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31/01/2012

Leitura Espiritual para 31 Jan 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.



Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 5, 21-43

21 Tendo Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente, e Ele estava junto do mar. 22 Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, 23 e suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre ela as mãos, para que seja salva e viva». 24 Jesus foi com ele; e uma grande multidão O seguia e O apertava. 25 Então, uma mulher que havia doze anos padecia um fluxo de sangue, 26 e tinha sofrido muito de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras, antes cada vez se achava pior, 27 tendo ouvido falar de Jesus, foi por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. 28 Porque dizia: «Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». 29 Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do mal. 30 Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele, voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». 31 Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e perguntas: “Quem Me tocou?”». 32 E Jesus olhava em volta para ver quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, que sabia o que se tinha passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e disse-Lhe toda a verdade. 34 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». 35 Ainda Ele falava, quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?». 36 Porém, Jesus, tendo ouvido o que eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». 37 E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. 39 Tendo entrado, disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas dorme». 40 E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava deitada. 41 Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum», que quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». 42 A menina imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de grande espanto. 43 Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.

Talita Kum - Levanta-te
…/30


I V

«Ora uma mulher que há doze anos vinha padecendo dum fluxo de sangue e tinha sofrido muito de numerosos médicos e gasto toda a sua fortuna, mas longe de melhorar tinha piorado, tendo ouvido falar de Jesus, veio por detrás entre a multidão e tocou-lhe no manto, pois dizia consigo: Se eu tocar ainda só que seja nos Seus vestidos, ficarei curada» [1]

«Aquela mulher acredita que Jesus a pode curar e tudo faz para o conseguir.
Está impedida de contactar, ou dirigir-se, directa e frontalmente a Jesus para solicitar a sua cura. Aquele tipo de doenças era rigorosamente descriminado na sociedade judaica. As pessoas naquelas condições eram consideradas impuras e era estritamente proibido todo o contacto com outros, assim como, por exemplo, os portadores de lepra. A deturpação e o exagero das leis judaicas consideravam estas doenças como castigos de Deus e não hesitavam em considerar como "pecadores" os que, aos seus olhos, eram impuros.
Por vezes, nós próprios somos levados a considerar, ou até julgar com rigor, os defeitos ou males que pensamos ver nos outros, esquecendo-nos que todos somos filhos de Deus a quem pertence, exclusivamente, o direito de julgar. Julgar os outros é muitas vezes, quase sempre, espelhar os nossos próprios defeitos, e ver o argueiro no olho do vizinho sem reparar que o nosso está obstruído por uma trave.
Não me refiro só ao julgamento público, os comentários ou avaliações que fazemos dos outros, sobretudo quando não estão presentes, mas também aquele julgamento que muitas vezes, permitimos que exista no segredo do nosso coração. Não poucas vezes é o nosso orgulho ferido, ou a inveja, que nos atiça o rigor do julgamento, e damos voltas e mais voltas, remoendo dentro de nós críticas, avaliações, etc.
Isto é sempre, pelo menos, falta de caridade que devemos rectificar imediatamente, porque poderemos estar consentindo numa injustiça.
A Fé da mulher é, porém, tão grande que a move a arrostar com todas as dificuldades, - a vergonha, o poder ser descoberta, etc. - e, aproveitando os apertos da multidão, dissimuladamente, mas com confiança, toca o manto de Jesus.
No seu coração, ela estava convencida que tanto bastaria para alcançar a graça que pretendia.
Sem dúvida que a sua Fé é grande, total, a isso fora levada por anos, - 12 anos! - de procura incessante de cura para os seus males.

Temos sempre de pôr todos os meios na procura do que necessitamos.
O Senhor não espera de nós nada que vá além das nossas forças e das nossas capacidades. Mas espera que as utilizemos, todas, com critério e sem desfalecimentos.

Jesus não é uma espécie de milagreiro a quem recorremos nas aflições, nas dificuldades, resolvendo as coisas, ou concedendo sem demora aquilo que pedimos.
É verdade que Deus é infinitamente bondoso, mas também é infinitamente justo. A Sua justiça pede, portanto, um empenhamento pessoal, dedicado e completo.
Atrever-me-ia a dizer que, muitas vezes, o Senhor concede a graça que pedimos, não pela graça em si, pelo bem em que ela consiste, mas movido pelo esforço, empenho e persistência que pusemos da nossa parte em conquistá-la.
O contrário será, talvez, uma espécie de tentação a Deus, apresentar-nos assim, miserandos, aflitos e até chorosos, ante o Senhor, pedindo-lhe que nos conceda isto ou aquilo.
Com Deus não se fazem chantagens ou exercem pressões, ou se fazem negócios do género: se me concederes isto eu, faço aquilo.

O leproso diz-lhe muito claramente:

«Si vis potes me mundare - se quiseres podes curar-me». [2]

E temos de admitir, reconhecer e estar preparados para que Deus não queira. Nos Seus desígnios, Ele sabe o que é melhor para nós.
Se, por exemplo, uma doença grave, uma dificuldade aparentemente intransponível, não serão um meio para a nossa salvação ou, até, para a salvação de outros.
[3]…/


[1] Mc 5, 25-29.
[2] Lc 5, 12.
[3] Escrito por AMA em 2010, visto por autoridade eclesiástica.
      Agrad. Dr. V. Costa Lima, pelo aconselhamento e sugestões

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