Páginas

18/01/2012

Leitura Espiritual para 18 Jan 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)



Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mt 26, 57-75; 27, 1-2

57 Os que tinham prendido Jesus levaram-n'O a casa de Caifás, Sumo Sacerdote, onde os escribas e os anciãos se tinham reunido. 58 Pedro seguia-O de longe, até ao átrio do príncipe dos sacerdotes. E, tendo entrado, sentou-se com os servos para ver o fim de tudo isto. 59 Entretanto os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, a fim de O entregarem à morte, 60 e não o encontravam, embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Por último, chegaram duas testemunhas, 61 que declararam: «Este homem disse: “Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias”». 62 Levantando-se, o Sumo-sacerdote disse-Lhe: «Nada respondes ao que estes depõem contra Ti?». 63 Jesus, porém, mantinha-Se calado. E o Sumo Sacerdote disse-Lhe: «Eu Te conjuro, por Deus vivo, que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus». 64 Jesus respondeu-lhes: «Tu o disseste. Digo-vos mais, que haveis de ver o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, e vir sobre as nuvens do céu». 65 Então o Sumo Sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou; que necessidade temos de mais testemunhas? Vedes, acabais de ouvir a blasfémia. 66 Que vos parece?». Eles responderam: «É réu de morte!». 67 Então cuspiram-Lhe no rosto e feriram-n'O a punhadas. Outros deram-Lhe bofetadas, 68 dizendo: «Adivinha, Cristo: Quem é que Te bateu?». 69 Entretanto, Pedro estava sentado fora, no átrio. Aproximou-se dele uma criada, dizendo: «Também tu estavas com Jesus, o Galileu». 70 Mas ele negou diante de todos, dizendo: «Não sei o que dizes». 71 Saindo ele à porta, viu-o outra criada e disse aos que ali se encontravam: «Este também andava com Jesus Nazareno». 72 Novamente negou ele com juramento, dizendo: «Não conheço tal homem». 73 Pouco depois aproximaram-se de Pedro os que ali estavam, e disseram: «Certamente também tu és deles, porque até a tua fala te dá a conhecer». 74 Então começou a dizer imprecações e a jurar que não conhecia tal homem. Imediatamente cantou um galo. 75 Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe dissera: «Antes de cantar o galo, três vezes Me negarás». E, saindo para fora, chorou amargamente.
Ao romper da manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo tiveram conselho contra Jesus, para O entregarem à morte. 2 Em seguida, manietado, levaram-n'O e entregaram-n'O ao governador Pôncio Pilatos.

Talita Kum - Levanta-te
…/18

No nosso mar “particular”, que é a nossa vida, não estamos nunca sozinhos.
Na margem, Jesus espera uma oportunidade de subir para a nossa barca para nos indicar o melhor rumo a seguir. Quer que vamos mar adentro «duc in altum», mas sabe muito bem que somos incapazes, por nós mesmos, de o fazer. E, então, dispõe-se a dar-nos as instruções precisas, fundamentais que, só um timoneiro divino pode dar.

Remar sem descanso, com um ritmo certo e vigoroso, levantar as velas quando houver vento favorável, recolhê-las, cautelosamente, quando a tempestade se aproxima, corrigir o rumo quando as correntes nos desviam do rumo e, finalmente, lançar a rede onde só Ele sabe que há peixe para recolher.

É um trabalho de uma vida, sem descanso nem distracções, somos pescadores não do “nosso mar” mas do oceano divino e, o mandato que recebemos é bem preciso: Pescadores de homens!

Quais homens?, pergunto-me às vezes.
E a resposta é sempre a mesma: Todos os homens, todos são Meus filhos, por todos dei a Minha Vida.
Há para aí alguns – muitos, infelizmente – que andam perdidos, embrulhados nas redes das paixões deste mundo, confundidos com as correntes das opiniões dos outros, desnorteados com os rumos que lhe sugerem.
Tu – diz-me Ele a mim – és importante, imprescindível para os trazeres de volta à praia.
Aqueles que esperam por ti, se não os encontrares e salvares, perder-se-ão porque não há substitutos para a tua missão.

«Por cima do meu mar revolto levantou-se um nevoeiro espesso que me envolvia como num manto ou, talvez, como uma mortalha bem à minha medida já que não conseguia mexer-me minimamente. Queria muito tocar o nevoeiro, a sua textura, de que era feito. Parecia-me como que uma espuma das ondas do mar bravio mas, ao mesmo tempo, também se apresentava como uma nuvem etérea de uma tarde de Inverno, mas as minhas mãos não me obedeciam. Estavam onde deviam estar, nas extremidades dos braços, aparentemente prontas e disponíveis para o que fosse preciso, mas... não, não conseguia movê-las, ou melhor, moviam-se como se tivessem vontade própria, para coçar uma comichão no nariz, a mão direita ia ‘viajar’ até à nuca, depois ao pescoço e, quando lhe parecia, lá tocava, então, no nariz. Entretanto, a esquerda, para carregar no botão do telemóvel para atender uma chamada, encarava o serviço como algo tão difícil e custoso que, normalmente, quem me chamava, desistia.
Nevoeiro e mar... Que mais, Senhor, que mais mandas? Olha que eu... não posso, sou fraco, débil, tenho medo!

Ne timeas!

Ouvi-te e... deixei-me 'ir' murmurando como podia: 'Gratias tibi, Gratias tibi'.» [1]

O medo! O medo paralisa.

O medo revela, sempre, uma atitude de cobardia pessoal. Assumir as consequências das nossas atitudes, dos actos que praticamos é, muitas vezes difícil, nomeadamente quando, por um motivo ou outro, temos a percepção que merecemos crítica ou reparo.
Faz parte da vida de todos os dias, a vida corrente de cada um, ter de assumir responsabilidades, grandes ou pequenas, dar respostas, tomar decisões.
Fugir ou pretender ignorar, ou, muitas vezes, adiar para uma ocasião que consideremos mais oportuna ou favorável, não resolve nada, bem pelo contrário, talvez agrave e complique, desnecessariamente, a questão.
Quantas vezes nos sentimos ufanos de comentários favoráveis a nosso respeito e nos deixamos invadir por uma confortável sensação de bonomia quando, complacentemente, ouvimos um elogio? Não pensamos que, o elogio que nos é feito vem de alguém que não nos conhece verdadeiramente, isto é, não imagina sequer os muitos defeitos do nosso carácter?

Então, surge o medo que se venha a saber, que de alguma forma descubram esses defeitos, essas deficiências que conhecemos bem. 

Medo da vida… sim… medo da vida, do futuro, do dia de amanhã.
O dia de hoje, este dia concreto em que estamos, é que é importante e tem de ser vivido com plenitude, não descurando nenhuma oportunidade que se nos apresente de fazer algo bom, de emendar algo errado que fizemos ontem, de concretizar aquele plano que tínhamos guardado. Hoje é o tempo oportuno, a ocasião favorável.

Medo do comprometimento em algo que exija de nós desprendimento, serviço, doação. Daquilo que pode alterar a tranquilidade do nosso viver, o ‘ritmo’ a que estamos habituados do ‘esquema’ de vida que fomos construindo ao longo dos anos e onde nos sentimos confortáveis.

Medo de corrigir o que está mal nos outros de, com caridade, mas com desassombro, apontar o erro, o engano.

Medo de ‘ficar mal’ se nos mantivermos firmes nas nossas convicções bem informadas e não transigirmos com o erro – propositado ou fruto da ignorância – que outros divulgam à nossa volta.
Medo de procurar conselho, ajuda quando pensamos que esse conselho, essa ajuda, vem exigir de nós novas atitudes de correcção interior.

Medo, finalmente, de não sermos ouvidos nas nossas preces quando consideramos a nossa total falta de merecimento.

Não revelam, todos estes ‘medos’ falta de coragem, ou seja, cobardia?

Jesus Cristo deu-nos numerosos exemplos do que é não ter medo. Por exemplo, quando pegou num azorrague expulsou os vendilhões do templo, não teve medo de ser mal interpretado, nem então nem nos séculos futuros, e poder ser considerado um arruaceiro intransigente e fanático.
Fez o que achou que deveria ser feito, exactamente para nos ensinar o que, em situações semelhantes de adulteração e profanação do sagrado – e tantas há nos nossos dias – devemos fazer.
 As Suas atitudes eram tão desassombradas que Lhe perguntavam:

«Com que autoridade fazes estas coisas?»

E, Jesus, não ficou ‘mal’, bem pelo contrário.
A Sua resposta é a adequada às pessoas preconceituosas que o interrogam:

«Também Eu vos farei uma pergunta; respondei-me e dir-vos-ei, então, com que autoridade faço estas coisas: O baptismo de João era do Céu, ou dos homens? Respondei-me[2]

[3]…/



[1] ama, Diário do Hospital, 2007.
[2] Cf. Mc 11, 27-33.
[3] AMA, com revisão eclesiástica (agrad. Dr. V. Costa Lima, pela revisão e sugestões)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.