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30/01/2012

Ninguém é irrecuperável 1

Foi a visitar um preso que convive com a sida e advertem-no que tinham que fechá-la durante o encontro. «Que medo pode dar-me se é meu irmão!», recriminou os enfermeiros. Quando abraçou o paciente este pôs-se a chorar. Sor Mari Luz só quer «dar contentar Deus por todos os que o rejeitam».

Ainda que pequenita e delgada, é audaz e tem uma força arrasadora. Esta irmã das Filhas da Caridade aproxima-se dos presos e dá-lhes uma palavra de Deus que, segundo eles, lhes muda a vida. «Chamam-me sor Tripi, porque quando vou ao cárcere põem-se melhores que se tomassem droga», explica a irmã Mari Luz.

«Quando tu vens alegras o pátio», «quando se vai fica o pátio com uma paz!», assinalam os presos e funcionários. E ela só responde que «a palavra de Deus dá sempre a paz». O que não falta a esta irmãzinha é valentia. Em Carabanchel vai pelo pátio sozinha entre internos que muitos qualificariam de «perigosos». «Mas irmã, não tem medo?», perguntam-lhe. «Mas como terei medo se são os meus irmãozitos!».
Prisão de Carabanchel

O mesmo repete quando vai à enfermaria. Na sala para pessoas que convivem com o vírus da sida, no Hospital penitenciário de Carabanchel, alguns disseram-lhe: «irmã aqui não vem nem Deus». «Deus sim e eu também», responde-lhes. «Mas irmã se entra na cela, tenho que fechá-la com ele». Ela sem problema. Basta dizer sorridente «ouve irmãozito, que eu estou aqui porque Deus te ama muito» para que eles se ponham a chorar.




(mónica vázquez, trad ama)   

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