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19/01/2012

Leitura Espiritual para 19 Jan 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)



Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo

Evangelho: Mt 27, 3-25

3 Então Judas, o traidor, vendo que Jesus fora condenado, tocado pelo remorso, tornou a levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, 4 dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Mas eles disseram: «Que nos importa? Isso é contigo!». 5 Então, tendo atirado as moedas de prata para o templo, retirou-se e foi-se enforcar. 6 Os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: «Não é lícito deitá-las na arca das esmolas, porque são preço de sangue». 7 E, tendo consultado entre si, compraram com elas o Campo do Oleiro para sepultura dos estrangeiros. 8 Por esta razão aquele campo foi chamado até ao dia de hoje “campo de sangue”. 9 Então se cumpriu o que foi anunciado pelo profeta Jeremias: “Tomaram as trinta moedas de prata, custo d'Aquele cujo preço foi avaliado pelos filhos de Israel, 10 e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor me ordenou”. 11 Jesus foi apresentado diante do governador, que O interrogou, dizendo: «És Tu o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes». 12 Mas, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13 Então Pilatos disse-Lhe: «Não ouves de quantas coisas Te acusam?». 14 E não lhe respondeu a palavra alguma, de modo que o governador ficou muito admirado. 15 O governador costumava, por ocasião da festa da Páscoa, soltar aquele preso que o povo quisesse. 16 Naquela ocasião tinha ele um preso famoso, que se chamava Barrabás. 17 Estando eles reunidos, perguntou-lhes Pilatos: «Qual quereis vós que eu vos solte? Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?». 18 Porque sabia que O tinham entregado por inveja. 19 Enquanto ele estava sentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: «Não te metas com esse justo, porque fui hoje muito atormentada em sonhos por causa d'Ele». 20 Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e que fizesse morrer Jesus.21 O governador, tomando a palavra, disse-lhes: «Qual dos dois quereis que vos solte?». Eles responderam: «Barrabás!». 22 Pilatos disse-lhes: «Que farei então de Jesus, que se chama Cristo?». 23 Disseram todos: «Seja crucificado!». O governador disse-lhes: «Mas que mal fez Ele?». Eles, porém, gritavam mais alto: «Seja crucificado!». 24 Pilatos, vendo que nada conseguia, mas que cada vez o tumulto era maior, tomando água, lavou as mãos diante do povo, dizendo: «Eu sou inocente do sangue deste justo; a vós pertence toda a responsabilidade!». 25 Todo o povo respondeu: «O Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».

Talita Kum - Levanta-te
…/19

Estão bem gravadas no nosso espírito duas cenas que o Evangelho nos relata e que ilustram bem o medo-cobarde que se apodera de nós em situações de extrema tensão.

Quando Pilatos pergunta a Jesus o que é a verdade, o Evangelho diz que, sem esperar pela resposta, voltando as costas retirou-se.[1] Na história da humanidade, ficará para sempre registada esta atitude do Pretor romano.
Não quer ouvir a resposta de Jesus. Intimamente sabe que, se a ouvisse, completa e esclarecedora, como não podia deixar de ser, vinda do Salvador, ela transformaria por completo a sua atitude perante o que se estava a passar no seu tribunal e, efectivamente, o que desejava era acabar rapidamente com um processo que, intrigando-o sobremaneira, não sabia como resolver.
Em suma, não quis saber com clareza os fundamentos da justiça que lhe competia administrar.

Quando a servente do Sumo-Sacerdote interpela Pedro sobre Jesus, ele responde como sabemos. É invadido por um autêntico pavor de ser conotado, de alguma forma, com o Mestre que, ainda poucas horas antes, afirmara querer defender com a espada, se fosse preciso. [2]

Nestas duas atitudes, o medo é, claramente, cobardia e, ambas têm consequências graves.
Se Pilatos tivesse ouvido a resposta de Jesus, provavelmente a sua decisão ter-se-ia alterado e o desfecho da tragédia da Paixão do Senhor poderia ter sido outro.
Se Pedro assumisse que conhecia Cristo e que pertencia ao círculo restrito dos Doze escolhidos, talvez sofresse alguns dissabores, embora os que acusavam Jesus, obcecados como estavam nos seus propósitos de O levarem à morte, talvez nem prestassem atenção a tal.

As duas atitudes são semelhantes, mas não são iguais.

Pilatos é um homem esclarecido, culto, entendido em leis, habituado a mandar, a tomar decisões; Pedro é um simples pescador, sem grandes letras e atordoado com os últimos acontecimentos.
A intervenção de Pilatos na história da salvação humana acaba aqui, com esta imagem negativa e contrária a toda a ética; Pedro, não, arrepende-se amargamente, obtém o perdão de Jesus, é confirmado por Ele como Seu sucessor directo à frente da Sua Igreja e, mais tarde, numa atitude de suprema humildade e arrependimento, quer que Marcos deixe lavrado com pormenores, este triste episódio.

O primeiro, segundo consta, morre em desgraça, o segundo, merece o supremo prémio do martírio.

Como o medo, a cobardia, podem ter consequências tão diferentes!

[3]…/


[1] Cf. Jo 18, 18.
[2] Cf. Mc 14, 66-72.
[3] AMA, com revisão eclesiástica (agrad. Dr. V. Costa Lima, pela revisão e sugestões)

1 comentário:

  1. Curiosamente há uma "teoria" que diz que Pilatos e a sua família se terão convertido ao cristianismo.

    Realmente a figura de Jesus Cristo não pode deixar ninguém indiferente.

    Agora se é verdade ou não, não faço ideia, nem tenho elmentos para o saber.

    Um abraço

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