pacífico de edificar a Igreja, inspirados como eram pela sua concepção da Igreja una, santa e universal.

Embora os cristãos eslavos, mais do que quaisquer outros, considerem de bom grado os santos irmãos como "eslavos de coração", estes continuam todavia homens de cultura helénica e de formação bizantina; isto é, homens que pertencem em tudo à tradição do Oriente cristão, tanto civil como eclesiástico.

No seu tempo, as divergências entre Constantinopla e Roma já haviam começado a delinear-se como pretextos de desunião, muito embora se estivesse ainda longe da deplorável cisão entre as duas partes da mesma cristandade. Os evangelizadores e mestres dos eslavos partiram em direcção à Grande Morávia, compenetrados de toda a riqueza da tradição e da experiência religiosa que caracterizava o cristianismo oriental e que tinha um reflexo particular no ensino teológico e na celebração da sagrada liturgia.

Não apenas todo ofício divino era celebrado, havia já muito tempo, em grego, em todas as igrejas situadas dentro das fronteiras do Império bizantino, mas as tradições próprias de numerosas Igrejas nacionais do Oriente — como a georgiana e a siríaca —, que usavam para o serviço divino a língua do seu povo, eram bem conhecidas pela cultura superior de Constantinopla, de modo especial por Constantino Filósofo, graças aos seus estudos e aos repetidos contactos que havia tido com cristãos daquelas Igrejas, tanto na capital como no decorrer das suas viagens.

Ambos os irmãos, conscientes da antiguidade e da legitimidade dessas sagradas tradições, não tiveram pois receio de empregar a língua eslava na liturgia, tornando-a um instrumento eficaz para familiarizar com as verdades divinas todos os que falavam essa língua. Fizeram isso com uma consciência a que era alheio qualquer espírito de superioridade ou de dominação; mas por amor à justiça e com zelo apostólico evidente, em relação aos povos que estavam a desenvolver-se.

O cristianismo ocidental, depois das migrações dos novos povos, amalgamara os grupos étnicos adventícios com as populações latinas aí residentes, estendendo a todos, no intuito de uni-los, a língua, a liturgia e a cultura latinas, veiculadas pela Igreja de Roma. Da uniformidade assim alcançada derivava para sociedades relativamente novas e em plena expansão um sentimento de força e de coesão, que contribuía quer para uma união mais estreita entre si, quer para uma sua afirmação mais vigorosa na Europa. Pode compreender-se que, numa situação semelhante, qualquer diversidade podia ser interpretada por muitos como uma ameaça à unidade ainda em devir, e como podia tornar-se forte a tentação de eliminá-la, recorrendo eventualmente mesmo à força de coerção.

13. Sob este ponto de vista, é singular e admirável verificar que os santos irmãos, actuando em situações tão complexas e precárias, não procuravam impor aos povos aos quais deviam pregar nem sequer a indiscutível superioridade da língua grega e da cultura bizantina, ou os costumes e modos de comportar-se da sociedade mais desenvolvida, em que eles próprios haviam sido educados e que, evidentemente, continuavam a ser para eles familiares e caros. Movidos pelo ideal de unir em Cristo os novos fiéis, eles adaptaram à língua eslava os textos ricos e requintados da liturgia bizantina e conformaram à mentalidade e aos costumes dos novos povos as elaborações sutis e complexas do direito greco-romano. Em função desse mesmo programa de concórdia e de paz, respeitaram em todos os momentos as obrigações da sua missão, tendo em conta as prerrogativas tradicionais e os direitos eclesiásticos definidos pelos cânones conciliares, de tal maneira que julgaram seu dever mesmo como súbditos do Império do Oriente e cristãos sujeitos à jurisdição do Patriarcado de Constantinopla — prestar contas ao Romano Pontífice das suas actividades missionárias e submeter ao seu juízo, para obter a devida aprovação, a fé que professavam e ensinavam, os livros litúrgicos compostos em língua eslava e os métodos adoptados para a evangelização daqueles povos.

Tendo empreendido a sua missão por mandato de Constantinopla, eles procuraram depois, em certo sentido, que ela fosse confirmada, voltando-se para a Sé Apostólica de Roma, centro visível da unidade da Igreja. 21 Foi assim que eles edificaram a Igreja, movidos pelo sentido da sua universalidade, como Igreja una, santa, católica e apostólica. É o que resulta de forma bem clara e bem explícita de todo o seu modo de comportar-se. Pode-se dizer que a invocação de Jesus na oração sacerdotal — ut unum sint (para que sejam uma coisa só) 22 — representa o seu lema missionário, segundo o espírito das palavras do salmista: "Nações, louvai todas ao Senhor, enaltecei-o, povos todos". 23 Para nós, homens de hoje, o seu apostolado, indirectamente, possui também a eloquência de um apelo ecuménico: é um convite a reedificar, na paz da reconciliação, a unidade que ficou gravemente fendida pouco depois da época dos santos Cirilo e Metódio e, em primeiríssimo lugar, a unidade entre o Oriente e o Ocidente.

A convicção dos santos irmãos de Salónica, segundo a qual todas as Igrejas locais são chamadas a enriquecer com os próprios dons o "pleroma" católico, estava em perfeita harmonia com a sua intuição evangélica de que as diversas condições de vida das Igrejas cristãs particulares não podem nunca justificar dissonâncias, discórdias e dilacerações na profissão da única fé e na prática da caridade.

14. Como é sabido, segundo o ensinamento do Concílio Vaticano II, "entendem-se por movimento ecuménico todas as actividades e iniciativas que são suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e as oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos". 24 Não parece, pois, nada anacrónico ver nos santos Cirilo e Metódio os autênticos precursores do ecumenismo, pelo fato de eles terem querido eficazmente eliminar ou diminuir todas as divisões verdadeiras ou até só aparentes entre as diversas comunidades que fazem parte da mesma Igreja. De fato, a divisão, que por infelicidade aconteceu na história da Igreja e lamentavelmente ainda perdura, "não só contradiz abertamente a vontade de Cristo, como também é motivo de escândalo para o mundo e prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a todas as criaturas". 25

A solicitude ardorosa demonstrada por ambos os irmãos, especialmente por Metódio, em virtude da sua responsabilidade episcopal, por conservar a unidade da fé e do amor entre as Igrejas das quais faziam parte, isto é, a Igreja de Constantinopla e a Igreja romana, de uma parte, e as Igrejas nascentes em terras eslavas, de outra, foi e continuará a ser sempre o seu grande mérito. Este mérito apresenta-se ainda maior se se tiver em conta que a sua missão se desenrolou no período 863-885, portanto em anos críticos, em que se manifestaram e começaram a aprofundar-se a dissidência e a áspera controvérsia entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente. A divisão acentuou-se por causa da questão da dependência canónica da Bulgária, que precisamente nessa altura tinha aceitado oficialmente o cristianismo.

Nesse período tempestuoso, assinalado também por conflitos armados entre povos cristãos confinantes, os santos irmãos de Salónica mantiveram uma fidelidade firme e bem vigilante em relação à recta doutrina e à tradição da Igreja perfeitamente unida e, em particular, às "instituições divinas" e as "instituições eclesiásticas", 26 sobre as quais, segundo os cânones dos antigos Concílios, assentavam a sua estrutura e a sua organização. Essa fidelidade permitiu-lhes levar a bom termo as suas grandes tarefas missionárias e permanecer em plena unidade espiritual e canónica com a Igreja romana, com a Igreja de Constantinopla e com as novas Igrejas, por eles fundadas entre os povos eslavos.

(Nota: Revisão da tradução para português por ama)
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Notas:
22 Jo 17,21s.
23 Sl 117 116, 1.
24 Decr. sobre o Ecumenismo Unitatis redintegratio, 4.
25 Decr. sobre o Ecumenismo Unitatis redintegratio, 1.
26 Cf. Vita Methodii IX, 3; VIII, 16: ed. cit., pp. 229; 228

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