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21/04/2012

Deste-me asas para voar


Deste-me asas para voar
E eu não voo.

Tenho uma âncora de orgulho,
De vaidade,
Ligada a uma corrente de mundo,
De dinheiro, de sociedade,
Que não me deixa voar
Nas asas que Tu me deste…

E eu puxo, Senhor,
Luto, revolto-me
Mas acabo por deixar-me ficar
Preso a este mesmo chão
Rasteiro sem poder voar…

Tens que ser Tu,
Senhor,
A partir a corrente,
A libertar a âncora,
E dar-me o golpe de asa
Que me levante aos Céus
E me faça partir à desfilada
Nas nuvens da Tua graça.

Quero voar no vento
Que sopra do Teu amor
Agora e sempre,
Em cada momento
Quero voar para Ti
Voar, sempre, sempre,
Cada vez mais alto e melhor.

Derruba, Senhor,
As barreiras,
Os medos,
Dá força às minhas asas
Que me levantem aos céus
E todos os dias me tragam
Para junto dos filhos Teus.

Quero voar aqui,
Sem nunca daqui sair,
Pois é aqui que se voa
Até ao momento de partir…

E quando então me chamares,
Que as asas que Tu me deste
Se aquietem, Senhor,
Porque apenas quero ser levado
Nas asas do Teu amor…

Monte Real, 20 de Maio de 2008.

joaquim mexia alves, In ‘Orando em verso’.

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