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05/04/2012

Leitura Espiritual para 05 Abr 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 19, 1-27

1 Tendo entrado em Jericó, atravessava a cidade. 2 Eis que um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos e rico, 3 procurava conhecer de vista Jesus, mas não podia por causa da multidão, porque era pequeno de estatura. 4 Correndo adiante, subiu a um sicómoro para O ver, porque havia de passar por ali. 5 Quando chegou Jesus àquele lugar, levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, porque convém que Eu fique hoje em tua casa». 6 Ele desceu a toda a pressa, e recebeu-O alegremente.7 Vendo isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um homem pecador». 8 Entretanto, Zaqueu, de pé diante do Senhor, disse-Lhe: «Eis, Senhor, que dou aos pobres metade dos meus bens e, naquilo em que tiver defraudado alguém, restituir-lhe-ei o quádruplo». 9 Jesus disse-lhe: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. 10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido». 11 Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por estar perto de Jerusalém e porque julgavam que o reino de Deus se havia de manifestar em breve. 12 Disse pois: «Um homem nobre foi para um país distante tomar posse de um reino, para depois voltar. 13 Chamando dez dos seus servos, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai com elas até eu voltar. 14 Mas os seus concidadãos aborreciam-no e enviaram atrás dele deputados encarregados de dizer: Não queremos que este reine sobre nós. 15 «Quando ele voltou, depois de ter tomado posse do reino, mandou chamar aqueles servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinha lucrado cada um. 16 Veio o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. 17 Ele disse-lhe: Está bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, serás governador de dez cidades. 18 Veio o segundo e disse: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. 19 Respondeu-lhe: Sê tu também governador de cinco cidades. 20 Veio depois o outro e disse: Senhor, eis a tua mina que guardei embrulhada num lenço, 21 porque tive medo de ti, que és um homem austero, que tiras donde não puseste e recolhes o que não semeaste. 22 Disse-lhe o senhor: Servo mau, pela tua mesma boca te julgo. Sabias que eu sou um homem austero, que tiro donde não pus e recolho o que não semeei; 23 então, porque não puseste o meu dinheiro num banco, para que, quando eu viesse, o recebesse com os juros? 24 Depois disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez. 25 Eles responderam-lhe: Senhor, ele já tem dez. 26 Pois eu vos digo que àquele que tiver, se lhe dará; mas àquele que não tem, ainda mesmo o que tem lhe será tirado.27 Quanto, porém, àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu fosse seu rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença!».

CARTA APOSTÓLICA
MULIERIS DIGNITATEM
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
SOBRE A DIGNIDADE
E A VOCAÇÃO DA MULHER
POR OCASIÃO DO ANO MARIANO
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Apoiado no Evangelho desenvolveu-se e aprofundou-se o sentido da virgindade como vocação também para a mulher, vocação em que se confirma a sua dignidade à semelhança da Virgem de Nazaré. O Evangelho propõe o ideal da consagração da pessoa, que significa a sua dedicação exclusiva a Deus em virtude dos conselhos evangélicos, em particular os da castidade, pobreza e obediência. A encarnação perfeita dos mesmos é o próprio Jesus Cristo. Quem deseja segui-lo de modo radical escolhe pautar a sua vida segundo tais conselhos. Estes distinguem-se dos mandamentos e indicam ao cristão o caminho da radicalidade evangélica. Desde o início do cristianismo, tanto homens como mulheres avançam por este caminho, pois o ideal evangélico é dirigido ao ser humano, sem fazer diferença alguma de ordem sexual.

Neste contexto mais amplo é preciso considerar a virgindade como um caminho também para a mulher, um caminho pelo qual, diversamente do matrimónio, ela realiza a sua personalidade de mulher. Para compreender este caminho é preciso ainda uma vez recorrer à ideia fundamental da antropologia cristã. Na virgindade livremente escolhida, a mulher confirma-se como pessoa, isto é, como criatura que o Criador desde o início quis por si mesma, e contemporaneamente realiza o valor pessoal da própria feminilidade, tornando-se “um dom sincero” para Deus que se revelou em Cristo, um dom para Cristo Redentor do homem e Esposo das almas: um dom “esponsal”. Não se pode compreender correctamente a virgindade, a consagração da mulher na virgindade, sem recorrer ao amor esponsal: é, de facto, num amor como esse que a pessoa se torna um dom para o outro. De resto, de modo análogo deve ser entendida a consagração do homem no celibato sacerdotal ou no estado religioso.

A natural disposição esponsal da personalidade feminina encontra uma resposta na virgindade assim compreendida. A mulher, chamada desde o “princípio” a amar e a ser amada, encontra na vocação à virgindade, antes de tudo, Cristo como o Redentor que “amou até o fim” por um dom total de si mesmo, e ela responde a este dom por um “dom sincero” de toda a sua vida. Ela doa-se, pois, ao Esposo divino, e esta sua doação pessoal tende à união, que tem um carácter propriamente espiritual: mediante a acção do Espírito Santo torna-se “um só espírito” com Cristo-esposo (cf. 1 Cor 6, 17).

é este o ideal evangélico da virgindade, no qual se realizam de forma especial tanto a dignidade como a vocação da mulher. Na virgindade assim entendida exprime-se o assim chamado radicalismo do Evangelho: deixar tudo e seguir Cristo (cf. Mt 19, 27). Isso não pode ser comparado ao simples permanecer solteiros ou celibatários, porque a virgindade não se restringe ao simples “não”, mas contém um profundo “sim” na ordem esponsal: o doar-se por amor de modo total e indiviso.

A maternidade segundo o espírito

21. A virgindade no sentido evangélico comporta a renúncia ao matrimónio e, por conseguinte, também à maternidade física. Todavia, a renúncia a este tipo de maternidade, que pode também comportar um grande sacrifício para o coração da mulher, abre para a experiência de uma maternidade de sentido diverso: a maternidade “segundo o espírito” (cf. Rm 8, 4). A virgindade, de facto, não priva a mulher das suas prerrogativas. A maternidade espiritual reveste-se de múltiplas formas. Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o carisma e as regras dos diversos Institutos de carácter apostólico, ela poderá exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos mais necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados, os órfãos, os idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em geral, os marginalizados. Uma mulher consagrada reencontra desse modo o Esposo, diverso e único em todos e em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: «tudo o que fizestes a um destes... a mim o fizestes» (Mt 25, 40). O amor esponsal comporta sempre uma singular disponibilidade para ser infundido sobre quantos se encontram no raio da sua acção. No matrimónio, esta disponibilidade, embora aberta a todos, consiste particularmente no amor que os pais dedicam aos filhos. Na virgindade, tal disponibilidade está aberta a todos os homens, abraçados pelo amor de Cristo esposo.

Em relação a Cristo, que é o Redentor de todos e de cada um, o amor esponsal, cujo potencial materno se esconde no coração da mulher, esposa virginal, está também disposto a abrir-se para todos e cada um. Isso se verifica nas Comunidades religiosas de vida apostólica e diversamente naquelas de vida contemplativa ou de clausura. Existem, além disso, outras formas de vocação para a virgindade por causa do Reino, como, par exemplo, os Institutos Seculares, ou as Comunidades de consagrados que florescem dentro de Movimentos, Grupos e Associações: em todas estas realidades, a mesma verdade sobre a maternidade espiritual das pessoas que vivem na virgindade encontra uma multiforme confirmação. Em todo o caso, trata-se não somente de formas comunitárias, mas também de formas extra-comunitárias. Em definitivo, a virgindade, como vocação da mulher, é sempre a vocação de uma pessoa, de uma pessoa concreta e única. Portanto, é também profundamente pessoal a maternidade espiritual que se faz sentir nesta vocação.

Baseado nisto se verifica também uma aproximação específica entre a virgindade da mulher não casada e a maternidade da mulher casada. Tal aproximação vai não só da maternidade para a virgindade, como se acentuou acima, mas vai também da virgindade para o matrimónio, entendido como forma de vocação da mulher, em que esta se torna mãe dos filhos nascidos do seu ventre. O ponto de partida desta segunda analogia é o significado das núpcias. Com efeito, a mulher é “casada” quer pelo sacramento do matrimónio, quer espiritualmente pelas núpcias com Cristo. Num e outro caso as núpcias indicam o “dom sincero da pessoa” da esposa ao esposo. Deste modo - pode-se dizer - o perfil do matrimónio encontra-se espiritualmente na virgindade. E se se tratar de maternidade física, não deverá, porventura, também ela ser uma maternidade espiritual para responder à verdade global do homem que é uma unidade de corpo e de espírito? Existem, por conseguinte, muitas razões para ver nestes dois caminhos diversos - duas vocações diversas de vida da mulher - uma profunda complementaridade e até uma profunda união no interior do ser da pessoa.

“Filhinhos meus por quem sofro novamente as dores do parto”

22. O Evangelho revela e permite compreender precisamente este modo de ser da pessoa humana. O Evangelho ajuda toda mulher e todo homem a vivê-lo e assim a realizar-se. Existe, de facto, uma total igualdade em relação aos dons do Espírito Santo, em relação às “grandes obras de Deus” (At 2, 11). Não só isso. Precisamente diante das “grandes obras de Deus”, o apóstolo-homem sente necessidade de recorrer àquilo que é por essência feminino, a fim de exprimir a verdade sobre o próprio serviço apostólico. Exactamente assim age Paulo de Tarso, quando se dirige aos Gálatas com as palavras: “Filhinhos meus por quem sofro novamente as dores do parto” (Gál 4, 19). Na primeira Carta aos Coríntios (7, 38) o apóstolo anuncia a superioridade da virgindade sobre o matrimónio, doutrina constante da Igreja no espírito das palavras de Cristo, relatadas no Evangelho de Mateus (19, 10-12), sem ofuscar absolutamente a importância da maternidade física e espiritual. Para ilustrar a missão fundamental da Igreja, ele não encontra outra coisa melhor do que se referir à maternidade.

Encontramos um reflexo da mesma analogia — e da mesma verdade — na Constituição dogmática sobre a Igreja. Maria é a “figura” da Igreja: (43) «Com efeito, no mistério da Igreja - pois também a Igreja é com razão chamada mãe e virgem - Maria precedeu, apresentando-se de modo eminente e singular, como modelo de virgem e de mãe... Deu à luz o Filho, a quem Deus constituiu primogénito entre muitos irmãos (cf. Rom 8, 29) isto é, entre os fiéis, para cuja regeneração e formação ela coopera com amor de mãe”. “Por certo, a Igreja, contemplando-lhe a arcana santidade, imitando-lhe a caridade e cumprindo fielmente a vontade do Pai, mediante a palavra de Deus recebida na fé, torna-se também ela mãe, pois pela pregação e pelo baptismo ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus”. Trata-se aqui da maternidade «segundo o espírito” a respeito dos filhos e filhas do Género humano. Tal maternidade - como foi dito - torna-se a “parte” da mulher também na virgindade. A Igreja “também é virgem que íntegra e puramente guarda a fé prometida ao Esposo”. Isto se realiza em Maria da maneira mais perfeita. A Igreja, pois, “imitando a Mãe do seu Senhor, pela virtude do Espírito Santo, conserva virginalmente uma fé íntegra, uma sólida esperança e uma sincera caridade”.

O Concílio confirmou que se não se recorre à Mãe de Deus, não é possível compreender o mistério da Igreja, a sua realidade, a sua vitalidade essencial. Indirectamente encontramos aqui a referência ao paradigma bíblico da “mulher”, delineado claramente já na descrição do “princípio” (cf. Gén 3, 15), e ao longo do percurso que vai da criação, passando pelo pecado, até chegar à redenção. Deste modo se confirma a união profunda entre o que é humano e o que constitui a economia divina da salvação na história do homem. A Bíblia convence-nos do facto de que não se pode ter uma adequada hermenêutica do homem, ou seja, daquilo que é “humano”, sem um recurso adequado àquilo que é “feminino”. Analogamente acontece na economia salvífica de Deus: se queremos compreendê-la plenamente em relação a toda a história do homem, não podemos deixar de lado, na óptica de nossa fé, o mistério da “mulher”: virgem-mãe-esposa.

VII

A IGREJA - ESPOSA DE CRISTO

O “grande mistério”

A este respeito as palavras da Carta aos Efésios têm uma importância fundamental: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou a si mesmo por ela, a fim de santificá-la, purificando-a com o lavar de água juntamente com a palavra, para apresentar a si próprio essa Igreja resplandecente de glória, sem mancha, nem ruga, nem coisa alguma semelhante, para que seja santa e irrepreensível. Desse modo devem também os maridos amar as mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou sua própria carne, antes, cada qual a nutre e dela toma cuidados, como Cristo faz também com a Igreja, pois nós somos membros do seu corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, unir-se-á à sua mulher e passarão os dois a formar uma só carne. Grande mistério é este: mas digo-o referindo-me a Cristo e à Igreja” (5, 25-32).

Nesta Carta o autor exprime a verdade sobre a Igreja como esposa de Cristo, indicando igualmente como esta verdade se radica na realidade bíblica da criação do homem como varão e mulher. Criados à imagem e semelhança de Deus como “unidade dos dois”, ambos foram chamados a um amor de carácter esponsal. Pode-se dizer também que, seguindo a descrição da criação no Livro do Génesis (2, 18-25), este chamamento fundamental se manifesta juntamente com a criação da mulher e é inscrito pelo Criador na instituição do matrimónio, que, segundo o Génesis 2, 24, desde o início possui o carácter de união das pessoas (“communio personarum”). Embora não directamente, a mesma descrição do “princípio” (cf. Gén 1, 27 e Gén 2, 24) indica que todo o “ethos” das relações recíprocas entre o homem e a mulher deve corresponder à verdade pessoal do seu ser.

Tudo isto já foi considerado precedentemente. O texto da Carta aos Efésios confirma ainda uma vez a verdade acima apresentada e, ao mesmo tempo, compara o carácter esponsal do amor entre o homem e a mulher com o mistério de Cristo e da Igreja. Cristo é o Esposo da Igreja, a Igreja é a Esposa de Cristo. Esta analogia não deixa de ter precedentes: ela transfere para o Novo Testamento o que já estava presente no Antigo Testamento, particularmente nos profetas Oséias, Jeremias, Ezequiel e Isaías. As respectivas passagens merecem uma análise à parte. Citemos pelo menos um texto. Eis como Deus fala ao seu povo eleito através do profeta: “Não temas, porque não terás que te envergonhar; não te confundas, porque não terás do que te enrubescer; antes, esquecerás a vergonha da tua juventude, e não te lembrarás mais da afronta da tua viuvez; porque o teu esposo é o teu Criador, cujo nome é Senhor dos exércitos; o teu redentor é o Santo de Israel, que se chama Deus de toda terra... Será, por acaso, repudiada a mulher desposada na juventude? Diz o teu Deus. Por um breve instante eu te abandonei, e com grande afecto, voltarei a acolher-te. Num rapto de ira, ocultei-te o meu rosto por um momento; mas com perene clemência compadeci-me de ti, diz o teu redentor, o Senhor... Abalar-se-ão os montes e os outeiros vacilarão, mas a minha clemência de ti não se apartará, e o meu pacto de paz não vacilará” (Is 54, 4-8.10).

Se o ser humano - homem e mulher - foi criado à imagem e semelhança de Deus, Deus pode falar de si pelos lábios do profeta, servindo-se da linguagem que é por essência humana: no texto citado de Isaías é “humana” a expressão do amor de Deus, mas o amor em si mesmo é divino. Sendo amor de Deus, esse amor tem um carácter esponsal propriamente divino, ainda que venha expresso com a analogia do amor do homem para com a mulher. Essa mulher-esposa é Israel, enquanto povo escolhido por Deus, e esta eleição tem sua origem exclusiva no amor gratuito de Deus. É justamente por este amor que se explica a Aliança, apresentada frequentemente como uma aliança matrimonial, que Deus renova sempre com o seu povo escolhido. Esta aliança, da parte de Deus, é “um compromisso” duradouro; ele permanece fiel ao seu amor esponsal, embora a esposa se tenha demonstrado muitas vezes infiel.

Esta imagem do amor esponsal ligada com a figura do Esposo divino — uma imagem muito clara nos textos proféticos — encontra a sua confirmação e coroamento na Carta aos Efésios (5, 23-32). Cristo é saudado como esposo por João Batista (cf. Jo 3, 27-29): antes, o próprio Cristo aplica a si esta comparação tomada dos profetas (cf. Mc 2, 19-20). O apóstolo Paulo, que traz em si todo o património do Antigo Testamento, escreve aos Coríntios: “Pois bem, eu sou ciumento de vós, do mesmo ciúme de Deus, por vos ter desposado com um único esposo, para apresentar-vos a Cristo como virgem pura” (2 Cor 11, 2). A expressão mais plena, porém, da verdade sobre o amor de Cristo redentor, segundo a analogia do amor esponsal no matrimónio, se encontra na Carta aos Efésios: “Cristo amou a Igreja e se entregou a si mesmo por ela” (5, 25); e nisto se confirma plenamente o facto de a Igreja ser a esposa de Cristo: “O teu redentor é o Santo de Israel” (Is 54, 5). No texto Paulino, a analogia da relação esponsal toma ao mesmo tempo duas direcções, que formam o conjunto do “grande mistério” (“sacramentum magnum”). A aliança própria dos esposos “explica” o carácter esponsal da união de Cristo com a Igreja, e esta união, por sua vez, como “grande sacramento”, decide da sacramentalidade do matrimónio como aliança santa dos esposos, homem e mulher. Lendo esta passagem, rica e complexa, que, no seu conjunto, é uma grande analogia, devemos distinguir o que nela exprime a realidade humana das relações interpessoais daquilo que exprime, com linguagem simbólica, o “grande mistério” divino.

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