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10/10/2011

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA (3)

3 – As condições para a celebração do Sacramento da Penitência e os seus efeitos




Pela reflexão atrás feita, percebemos que, para que o Sacramento da Penitência seja recebido em toda a sua plenitude, com toda a graça de Deus que este sacramento derrama nas nossas vidas, é preciso que seja bem celebrado.



A Confissão não pode ser apenas um relatório de pecados, um desfiar de fraquezas, um contar de problemas.
É preciso que assumamos as nossas faltas, (não arranjando desculpas, tais como: “foi por causa dos outros”), que nos confrontemos com as nossas fraquezas, que tenhamos a consciência do arrependimento e o propósito de emenda, ou seja o compromisso de não voltar a cometer esses pecados, mesmo que infelizmente venhamos a cair neles novamente.



A nossa condição de pecadores, não nos pode levar a desistirmos, ou a não lutarmos com todas as nossas forças contra as tentações que nos levam a pecar, como se de um “destino” se tratasse, mas sim, firmados na graça que Deus nos concede neste sacramento, estarmos atentos e vigilantes, para em todos os momentos, lutarmos por uma verdadeira conversão, uma verdadeira mudança de vida.
É preciso assim, abrirmos os nossos corações ao perdão de Deus e percebermos que se Ele nos perdoa, não podemos nós continuar agarrados à lembrança desses mesmos pecados.
Assim, ao recebermos o perdão de Deus, também o nosso coração se abre à reconciliação connosco próprios e com os outros, sendo nós libertos do peso da vergonha, da lembrança que nos magoa, e em paz connosco, ficamos também em paz com os outros e vivemos mais um pouco da abundância da vida e da alegria que Jesus Cristo nos veio trazer.



Também pela celebração do Sacramento da Penitência alcançamos a graça da força necessária para pedirmos perdão àqueles que nós magoámos e perdoarmos aqueles que nos magoaram.



Sabemos que na celebração deste sacramento, verdadeiramente apenas devíamos confessar os pecados mortais, mas a “dimensão” do pecado tem muito mais a ver com a nossa consciência e a noção de onde nos podem levar certas práticas, do que com uma definição de “pecado mortal”, o que não significa que essa definição não exista e não deva ser linha e rumo para cada cristão.



Mas hoje em dia, a noção de pecado está muito esbatida na sociedade em geral, e, sobretudo naqueles que não têm uma vivência diária empenhada da Fé, o pecado não existe, a não ser quando tratamos de algo muito grave como um homicídio, ou um roubo, (e que mesmo assim tem de ter já uma considerável dimensão), para que o consideremos como algo de grave, como pecado.



Mas a verdade é que, para aqueles que têm uma vida espiritual diária, para aqueles que pretendem uma comunhão com Cristo em Igreja, o pecado apresenta-se, ou deve apresentar-se como uma realidade constante, embora não obcecante.



Com efeito, à medida que cada cristão vai vivendo a Fé, vai caminhando ao encontro da vontade de Deus, vai também percebendo que algumas coisas que dantes fazia e às quais não dava “valor” de pecado, passam a constituir também caminho de conversão, caminho de mudança de vida, e como tal “aparecem” sempre no exame de consciência que cada cristão faz da sua vida diária.



Percebendo-o, o cristão sente a necessidade de se purificar desses “pequenos” pecados veniais, recorrendo ao Sacramento da Penitência, pois percebe bem que esses pecados muitas vezes repetidos, são “fonte” de inquietude, de intranquilidade, e como tal, e porque tantas vezes fazem parte de um modo de viver, de um feitio interior, precisam de algo mais do que a capacidade de cada um para lutar, precisam da graça divina, alcançada no Sacramento da Penitência e na oração e vigilância constantes.



Então o cristão precisa de algo palpável, precisa da bênção visível, precisa da palavra conselheira e acolhedora, que o faça perceber e viver a reconciliação total com o Deus que o ama eternamente.



Esse “algo”, é sem dúvida o Sacramento da Penitência.

Princípios filosóficos do cristianismo

Introdução 3

Filósofo
Rembrandt
Confessa R. Yepes, falando do mundo filosófico, que a atitude espiritual mais corrente hoje em dia é o desengano. O moderno está acabado e a pós-modernidade é a última pirueta do pensamento ocidental para não reconhecer o vazio que leva dentro. Talvez se tenha chegado a tal pelo convencimento de que, fora do significado do discurso, a linguagem já não transmite nada, pelo menos nada transcendente. É crise de conteúdos, como o foi a crise do nominalismo quando se defendia que os nomes são puros «flatus vocis» que não representam a realidade. Tudo se afunda quando se perdeu a metafísica e tudo se converte em linguagem vazia pelo seu desaparecimento.
Por isso, talvez seja este o momento de procurar verdadeiras saídas para a crise. E pode ser que nada melhor para isso que voltar a iluminar a razão a partir da fé, voltar à fé, para encontrar vigor e energia para a razão. Se em épocas passadas foi a fé a que vitalizou a razão, por que hoje em dia não voltar à fé para procurar nela a energia que a razão necessita? Que ninguém se espante. Que ninguém pense que deste modo postulamos sair pelo fideísmo, pela saída fácil do subterfúgio. O que pretendemos é simplesmente repensar aqueles princípios que na tradição filosófica cristã são imprescindíveis, porque pode ocorrer que, numa nova síntese, nos ofereçam a luz que procuramos. Tal deveria fazer-se naturalmente, com uma metodologia estritamente filosófica, pois a fé não priva a filosofia da autonomia do seu método. Simplesmente seria proveitoso voltar a ser o filósofo que se deixa iluminar pela fé sem deixar em nenhum momento de ser filósofo.
A coisa tem interesse não só para a filosofia mas também para a própria teologia, pois aconteceu nestes anos que a Igreja padeceu na sua própria carne as sacudidelas do mundo, e isso em parte, porque também a Igreja há passou e está passando pelo desconcerto filosófico. É o caso da filosofia que até às portas do Vaticano II tinha servido a fé católica como instrumento de reflexão, quer dizer o tomismo, foi abandonada nos nossos centros de estudo sem que se tenha feito o necessário discernimento de que o tomismo é de valor permanente e o que, pelo contrário, é obsoleto e caduco. O teólogo abriu, por outro lado, à filosofia moderna, em muitos casos carregada de subjectivismo, e terminou assim por comprometer a própria fé.

(jose ramón ayllón, trad. ama)

Deus tem sede de nós? 1

Duc in altum
A sede de algo, como sabemos, é o desejo de algo. E o desejo é sempre um antecedente necessário para a obtenção desse algo que se deseja, ou do que se tem sede. Se se carece do desejo, a vontade de actuar para conseguir o que se deseja, não se põe em marcha.

O título de este comentário, coloca-nos uma pergunta: O que é isso, que nós temos e do que tem o Senhor sede?   Mais de um mentalmente, se dará a resposta dizendo, que do que Senhor tem sede é de nosso amor e não é isso exactamente. Entre outras razões, por a existência de um principio básico que diz que: Ninguém dá o que não tem. Vejamos.

Se somos crentes e aceitamos o facto de que Deus é eterno, não tem princípio nem terá fim, é um Ser ilimitado em todas as suas qualidades e com a sua omnipotência e omnisciência é o Criador de tudo o visível e de o invisível, quer dizer: tanto na ordem  material, a que pertence o mundo que pisamos, como a ordem do espiritual ou do invisível, ambos e talvez outras ordens que desconhecemos foram criadas por Deus.

juan del carmelo, trad ama


Textos de São Josemaria Escrivá

“Estando Ele connosco nada há a temer”

O chamamento do Senhor – a vocação – apresenta-se sempre assim: "Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-Me". Sim, a vocação exige renúncia, sacrifício. Mas que agradável acaba por ser o sacrifício ("gaudium cum pace", alegria e paz), se a renúncia é completa! (Sulco, 8)

Se consentires que Deus seja o senhor da tua nave, que Ele seja o amo, que segurança!..., mesmo quando a tempestade se levanta no meio das trevas mais escuras e parece que Ele se ausenta, que está a dormir, que não se preocupa. S. Marcos relata que os Apóstolos se encontravam nessas circunstâncias; e Jesus, vendo-os cansados de remar (porque o vento lhes era contrário), cerca da quarta vigília da noite foi ter com eles, andando sobre o mar... Tende confiança, sou eu, não temais. E subiu para a barca, para junto deles e cessou o vento.

Meus filhos, acontecem tantas coisas na terra...! Podia pôr-me a falar de penas, de sofrimentos, de maus tratos, de martírios – não tiro nem uma letra –, do heroísmo de muitas almas. Aos nossos olhos, na nossa inteligência, surge às vezes a impressão de que Jesus dorme, de que não nos ouve; mas S. Lucas narra como Nosso Senhor se comporta com os seus: Enquanto iam navegando, Jesus adormeceu e levantou-se uma tempestade de vento sobre o lago e a barca enchia-se de água e estavam em perigo. Aproximando-se dele, despertaram-no dizendo: Mestre, nós perecemos! Ele, levantando-se, increpou o vento e as ondas, que acalmaram e veio a bonança. Então disse-lhes: onde está a vossa fé?
Se nos dermos, Ele dá-se-nos. Temos de confiar plenamente no Mestre, temos de nos abandonar nas suas mãos sem mesquinhez; de lhe manifestar, com as nossas obras, que a barca é dele, que queremos que disponha à vontade de tudo o que nos pertence. (Amigos de Deus, 22).

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXVIII Semana




Evangelho: Lc 11, 29-32

29 Concorrendo as multidões, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas. 30 Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem será um sinal para esta geração. 31 A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo contra os homens desta geração, e condená-los-á, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está Quem é mais do que Salomão. 32 Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo contra esta geração, e condená-la-ão, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas; e aqui está Quem é mais do que Jonas!

Comentário:

Não há lugar para mais demonstrações, evidências, sinais. Está tudo esclarecido à saciedade: Cristo é o Filho de Deus, o Messias e não há outro!
Parece simples: ou se acredita ou não mas, quem não acredita, não tem legitimidade para invocar desconhecimento ou falta de informação.
Tudo o necessário para informar a fé foi revelado e está disponível.
Bastará querer e, querendo realmente acreditar, pedir a Deus a graça da Fé.

(ama, comentário sobre Lc 11, 29-32, 2011.03.16)