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19/07/2011

Diálogos apostólicos

Diálogos
Não te apetece nada dar aquele passeio com aqueles amigos?

Mas…vai e faz “boa-cara” sê companheiro agradável, colabora, sem esforço, para o bem-estar de todos.

Já sabes…às vezes…custa mesmo!

2011.07.19

Mozart K.412 Horn Concerto #1 in D 1st mov. Allegro



PENSAMENTOS INSPIRADOS À PROCURA DE DEUS 94


À procura de Deus





Se tens a mente fechada, à presença de Deus, como queres tu entender, as coisas do Alto?


jma, 2011.07.19

Elogio da Loucura (Afonso Cabral)

Navegando pela minha cidade
Foi pela Rua Sampaio Bruno feita rio em que navegava, que aportei na liberdade 
feita Praça onde, dezenas de embarcações ancoradas faziam a Feira do Livro. Era toda uma frota cheia de livros por ali acima até à Praça Humberto Delgado.
Se estivermos atentos a vida é muito mais aventura.
Acontece que exactamente no dia anterior encontrei um amigo de infância que me disse - por razões que agora não têm interesse - que tinha um livro que era do meu bisavô e que mo queria dar. Acompanhei-o até casa dele e entregou-me um livro excelentemente encadernado em carneira e com o ex-líbris do meu antepassado. O livro era Tartarin sur les Alpes.

Do Tartarin de Tarascon só conhecia a referência que lhe foi feita pelo Padre Escrivá [1] no seu livro Amigos de Deus e que cito: “Pensando naqueles que, à medida que o tempo passa, ainda se dedicam a sonhar - em sonhos vãos e pueris, como Tartarin de Tarascon - com caçar leões nos corredores de casa, onde se calhar só há ratos e pouco mais, pensando neles, insisto, lembro a grandeza de actuar com espírito divino no cumprimento fiel das obrigações habituais de cada dia…”

Procurando numa prateleira de um alfarrabista que oferecia livros a três e cinco euros, e nem sabendo que o Tartarin era do meu homónimo Afonso Daudet os meu dedos catam o Tartarin nos Alpes numa edição portuguesa. Que coincidência! Mas logo mais à frente, o que me interessou foi o Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdão que logo agarrei por cinco euros.

E segui para outra editora. Estava eu muito concentrado a ler as lombadas de vários livros em saldo quando - de repente – um berro soprado como se fosse uma vuvuzela soou a vinte centímetros do meu ouvido, vindo por trás de mim: SOPA!

Com o susto, dei um salto para o lado com coração em arritmia e levantei o braço direito para me defender do ataque. O Elogio da Loucura era o meu escudo.

Os olhos pretos nas órbitas brancas de uma mulher louca fixavam-me com um brilho de animal selvagem e a boca desdentada e escura como um buraco voltou a berrar: SOPA! UMA SOPA!

As mãos da doida agarraram-me os braços como se ela se estivesse a afogar. Eu recuava e defendia-me com o Elogio da Loucura e perguntei: quanto custa uma sopa? A louca gritou: um euro e cinquenta!

Recuei mais um passo daquele oceano de demência com a náufraga agarrada ao caixão do meu corpo a berrar: O DOUTOR É TÃO BOM, TÃO BOM, DÊ-ME QUALQUER COISA!

Segurei o Elogio da Loucura com os dentes e sacando a carteira do bolso detrás das calças, tirei um euro e comprei o silêncio da louca.

Depois dela se afastar, fiquei a pensar que dentro da louca estava uma pessoa – um ser humano – cujo silêncio me custou menos quatro euros do que o Elogio da Loucura. E que isto tudo era de doidos.


“Tudo isto aponta certamente para a mesma direcção: que todos os mortais são loucos, mesmo os devotos. Também Cristo, apesar de ele ser a sabedoria do Pai, se fez passar de certa maneira por louco, para socorrer a loucura da humanidade, quando assumiu a natureza de homem e foi visto na forma humana, tal como se fez passar por pecado para redimir os pecadores. Nem desejou que fossem redimidos por qualquer outra forma que não fosse pela loucura da cruz e através dos seus apóstolos simples e ignorantes, a quem infalivelmente pregou a loucura” [2].

E assim sendo – nesta linha de registo de Erasmo - só desejo ser cada vez mais louco. Porque ao louco tudo se lhe perdoa; porque é inimputável e por isso nunca é condenado.

Afonso Cabral


[1] São Josemaria Escrivá de Balaguer
[2] Erasmo de Roterdão – Elogio da Loucura – SPORPRESS – 2003 – pág.118

Descriminação.

Conta, peso e medida
Quando há discriminação?

Há discriminação se se faz distinção onde há igualdade, e se essa diferenciação é injusta. 

Não há discriminação se se distingue o que realmente é diferente. 

Tampouco há discriminação se não se falta à justiça.



Ideiasrapidas, trad ama

A juventude e S. Josemaria

A juventude e S. Josemaria

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade”

Só serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja, 455)

Para curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há outra solução para a ferida não infectar.
Se para a saúde corporal é óbvio que se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado grave, contra a justiça e contra a fortaleza.
Persuadi-vos de que um cristão, se pretende deveras proceder rectamente diante de Deus e dos homens, precisa de todas as virtudes, pelo menos em potência. Mas, perguntar-me-eis: Padre, o que diz das minhas fraquezas? Responder-vos-ei: Porventura um médico que está doente, mesmo que a sua doença seja crónica, não cura os outros? A sua doença impede-o de prescrever a outros doentes o tratamento adequado? É claro que não. Para curar, basta-lhe ter a ciência necessária e aplicá-la com o mesmo interesse com que combate a sua própria enfermidade. (Amigos de Deus, 161).

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet
http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979

Evangelho do dia e comentário







T. Comum– XVI Semana




Evangelho: Mt 12, 46-50

46 Estando Ele ainda a falar ao povo, eis que Sua mãe e Seus irmãos se achavam fora, desejando falar-Lhe. 47 Alguém disse-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão ali fora e desejam falar-Te». 48 Ele, porém, respondeu ao que falava: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus irmãos?» 49 E, estendendo a mão para os Seus discípulos, disse: «Eis Minha mãe e Meus irmãos. 50 Porque todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão e Minha irmã e Minha mãe».

Comentário:

Pode, à primeira vista, parecer um pouco dura e desprendida a resposta de Jesus como se não Lhe interessasse que Sua Mãe e outros familiares estivessem ali, para O ver e falarem com Ele.
Porém, ao aprofundar, veremos que, bem pelo contrário, o Senhor lhes tece um rasgado elogio dando-os como exemplo de como é ser, verdadeiramente, da família de Cristo.

Pouco interessa o que se diz ou, até, o que podem atestar documentos ou registos: sou cristão…, sou baptizado…

Isso não faz de nós familiares de Jesus, está claro?

É muito…é até fundamental mas…não chega!

Verdadeiramente o vínculo familiar só se estabelece de forma clara e indelével se fizermos a Sua Vontade.
       
Ao aceitar o Seu jugo – que é suave – e a Sua carga – que é leve, tornamo-nos Seus íntimos, membros da Sua Família “mais chegada”.

(AMA, comentário sobre Mt 12, 46-50, 2011.06.27)