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13/06/2011

Pensamentos inspirados

À procura de Deus

PENSAMENTOS INSPIRADOS À PROCURA DE DEUS 76

Quero ser sepulcro caiado, mais por dentro, do que por fora.


jma, 2011.06.13

A alma é o homem?


Parece que a alma é o homem:

1. Com efeito, diz a segunda Carta aos Coríntios: “Embora nosso homem exterior se corrompa, o que é interior renova-se dia a dia(4, 16). Ora, o que é interior no homem é a alma. Logo, a alma é o homem interior.
2. Além disso, a alma humana é uma substância, não universal, mas particular. É, pois, uma hipóstase, isto é, uma pessoa, e uma pessoa humana. Portanto, a alma é o homem, uma vez que a pessoa humana é o homem.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, escreve Agostinho citando Varrão: “O homem não é só alma, nem só corpo, mas afirmamos que ele é simultaneamente alma e corpo”.
Que a alma seja o homem pode-se entender de duas maneiras:

1. Que o homem é a alma, mas que este homem não o é, pois é composto de alma e de corpo; por exemplo, Sócrates. Digo isso, porque alguns afirmaram que só a forma é da razão da espécie, mas que a matéria é parte do indivíduo, não da espécie. Mas isso é falso, pois a natureza da espécie é significada pela definição. Contudo, a definição das coisas naturais não significa só a forma, mas a forma e a matéria. Por isso, a matéria é parte específica nas coisas naturais, não a matéria assinalada, que é o princípio da individuação, mas a matéria comum. Assim como é da razão deste homem ter esta alma, estas carnes e estes ossos, assim também é da razão de homem ter alma, carnes e ossos. Isso porque pertence à substância da espécie ter o que é comum à substância de todos os indivíduos contidos naquela espécie.
2. Que esta alma é este homem. É possível sustentar isso, se se afirma que a operação da alma sensitiva é própria dela independentemente do corpo, porque, então, todas as operações atribuídas ao homem seriam só da alma, uma vez que cada coisa é aquilo que opera suas próprias operações. Por isso, é homem aquilo que opera as operações próprias do homem. Mas foi demonstrado acima (artigo precedente) que sentir não é operação só da alma. Sendo o sentir uma operação do homem, embora não própria, é claro que o homem não é só alma, mas é algo composto de alma e corpo [i]. Platão, ao afirmar que sentir é próprio da alma, pôde dizer que o homem é uma alma que se serve do corpo.
Suma Teológica, P1Q75A4

Quanto às objecções iniciais, portanto, deve-se dizer que:

1. Segundo o Filósofo, no livro IX da Ética, cada coisa parece ser, sobretudo, o que é nela principal; por exemplo, o que o governante de uma cidade faz diz-se que a cidade faz. Assim, às vezes, se chama homem o que é nele o principal. Umas vezes, é a parte intelectiva, o que corresponde à verdade, que é denominada homem interior; outras vezes, é a parte sensitiva nela compreendida o corpo, segundo a opinião de alguns que só se detêm no que é sensível, e é denominada homem exterior.
2. Nem toda substância singular é hipóstase ou pessoa, mas somente aquela que possui a natureza completa da espécie. Consequentemente nem mãos, nem pés, podem ser chamados de hipóstase ou pessoa. E nem a alma, pois ela é uma parte da espécie humana.




[i] Mesmo sendo ela mesma subsistente, a alma só tem sua natureza completa, é um homem, uma pessoa, um “eu”, mediante sua união com o corpo.

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Espera-se heroísmo do cristão”

Quantos, que se deixariam cravar numa Cruz, perante o olhar atónito de milhares de espectadores, não sabem sofrer cristãmente as alfinetadas de cada dia! – Pensa então no que será mais heróico. (Caminho, 204)


Hoje, como ontem, espera-se heroísmo do cristão. Heroísmo em grandes contendas, se é preciso. Heroísmo – e será o normal – nas pequenas escaramuças de cada dia. Quando se luta continuamente, com Amor e deste modo que parece insignificante, o Senhor está sempre ao lado dos seus filhos, como pastor amoroso: Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o Senhor Deus. Irei procurar as que se tinham perdido, farei voltar as que andavam desgarradas, porei ligaduras às que tinham algum membro quebrado e fortalecerei as que estavam fracas... E as minhas ovelhas habitarão no seu país sem temor; e elas saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver quebrado as cadeias do seu jugo, e as tiver arrancado das mãos daqueles que as dominavam.

Apelo para a sua misericórdia, para a sua compaixão, a fim de que não olhe para os nossos pecados, mas para os méritos de Cristo e de sua Santa Mãe, e que é também nossa Mãe, para os do Patriarca S. José, que Lhe serviu de Pai, para os. dos Santos.

O cristão pode viver com a segurança de que, se quiser lutar, Deus o acolherá na sua mão direita, como se lê na Missa desta festa. Jesus, que entra em Jerusalém montado num pobre burrico, Rei da paz, é quem diz: o, reino dos céus alcança-se com violência, e os violentos arrebatam-no. Essa força não se manifesta na violência contra os outros; é fortaleza para combater as próprias debilidades e misérias, valentia para não mascarar as nossas infidelidades, audácia para confessar a fé, mesmo quando o ambiente é contrário. (Cristo que passa, 82)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Pro Labore (Afonso Cabral)

Navegando pela minha cidade
Há muito que a capital do norte é conhecida como a cidade do trabalho. Admito que só posso compreender isto – não porque se trabalhe menos nas outras cidades – mas apenas por oposição à capital do sul onde pouco se trabalha.

Lisboa tem a corte, o poder e o capital. O Porto tem o trabalho, o engenho e a arte.

E digo isto, não por um bairrismo provinciano, mas porque é uma realidade que se impõe histórica e quotidianamente. É uma verdade mais do que axiomática, é um teorema demonstrável em qualquer sítio, em qualquer rua.

Se não, vejamos: entremos numa rua qualquer, por exemplo na Rua de Santa Catarina.

Entrei ontem nesta rua vindo da Praça da Batalha onde o velhinho cinema Águia D’Ouro, depois de anos e anos de solidão e de esquecimento de todos os filmes que projectou, está a ser restaurado e irá renascer em forma de hotel low cost.

Já tinha passado o alto da Rua 31de Janeiro quando começo a ouvir – naquela manhã azul e suave de princípios de Maio – as notas de um carrilhão numa melodia tão angelical que fez parar toda a gente que passava.

 Cada toque de sino atravessava a rua e sobrevoava-a como se fosse uma andorinha. E a essa seguiam-se outras e outras andorinhas que me passavam pela alma deslizando numa espécie de lamento mudo ou alegria mística.

E o céu ficou mais azul e mais perto, assim riscado pelas notas dos sinos, que em bando louvavam Maria. Era meio-dia em ponto. Era a hora do Angelus. Os sinos tocavam a Ave Maria de Shubert.
 Ali, na antiga Rua da Bela Princesa – na cidade da Virgem - louvava-se a Nossa Rainha.

Depois deste real encantamento procurei o relógio de carrilhão, procurei esse bando de sinos que voaram pela rua e pelo meu coração em louvor da Rainha do Meio Dia.

E encontrei-os, muito quietos e pousados em duas filas verticais e paralelas de 9 sinos cada, na fachada que dobra a esquina da Rua de Santa Catarina com a Rua Passos Manuel da antiga casa dos Grandes Armazéns Nascimento e que hoje pertence à C&A e à FNAC.

Esse extraordinário edifício foi construído pelo grande arquitecto portuense (os grandes arquitectos não são todos portuenses?) Marques da Silva.

Das inúmeras obras de arte com que este artista marcou o Porto, destaco o Teatro São João; a estação de São Bento; o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular e a Casa e Jardins de Serralves. Só por estas emblemáticas quatro obras se pode dizer que moldou o Porto.

No alto, em cima de cada uma das fachadas impera o lema: PRO LABORE.

Este carrilhão foi mandado fazer pela firma holandesa C&A que teve a grandeza de o ter animado com quatro figuras portuenses em tamanho natural que – enquanto o carrilhão toca – saem de uma janela, acenam ao povo e voltam a entrar.

São elas: São João Baptista, o Infante Dom Henrique, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco.

A Rua é rica em memórias de poetas e escritores: no segundo andar do antigo nº 458 casou Camilo Castelo Branco com Ana Plácido; na casa com o nº 208 nasceu e morreu o romancista e poeta Arnaldo Gama e na casa com o nº 467 nasceu o autor de SÓ. Não é pouco.

Quando me vinha embora, e depois de ter passado por um palhaço que enchia balões com forma de salsicha; por dois tipos com ar de gigolos a venderem réplicas de óculos Ray Ban e de um pedinte que se arrastava apoiado em dois cajados, ouvi uns fracos e trémulos toques de uma Melódica e vi que a mulher que a tocava não tinha olhos. Literalmente. Onde eles deviam estar só havia pele lisa. A débil música que saía da Melódica era a Casa Portuguesa.

Se isto tudo não é trabalho, engenho e arte, então o que é?

Quod erat demonstrandum


Afonso Cabral

CREIO, MAS NÃO PRATICO

Duc in Altum
Quando, num encontro de amigos, a conversa gira em torno de assuntos 
religiosos, é comum alguém declarar, com naturalidade e segurança: “Creio, mas não pratico!” Trata-se de uma afirmação que parece ser tão bem formulada, tão lógica, que, normalmente, ninguém a contesta. Assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação. Mais do que uma afirmação isolada, essa idéia de que se pode acreditar sem colocar em prática aquilo em que se acredita é tão comum que já se tornou uma mentalidade em muitos ambientes.

A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé: passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos, a abandonaram. Há, também, as que procuram o baptismo dos filhos, a missa de formatura ou de sétimo dia, tão somente como actos sociais.

Afinal, é possível crer sem praticar? Algumas pessoas deixam a prática religiosa com o argumento de que buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos: preferem uma religião “mais espiritual”, sem estruturas. Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos. Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação. Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão, uma palavra ou uma palmadinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos com o gesto da criança que abre seus braços para acolher o pai que chega. Como, pois, relacionar-nos com Deus tão somente com a linguagem dos anjos, que nem conhecemos?

A fé nos introduz na família dos filhos e filhas de Deus; nela, é essencial a prática do amor a Deus e ao próximo. Nossa família cristã tem uma história, uma rica tradição e belíssimas celebrações. Pode ser que alguém não as entenda. Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las, não seria mais prudente procurar conhecê-las, penetrar em seu significado e descobrir seus valores? O essencial, já escreveu alguém, é invisível aos nossos olhos.

Não se pode querer uma fé sem gestos, com a desculpa da busca de maior autenticidade. O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor, levou em conta nosso modo de ser, de pensar e agir. Mais do que expressar “espiritualmente” seu amor, concretizou-o: enviou-nos seu Filho, que habitou entre nós. Algumas Bíblias, em vez de traduzirem o acto descrito pelo evangelista João, na forma clássica – “e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14) –, preferem a expressão: “e armou sua tenda no meio de nós”, para expressar a idéia de que Deus, em Jesus Cristo, passou a morar em uma tenda ao lado da nossa. Em sua primeira carta, S. João dá um testemunho concreto dessa experiência de proximidade: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida (...) isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão connosco” (1Jo 1,1.3). Ele considerou ter sido uma graça especial ter podido ouvir, ver e tocar o Filho de Deus. Jesus, por seu lado, tendo assumido a natureza humana, submeteu-se a ritos: passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém e frequentou sinagogas.

“Creio, mas não pratico”. A fé (“creio”) e a vida (“não pratico”) não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza, devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras, mesmo que piedosas, sem fé tornam-se vazias.

d. murilo s. r. krieger, scj, Arcebispo de São Salvador da Bahia,

INFORMAÇÕES MUITO BREVES   [De vez em quando] 2011.06.13 

João Paulo II e o Opus Dei

Entrevista com D. Javier Echevarría, prelado do Opus Dei, por ocasião da beatificação de João Paulo II.

- O Papa visitou algum centro do Opus Dei?

- No plano de visitas pastorais às paróquias de Roma, esteve também nas três confiadas ao Opus Dei e deteve-se nos centros anexos. 


Talvez o mais singular a este respeito é que, quando se encontrava bem de saúde, passou várias vezes por uma casa de retiros da Obra em Abruzzo, chamada Tor d’Aveia. A quinta está situada na encosta de um monte e a partir dali podem fazer-se bonitas excursões ou, então, praticar esqui. Como é sabido, o Papa necessitava, de vez em quando, de fazer algum descanso e aí podia fazê-lo de forma discreta. Saía do Vaticano em privado, seguido pelo carro da escolta e chegava a Tor d’Aveia – a pouco mais de uma hora de Roma – sem que ninguém o notasse. Era um bom descanso para o Papa. As mulheres da Obra encarregadas da casa puderam ter momentos de tertúlia com ele e com o seu secretário, mas guardaram silêncio para que ninguém incomodasse o Papa. Mesmo D. Álvaro foi lá apenas uma vez para o acolher. De maneira análoga, João Paulo II esteve uma vez noutro centro de conferências que utilizamos em Ovindoli, não muito longe dali, onde há uma estação de esqui.


michele dolz, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet, 2011/05/16
2011.06.13

Obediência

Conta, peso e medida
A OBEDIÊNCIA A DEUS

Como conhecer a Vontade de Deus? 

Para descobrir o que Deus quer de nós há quatro caminhos principais:


Estudar a natureza humana. – O nosso modo de ser encerra em si mesmo muitos desejos do Criador para o homem (lei natural). Todavia, ao observar a natureza humana convém recordar que a nossa inclinação ao mal não é natural mas sim consequência do pecado.


Conhecer a doutrina cristã. – Os ensinamentos de Cristo contêm muitos desejos divinos que o Senhor quis manifestar-nos.

A oração. - Ao elevar o nosso pensamento a Deus às vezes apreciam-se ideias ou desejos de melhorar algum aspecto da nossa vida. Pode tratar-se de um pensamento próprio, mas também pode ser um desejo de Deus para nós.

As orientações de outras pessoas. - Os homens relacionam-se entre si e trocam opiniões e conselhos. Por vezes são simples experiência humana, mas outras vezes o Senhor vale-se de algo tão natural para nos mostrar os seus desejos. Igualmente de modo natural o homem deve obedecer à autoridade, e nos mandatos desta encontram-se muitos planos divinos. O Criador gosta de empregar caminhos naturais.
    Ideasrapidas, trad ama

    2011.06.13

    Criação, Fé e Ciência


    
    Caminho e Luz
    A debilidade do relativismo


    12. O relativismo é outra moral

    O relativismo presume estar acima da moral e da ética ao afirmar que não existem absolutos desse tipo.
    Todavia, o relativista é na realidade também um moralista e não o pode negar, pois as suas ideias necessariamente pressupõem que são boas e que as restantes ideias são más. Quer dizer, também faz uma distinção entre o devido e o indevido.
    O relativista também tem um padrão moral que usa para julgar acções e crenças, qualificando de más as que não coincidem com as suas ideias. Este padrão moral do relativista é em si mesmo um princípio absoluto que são os que o relativista combate. Ao combater os valores absolutos, o relativista termina criando um deles.


    eduardo garcía gaspar
    , conoZe, 2011.04.13, trad ama

    Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 13

    Jesus de NazaréQue implica o gesto de romper a amizade com Jesus que Judas comete?



    “quem rompe a amizade com Jesus, quem sacode de cima o seu ‘jugo ligeiro’, não alcança a liberdade, não se torna livre, antes, pelo contrário, converte-se em escravo doutros poderes; ou antes: o facto de atraiçoar esta amizade provém já da intervenção doutro poder, ao qual abriu as suas portas”





    55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Pag. 126, marc argemí, trad. ama

    Sobre a família 81

    Matrimónio: Um com uma 15

    Mas o casamento nem sempre foi definido como a união entre um homem e uma mulher. Como explica a poligamia?


    Em tempos e culturas diferentes, a prática da poligamia (um home ter várias esposas) foi consentido, mas nem todos os indivíduos envolvidos se tornam esposos de cada um. Um homem casa sempre com uma mulher. Um homem pode ter várias esposas, mas as suas esposas não serão casadas umas com as outras. As duas pessoas que se casam serão sempre um homem e uma mulher – formando sempre uma união aberta à vida. Em nenhuma circunstância dois homens e duas mulheres poderão casar uns com os outros.
    A Cristandade não criou a noção de casamento. Clarificou o que praticamente todas as principais culturas pensaram. Com a chegada do Cristianismo, o entendimento da lei do casamento como uma união de amor para a vida entre um homem e uma mulher, com exclusão de todos os outros, cresceu e enraizou-se.


    mary joseph
    , [1]  MercatorNet, 2011.03.09, trad ama


    [1] Mary Joseph is a project officer at the Life, Marriage and Family Centre of the Catholic Archdiocese of Sydney.

    Soberba


    Reflectindo
    Manifestações de soberba


    A soberba tem manifestações em todos os aspectos da vida. Nas relações com o próximo, o amor-próprio torna-nos susceptíveis, inflexíveis, soberbos, impacientes, exagerados na afirmação do próprio eu e dos direitos próprios, frios, indiferentes, injustos nos nossos juízos e nas nossas palavras. Deleita-se em falar das acções próprias, as luzes e experiências interiores, das dificuldades, dos sofrimentos, ainda que sem necessidade de o fazer. Nas práticas de piedade compraz-se em olhar os outros, observá-los e julgá-los; inclina-se a comparar-se e a julgar-se melhor que eles, a ver-lhes defeitos somente e a negar-lhes as boas qualidades, a atribuir-lhes desejos e intenções pouco nobres, chegando inclusive a desejar-lhes o mal. O amor-próprio (…) faz com que nos sintamos ofendidos quando somos humilhados, insultados ou ignorados, ou não nos vemos considerados, estimados e obsequiados como esperávamos.

    (B. baur, En la intimidad con Dios, nr. 89, trad ama)

    Confidências de alguém

    António Pereya
    1643
    Dia de Santo António.

    O grande Santo que a Igreja celebra como um Doutor.
    Um homem que pôs ao serviço do homens, os extraordinários dons que Deus lhe concedeu.
    De tal forma que se esgotou e morreu tão novo.
    Esgotado pelo trabalho de apregoar o Evangelho, o Reino de Deus.
    E eu, que sou António também, que faço com os dons que o Senhor me deu?
    Que uso tenho eu feito da inteligência, da vontade, do pensamento, da escrita, enfim, de tudo quanto o Senhor tão prodigamente me cumulou?
    Estou eu à espera de fazer aquele grande trabalho, de mostrar aquela faceta, de brilhar naquela escuridão?
    E, nesta espera sempre adiada, vou deixando os dias passar sem fazer nada pelos meus irmãos, o meu semelhante.
    Rezar, pelo menos, rezar por eles, por todos os que conheço e a quem quero bem e por aqueles que não conheço ou a quem não quero tão bem.
    Rezar sem descanso em continua união com o Senhor.
    Ter a presença divina bem marcada na minha vida e em cada momento.
    Esta realidade do Senhor que me escuta, que me vê e que está sempre presente em qualquer ligar ou circunstância.
    Tentar por esta atitude perante o Senhor, um exame constante da presença de Deus real e verdadeira na minha vida.
    Quando conseguir este estado de espírito eu saberei proceder com amor e rectidão e, sobretudo, serei incapaz de ofender a Deus.
    Não deixarei que nenhum dos meus irmãos passe por mim sem que sinta bem forte, o desejo de o ajudar, de o iluminar.
    Tenho der salgar, de iluminar.
    Tenho de ser saboreado, visto e sentido.
    Tudo o que possa fazer de bom, por graça de Deus, tem de ser partilhado e visto por quantos se cruzam comigo, para que sintam ânsia de proceder como eu, melhor que eu.
    Eu Te peço, Senhor, esta consciência clara e constante da Tua presença no que me rodeia.
    No ambiente, nas obras da natureza, e nas obras dos homens, feitas por Teu consentimento e graça.
    Sentir bem viva em mim esta condição sublime de ser Teu filho a tempo inteiro, e não apenas quando Te falo, ou estou mais ligado a Ti na Santa Missa.
    Ligado a Ti, permanentemente, por um cordão tão forte, que me puxe sempre para Ti, numa atracção determinante de todos os meus actos, toda a minha vida.

    Santo António, a quem pedi emprestado o nome, lembra-te deste teu irmão e homónimo e intercede por mim junto de Deus.
    Diz-Lhe coisas boas de mim: que afinal, o que preciso, é de auxilio e vigilância constantes como mais pequeno dos Seus filhos.
    Qualquer descuido, e heis-me ao comprido, estatelado no chão irremediavelmente convertido à condição abjecta de ofensor de Nosso Senhor. Ajuda-me a dar sem cuidar de receber, a dar com alegria e de uma maneira total e desinteressada, de tudo aquilo que Tu me fizesTe dom.

    Senhor, eu amo-te, adoro-te e espero em Ti

    Santo António de Lisboa

    Santo António de Lisboa foi, até hoje, a mais célere canonização da história da Igreja.

    Faleceu em 13 de Junho de 1231 e foi canonizado por Gregório IX, em 30 de Maio de 1232



    Responso a Santo António


    Se milagres desejais
    Recorrei a Santo António;
    Vereis fugir o demónio
    E as tentações infernais.

    Recupera-se o perdido,
    Rompe-se a dura prisão;
    E no auge do furacão,
    Cede o mar embravecido.

    Pela sua intercessão
    Foge a peste, o erro, a morte;
    O fraca torna-se forte
    E torna-se o enfermo são.

    Recupera-se o perdido,
    Rompe-se a dura prisão;
    E no auge do furacão,
    Cede o mar embravecido.

    Todos os males humanos
    Se moderam, se retiram;
    Digam-no os que o viram;
    Digam-no os paduanos.

    Recupera-se o perdido,
    Rompe-se a dura prisão;
    E no auge do furacão,
    Cede o mar embravecido.

    Glória ao Pai,
    ao Filho
    e ao Espírito Santo

    Recupera-se o perdido,
    Rompe-se a dura prisão;
    E no auge do furacão,
    Cede o mar embravecido.

    V. Rogai por nós bem-aventurado Santo António.
    R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

    Oração: Deus eterno e omnipotente, Vós quisestes que o Vosso povo encontrasse em Santo António de Lisboa um grande pregador do Evangelho e um intercessor poderoso, concedei-nos seguir fielmente os princípios da vida cristã, para que mereçamos tê-lo como protector em todas as adversidades.
    Por Cristo Nosso Senhor. Ámen.