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22/02/2012

Leitura Espiritual para 22 Fev 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 15, 1-22

1 Logo pela manhã, os príncipes dos sacerdotes tiveram conselho com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio. Manietando Jesus, O levaram e entregaram a Pilatos. 2 Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos Judeus?». Ele respondeu: «Tu o dizes». 3 Os príncipes dos sacerdotes acusavam-n'O de muitas coisas .4 Pilatos interrogou-O novamente: «Não respondes coisa alguma? Vê de quantas coisas Te acusam». 5 Mas Jesus não respondeu mais nada, de forma que Pilatos estava admirado. 6 Ora ele costumava, pela Páscoa, soltar-lhes um dos presos que eles pedissem. 7 Havia um, chamado Barrabás -  que estava preso com outros sediciosos - que, num motim, tinha cometido um homicídio. 8 Juntando-se o povo começou a pedir o indulto que sempre lhes concedia. 9 Pilatos respondeu-lhes: «Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?».10 Porque sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregue por inveja. 11 Porém, os príncipes dos sacerdotes incitaram o povo a que pedisse antes a liberdade de Barrabás. 12 Pilatos falando outra vez, disse-lhes: «Que hei-de fazer, então, d'Aquele que vós chamais o Rei dos Judeus?». 13 Eles tornaram a gritar: «Crucifica-O!». 14 Pilatos, porém, dizia-lhes: «Que mal fez Ele?». Mas eles cada vez gritavam mais: «Crucifica-O!». 15 Então Pilatos, querendo satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás. Depois de fazer açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado. 16 Os soldados conduziram-n'O ao interior do átrio, isto é, o Pretório, e ali juntaram toda a coorte. 17 Revestiram-n'O de púrpura e cingiram-Lhe a cabeça com uma coroa entretecida de espinhos. 18 E começaram a saudá-l'O: «Salve, Rei dos Judeus!». 19 E davam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe no rosto, e, pondo-se de joelhos, faziam-Lhe reverências. 20 Depois de O terem escarnecido, despojaram-n'O da púrpura, vestiram-Lhe os Seus vestidos e levaram-n'O para O crucificar. 21 Obrigaram um certo homem que ia a passar, Simão de Cirene, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a levar a cruz. 22 Conduziram-n'O ao lugar do Gólgota, que quer dizer lugar do Crânio.

2…/
CARTA APOSTÓLICA
O RÁPIDO DESENVOLVIMENTO
DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II
AOS RESPONSÁVEIS PELAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

9. Foi precisamente considerando a importância dos mass media que há quinze anos julguei ser inoportuno deixá-los à iniciativa de pessoas individuais ou de pequenos grupos, e sugeri que fossem inseridos com evidência na programação pastoral [1] . Sobretudo as novas tecnologias, criam ulteriores oportunidades para uma comunicação entendida como serviço ao governo pastoral e à organização das numerosas tarefas da comunidade cristã. Basta pensar, por exemplo, no facto de como a internet não só forneça recursos para uma maior informação, mas habitue as pessoas a uma comunicação interactiva [2]. Muitos cristãos já usam de maneira criativa este novo instrumento, explorando as suas potencialidades na evangelização, na educação, na comunicação interna, na administração e no governo. Mas paralelamente com Internet devem ser usados outros novos mass media e verificadas todas as possíveis valorizações de instrumentos tradicionais. Quotidianos e jornais, publicações de todos os tipos, televisão e rádio católicas permanecem muito úteis num programa completo da comunicação eclesial.

Enquanto os conteúdos devem ser adaptados às necessidades dos diferentes grupos, a sua finalidade deveria ser a de tornar as pessoas conscientes da dimensão ética e moral da informação [3]. Do mesmo modo, é importante garantir formação e atenção pastoral aos profissionais da comunicação. Com frequência estes homens e mulheres encontram-se perante pressões particulares e dilemas éticos que emergem do trabalho quotidiano; muitos deles "sentem o desejo sincero de conhecer e praticar o que é justo no campo ético e moral", e esperam da Igreja orientações e apoio [4] .

IV. A media, encruzilhada das grandes questões sociais

10. A Igreja, que em virtude da mensagem de salvação que lhe foi confiada pelo seu Senhor é também mestra em humanidade, sente o dever de oferecer o seu contributo para uma melhor compreensão das perspectivas e das responsabilidades relacionadas com os actuais progressos das comunicações sociais. Precisamente porque influenciam a consciência dos indivíduos, formam a sua mentalidade e determinam a sua visão das coisas, é necessário recordar de maneira vigorosa e clara que os instrumentos da comunicação social constituem um património a ser tutelado e promovido. É necessário que também as comunicações sociais entrem num quadro de direitos e deveres organicamente estruturados, sob o ponto de vista quer da formação e da responsabilidade ética, quer da referência às leis e às competências institucionais.

O desenvolvimento positivo da media ao serviço do bem comum é uma responsabilidade de todos e de cada um [5]. Devido aos fortes vínculos que os mass media têm com a economia, com a política e com a cultura, é necessário um sistema de gestão que seja capaz de salvaguardar a centralidade e a dignidade da pessoa, a primazia da família, célula fundamental da sociedade, e a correcta relação entre os diversos sujeitos.

11. Impõem-se algumas escolhas que são reconduzíveis a três opções fundamentais: formação, participação e diálogo.

Em primeiro lugar, é necessário uma vasta obra formativa para fazer com que a media seja conhecida e usada de maneira consciente e apropriada. As novas linguagens por ela introduzidas modificam os processos de aprendizagem e a qualidade das relações humanas, razão pela qual sem uma adequada formação se corre o risco que ela, em vez de estar ao serviço das pessoas, as instrumentalize e condicione muito incisivamente Isto é válido, de modo especial, para os jovens que manifestam uma tendência natural para as inovações tecnológicas, e também por isto têm ainda mais necessidade de ser educados para o uso responsável e crítico dos mass media.

Em segundo lugar, gostaria de chamar a atenção para o acesso aos mass media e para a participação co-responsável na sua gestão. Se as comunicações sociais são um bem destinado a toda a humanidade, devem ser encontradas sempre formas actualizadas para tornar possível uma ampla participação na sua gestão, mesmo através de disposições legislativas oportunas. É necessário fazer crescer a cultura da co-responsabilidade.

Por fim, não se devem esquecer as grandes potencialidades que os mass media têm ao favorecer o diálogo, tornando-se veículos de conhecimento recíproco, de solidariedade e de paz. Eles constituem um recurso positivo e poderoso, se forem postos ao serviço da compreensão entre os povos; se forem usados para alimentar injustiças e conflitos, tornam-se ao contrário uma "arma" destruidora. Já o meu venerado Predecessor, o Beato João XXIII, na Encíclica Pacem in terris, advertiu de modo profético a humanidade para estes possíveis riscos [6].

12. Desperta grande interesse a reflexão sobre o papel "da opinião pública na Igreja" e "da Igreja na opinião pública". Ao encontrar os editores dos periódicos católicos, o meu venerado predecessor Pio XII disse que faltaria algo na vida da Igreja se nela não estivesse incluída a opinião pública. Este mesmo conceito foi recordado noutras ocasiões [7], e é reconhecido no Código de Direito Canónico, sob determinadas condições, o direito de expressão da própria opinião [8]. Ora, se as verdades de fé não estão abertas a interpretações arbitrárias e o respeito pelos direitos dos outros gera limites intrínsecos à expressão das próprias avaliações, é igualmente verdade que noutros campos existe entre os católicos um espaço para o intercâmbio de opiniões, num diálogo respeitoso da justiça e da prudência.

Quer a comunicação no âmbito da comunidade eclesial quer a da Igreja com o mundo exigem transparência e uma nova forma de enfrentar as questões relacionadas com o universo dos mass media. Esta comunicação deve tender para um diálogo construtivo a fim de promover na comunidade cristã uma opinião publica rectamente informada e capaz de discernimento. A Igreja tem a necessidade e o direito de fazer conhecer as próprias actividades, como outras instituições e grupos, mas ao mesmo tempo, quando for necessário, deve poder garantir uma adequada discrição, sem que isso prejudique uma comunicação pontual e suficiente sobre os factos eclesiais.

Este é um dos âmbitos onde é exigida em maior medida a colaboração entre fiéis leigos e Pastores, dado que, como realça oportunamente o Concílio, "desta convivência familiar entre os leigos e os Pastores há que esperar muitas vantagens para a Igreja; na verdade, assim se robustece nos leigos o sentido da responsabilidade própria, se favorece o entusiasmo e mais facilmente se conjugam as suas forças com a operosidade dos Pastores. Estes, por sua vez, ajudados pela experiência dos leigos, ficam com possibilidade de julgar com maior clareza e exactidão tanto das coisas espirituais como das temporais. E assim a Igreja, recebendo forças de todos os seus membros, realiza com maior eficácia a sua missão para a vida do mundo" [9].

V. Comunicar com a força do Espírito Santo

13. Para os crentes e para as pessoas de boa vontade o grande desafio deste nosso tempo é manter uma comunicação verídica e livre, que contribua para consolidar o progresso integral do mundo. É pedido a todos que saibam cultivar um atento discernimento e uma constante vigilância, maturando uma capacidade sadia perante a força persuasiva dos meios de comunicação.

Também neste campo os crentes em Cristo sabem que podem contar com a ajuda do Espírito Santo. Ajuda que se torna ainda mais necessária se considerarmos como podem ser grandes as dificuldades intrínsecas da comunicação devido às ideologias, à sede de lucro e de poder, às rivalidades e aos conflitos entre indivíduos e grupos, assim como devido às fragilidades humanas e aos males sociais. As modernas tecnologias aumentam de maneira impressionante a velocidade, a quantidade e o alcance da comunicação, mas não favorecem de igual modo aquele intercâmbio frágil entre uma mente e outra, entre um coração e outro, que deve caracterizar qualquer forma de comunicação ao serviço da solidariedade e do amor.

Na história da salvação Cristo apresentou-se-nos como "comunicador" do Pai: "Nestes dias... falou-nos por meio do Filho" (Hb 1, 2). Palavra eterna que se fez carne, Ele, ao comunicar-se, manifesta sempre respeito por todos os que o escutam, ensina a compreensão da sua situação e das suas necessidades, estimula à compaixão pelo seu sofrimento e à resoluta determinação ao dizer-lhes aquilo que eles precisam de ouvir, sem imposições nem constrições, engano nem manipulação. Jesus ensina que a comunicação é um acto moral: "O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas; e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más. Ora, Eu digo-vos: de toda a palavra ociosa que os homens disserem, prestarão contas no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado" (Mt 12, 35-37).

14. O apóstolo Paulo tem uma mensagem clara para quantos estão comprometidos na comunicação social políticos, comunicadores profissionais, espectadores: "despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros [...] Nenhuma palavra desagradável saia da vossa boca, mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam" (Ef 4, 25.29).

Aos trabalhadores da comunicação, e principalmente aos crentes comprometidos neste importante âmbito da sociedade, repito o convite que desde o início do meu ministério de Pastor da Igreja Universal quis fazer ao mundo inteiro: "Não tenhais medo!".

Não tenhais medo das novas tecnologias! Elas incluem-se "entre as coisas maravilhosas" "inter mirifica" que Deus pôs à nossa disposição para as descobrirmos, usarmos, fazer conhecer a verdade, também a verdade acerca do nosso destino de filhos seus, e herdeiros do seu Reino eterno.

Não tenhais medo da oposição do mundo! Jesus disse-nos: "Eu venci o mundo!" (Jo 16, 33).
Não tenhais medo também das vossas fraquezas e da vossa inaptidão! O Mestre divino disse: «Eu estarei sempre convosco, todos os dias, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).

Comunicai a mensagem de esperança, de graça e de amor de Cristo, mantendo sempre viva, neste mundo passageiro, a eterna perspectiva do Céu, perspectiva que nenhum meio de comunicação jamais poderá alcançar directamente: "O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam" (1 Cor 2, 9).

Confio a Maria, que nos deu o Verbo da vida e guardou no seu coração as suas palavras que não perecem, o caminho da Igreja no mundo de hoje. A Virgem Santa nos ajude a comunicar com todos os meios a beleza e a alegria da vida em Cristo nosso Salvador.

Concedo a todos a minha Bênção!

Vaticano, 24 de Janeiro de 2005, memória de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

IOANNES PAULUS II
[10]…/


[1] Cf. João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de Dezembro de 1990), 37: AAS 83 (1991), 282-286.
[2] Cf. Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, A Igreja e a Internet (22 de Fevereiro de 2002), 6, Cidade do Vaticano, 2002, pp. 13-15.
[3] Cf. Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto Inter mirifica, 15-16; Pont. Comissão para as Comunicações Sociais, Instr. past. Communio et progressio (23 de Maio de 1971), 107: AAS 63 (1971), 631-632; Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, Instr. past. Aetatis novae (22 de Fevereiro de 1992), 18: AAS 84 (1992), 460.
[4] Cf. Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, Instr. past. Aetatis novae (22 de Fevereiro de 1992), 19: AAS 84 (1992), 460.
[5] Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2494.
[6] Cf. João Paulo II, Mensagem para o 37ª Dia Mundial das Comunicações Sociais (24 de Janeiro de 2003): L'Osservatore Romano, 25 de Janeiro de 2003, p. 6.
[7] Cf. Conc. Ecum. Vat. II Lumen gentium, 37; Pont. Comissão para as Comunicações Sociais, Instr. past. Communio et progressio, 23 de Maio de 1971), 114-117: AAS 63 (1971), 634-635.
[8] Cân. 212, §3: "Os féis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas"; cf. Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 15 §3.
[9] Conc. Ecum. Vat. II, Lumen gentium, 37. 
[10] giuseppe tanzella-nitti - Bibliografia básica: Catecismo da Igreja Católica, 27-49, Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 4-22

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