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24/01/2012

Leitura Espiritual para 24 Jan 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.



Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 1, 23-45

23 Na sinagoga estava um homem possesso dum espírito imundo, que começou a gritar: 24 «Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei Quem és, o Santo de Deus». 25 Mas Jesus o ameaçou dizendo: «Cala-te, e sai desse homem!». 26 Então o espírito imundo, agitando-o violentamente e dando um grande grito, saiu dele. 27 Ficaram todos tão admirados, que se interrogavam uns aos outros: «Que é isto? Que nova doutrina é esta? Ele manda com autoridade até nos espíritos imundos, e eles obedecem-Lhe». 28 E divulgou-se logo a Sua fama por toda a região da Galileia. 29 Logo que saíram da sinagoga, foram a casa de Simão e de André, com Tiago e João. 30 A sogra de Simão estava de cama com febre. Falaram-Lhe logo dela. 31 Jesus, aproximando-Se e tomando-a pela mão, levantou-a. Imediatamente a deixou a febre, e ela pôs-se a servi-los. 32 Ao anoitecer, depois do sol-posto, traziam-Lhe todos os enfermos e possessos, 33 e toda a cidade se tinha juntado diante da porta. 34 Curou muitos que se achavam atacados com várias doenças, expulsou muitos demónios, e não permitia que os demónios dissessem quem Ele era. 35 Levantando-Se muito antes de amanhecer, saiu e foi a um lugar solitário e lá fazia oração. 36 Simão e os seus companheiros foram procurá-l'O. 37 Tendo-O encontrado, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». 38 Ele respondeu: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de que Eu também lá pregue, pois para isso é que Eu vim». 39 E andava pregando nas sinagogas, por toda a Galileia, e expulsava os demónios. 40 Foi ter com Ele um leproso que, suplicando e pondo-se de joelhos, Lhe disse: «Se quiseres podes limpar-me». 41 Jesus, compadecido dele, estendeu a mão e, tocando-o, disse-lhe: «Quero, fica limpo». 42 Imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo. 43 E logo mandou-o embora, dizendo-lhe com tom severo: 44 «Guarda-te de o dizer a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela purificação o que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho». 45 Ele, porém, retirando-se, começou a contar e a divulgar o sucedido, de modo que Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade, mas ficava fora nos lugares desertos, e de toda a parte vinham ter com Ele.

Talita Kum - Levanta-te
…/23


Quando penso nisto, considero que, de facto, hoje se passa exactamente a mesma coisa. E, tal, não se deve às tecnologias modernas.
Não!
Jesus fala comigo, sempre, particularmente, esteja eu onde estiver e, ao mesmo tempo, fala com quem está do outro lado do mundo. Entende a minha língua, entende todas as línguas. Penso que isto acontece, porque este Jesus não é meu, é de toda a humanidade.

Sim, é verdade, salvou-nos a todos sem excepção.

Há algo, também, no comportamento de Jesus que deixa os judeus muitos interessados na Sua Pessoa.

Ao contrário de outros antes dele, os Chefes do Povo – nomeadamente a maioria dos Príncipes dos Sacerdotes – manifestam-se claramente contra Ele.
Constantemente procuram confrontá-lo com a Lei que tão bem conhecem e interpretam.
Principalmente a constante discussão sobre a guarda do Sábado, quando, com tanta frequência, Jesus operava milagres, curava doentes, socorria aflitos precisamente ao Sábado.
Isto era naturalíssimo, porque, ao Sábado o povo reunia-se nas Sinagogas e, Jesus também, pelo que não se podia entender nunca que Jesus procurasse especialmente o Sábado para fazer milagres, no que seria, isso sim, um claro afrontamento com os doutores da Lei.

Talvez alguns, mais instruídos, se apercebessem que tudo não passava de uma discussão estéril e sem sentido.
Jesus respondia sempre às perguntas que Lhe faziam, nunca os deixava sem resposta por mais capciosas que pudessem ser as questões, o mais das vezes, com intenções escondidas.

O povo assiste, então, a algo inédito:

Os Doutores da Lei, os ilustres sábios, ficavam sem palavras perante as respostas de Jesus. Jesus mantém-se sempre na mesma linha de ideias, defende os mesmos princípios, só que de forma diferente.

A alguns constara que dissera:

Não julgueis que vim mudar a Lei ou os Profetas. Não vim abolir, mas cumprir. [1]

E, na sequência, ia enunciando a Lei, capítulo a capítulo dizendo sempre:

«Ouvistes que foi dito, Eu, porém, digo-vos…» [2]

Esta simples declaração era, de facto, a pedra de toque da discórdia, porque, ao fazê-la, Jesus, assumia-se como o autor da Lei e, portanto, o seu último, derradeiro e definitivo intérprete. Isto, obviamente, para os letrados equivalia a assumir-se como Deus, ou, como Jesus gostava de Se chamar, o Filho do Homem, o que era a mesma coisa.

Os milagres de Jesus fazem parte integrante da Sua missão. Destinam-se a confirmar a fé dos mais incrédulos, a convencer os mais obstinados.
O Seu Coração Amantíssimo não pode deixar de se mover e, os milagres, as curas, as ressurreições, são como que inevitáveis. Jesus não resiste ao sofrimento, à dor, à miséria física ou moral do homem.
Nada disto, porém, é suficiente para os Seus inimigos. Aliás, nada do que Jesus, se quisesse, poderia fazer, por mais portentoso, fantástico, espectacular, será suficiente. [3] Quando não encontram explicação refugiam-se na blasfémia:

«Este não expulsa os Demónios senão por Belzebu, príncipe dos Demónios …» [4]

Jesus não Se surpreende com esta obstinação, numa das Suas parábolas explica-a exactamente. [5]

[6]…/


[1] Mt 5, 17.
[2] Cf. Mt 5.
[3] Entre as acusações mais antigas de judeus e pagãos contra Jesus encontra-se a de ser um mago. No século II, Orígenes refuta as imputações de magia que Celso faz do Mestre de Nazaré e às que aludem São Justino, Arnóbio e Lactâncio. Também algumas tradições judaicas que podem remontar ao século II contêm acusações de feitiçaria. Em todos estes casos, não se afirma que ele não tenha existido, ou que não tenha realizado prodígios, mas que os motivos que o levavam a fazê-los eram o interesse e a fama pessoais.
Destas afirmações se conclui a existência histórica de Jesus e a sua fama de taumaturgo, tal como o mostram os evangelhos. Por isso, hoje em dia, entre os dados que se dão por demonstrados sobre a vida de Jesus, está o facto de ter realizado exorcismos e curas.
No entanto, em relação a outros personagens da época conhecidos por realizar prodígios, Jesus é único. Distingue-se pelo número muito maior de milagres que fez e pelo sentido que lhes deu, absolutamente diferente dos prodígios que realizaram alguns desses personagens (se é que realmente os fizeram) de milagres atribuídos a outros taumaturgos é muito reduzido, enquanto nos evangelhos temos 19 relatos de milagres em Mt, 18 em Mc; 20 em Lc e 8 em Jo Além disso há referências nos sinópticos e João a muitos outros milagres que Jesus fez (cf. Mc 1, 32-34 e par.; 3, 7-12 e par.; 6, 53-56; Jo 20, 30). É também diferente de qualquer outro taumaturgo: Jesus faz milagres que implicavam nos beneficiados um reconhecimento da bondade de Deus e uma mudança de vida. A sua resistência a fazê-los mostra que não buscava a sua própria exaltação ou glória. Daí que tenham um significado próprio.
Os milagres de Jesus entendem-se no contexto do Reino de Deus: “Se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, é porque o Reino de Deus chegou a vós” (Mt 12, 28). Jesus inaugura o Reino de Deus e os milagres são uma chamada a uma resposta e fé.
Isto é fundamental e distintivo dos milagres que fez Jesus. Reino e milagres são inseparáveis.
Os milagres de Jesus não eram fruto de técnicas (como um médico) ou da actuação de demónios ou anjos (como um mago), mas resultado do poder sobrenatural do Espírito de Deus.
Portanto, Jesus fez milagres para confirmar que o Reino estava presente nele, anunciar a derrota definitiva de Satanás e aumentar a fé na sua Pessoa.
Não podem explicar-se como prodígios assombrosos, mas como actuações de próprio Deus com um significado mais profundo do que o facto prodigioso. Os milagres sobre a natureza são sinais de que o poder divino que actua em Jesus se estende para além do mundo humano e se manifesta como poder de domínio também sobre as forças da natureza. Os milagres de cura e os exorcismos são sinais de que Jesus manifestou o seu poder de salvar o homem do mal que ameaça a alma. Uns e outros são sinais de outras realidades espirituais: as curas do corpo – a libertação da escravidão da doença – significam a cura da alma da escravidão do pecado; o poder de expulsar os demónios indica a vitória de Cristo sobre o mal; a multiplicação dos pães alude ao dom da Eucaristia; a tempestade acalmada é um convite a confiar em Cristo nos momentos da contradição ou da dificuldade; a ressurreição de Lázaro anuncia que o próprio Cristo é a ressurreição, e é figura da ressurreição final; etc. (Cfr. Jesus Cristo e a Igreja, 54 Perguntas e Respostas, textos elaborados por uma equipa de professores de Teologia da Universidade 3,20-de Navarra, dirigida por Francisco Varo.)
[4] Mt 12, 24.
[5] Cf. Mt 12, 22-37.
[6] AMA, com revisão eclesiástica (agrad. Dr. V. Costa Lima, pela revisão e sugestões)

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