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20/05/2011

Madre Clara: Uma obra «actual» em «qualquer tempo e lugar»

– No nordeste brasileiro, a Irmã Luzia de Santana é testemunha de como a obra franciscana hospitaleira, fundada por “Madre Clara” no Portugal do século XIX, permanece “actual” e não tem fronteiras.

“O nosso carisma tem sentido em qualquer tempo e lugar, porque trata-se de algo fundamentalmente humano e bíblico, o nosso Deus é um Deus hospitaleiro, que fez a pessoa com uma capacidade de abertura muito grande para acolher os irmãos” explica a religiosa, esta sexta-feira, em entrevista ao Programa da Igreja Católica, na Antena 1.
Trata-se de uma convicção que a Irmã Luzia de Santana transporta desde os seus 11 anos, quando contactou pela primeira vez com a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras do Menino Jesus (CONFHIC).
A oração, a alegria, a vida comunitária, e a dedicação das irmãs a Deus e aos outros, numa região onde o calor e a pobreza marcam o dia a dia, tiveram um papel fundamental na sua decisão em tomar o hábito e os votos hospitaleiros, que cumpre há quase 50 anos.
Entre os muitos momentos que guarda no seu coração, recorda a “alegria” e a “sensibilidade” de uma irmã de “idade mais avançada”, que trabalhava no colégio com crianças do jardim infantil e apesar de “não dever ter nenhuma formação específica”, tinha um “jeito especial” para lidar com os mais novos.
Foi nessa altura que a Irmã Luzia de Santana aprendeu que o carisma hospitaleiro também não escolhe idades, algo que mais tarde teve mesmo oportunidade de comprovar.
É que, aos 60 anos, depois de trabalhar com as jovens da CONFHIC, e de ter ensinado nas escolas da região da Baía, a religiosa foi desafiada a partir para o México.
“Estive quase dois anos nessa missão e fui apanhada, tive muita pena de deixar, era uma experiência num lugar muito pobre, com pessoas muito carentes, a maioria imigrantes” realça.
A experiência desta irmã franciscana hospitaleira do Brasil poderá ser escutada hoje, a partir das 22h45, no Programa da Igreja Católica, na Antena 1.
Trata-se de mais uma forma de assinalar a obra deixada pela Irmã Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da CONFHIC, que vai ser beatificada este sábado, no Estádio do Restelo, em Lisboa.
A cerimónia, com início previsto para as 10h30, será presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, contando ainda com a presença do cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, em representação do Papa.

PRE/JCP, Lisboa, 20 Mai 2011 (Ecclesia)

Diálogos apostólicos

Diálogos
Posso contar-te algo muito interessante sobre isto que temos falado:

São Filipe de Néri tinha ânsias de apostolado missionário e sonhava com distantes paragens – África, Ásia… - mas o seu confessor e grande amigo, São Carlos Borromeu, descobriu-lhe que a sua terra de missão era…Roma!

E foi o que o Santo fez! 


Por isso é conhecido pelo Apóstolo de Roma.

ama , 2011.05.20

UM NOVO FILME DE ROLAND JOFFÉ: UMA LIÇÃO E UM DESAFIO

Observando
O título Encontrarás Dragões é um bom resumo de uma história 
palpitante de amor e desamor, de uma viagem onde há dragões - os demónios interiores - que assaltam homens e mulheres que procuram a esperança e o sentido da vida num mundo desconhecido, selvagem e inóspito.

Acabo de ver mais um grande filme realizado por Roland Joffé (também realizador dos “oscarizados” A Missão e Terra Sangrenta). Chama-se Encontrarás Dragões e narra a história deJosemaria e Manolo. Amigos de infância, a vida une-os e separa-os numa Espanha que se precipita paulatinamente para a Guerra Civil. Ambos partilham o sofrimento da sua revolta contra esta situação, mas vão assumi-la de modo diferente. "Nascemos e morremos sós", diz Manolo com um trágico estoicismo. "Não necessitei de aprender a perdoar, porque Deus me ensinou a amar" dirá anos mais tarde o sacerdote Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.
Declaração de interesses: pertenço ao Opus Dei há mais de cinquenta anos, quarenta dos quais como sacerdote, e tive o privilégio de conviver quatro anos com S. Josemaria em Roma. Mas precisamente por isso, pertenço a um grupo de pessoas muito difícil de contentar neste tipo de reconstituições históricas, assim como de iconografia representativa de pessoas com quem convivemos e que tanto dos marcaram.
Ora Alain Joffé deu-me uma boa lição! Usou a ficção (especialmente na figura de Manolo e do seu filho) para poder universalizar as vivências por que foram passando e pôr-nos a todos nós a reflectir sobre o significado da vida e da morte, do ódio e do perdão, do ideal e da barbárie. Mas não manipulou a história em benefício de qualquer ideologia ou preconceito como tantas vezes assistimos por aí.
No entanto, a figura de Josemaria Escrivá, por já ter sido objecto de inúmeras investigações biográficas, diria quase exaustivas, não poderia ser facilmente ficcionável. Tinha por isso o problema de sintetizar ou condensar em imagens de um filme o original da sua vida, pensamento e acção. O que ele conseguiu de um modo genial foi usar, num enredo credível e apreensível, factos, atitudes e palavras realmente vividos.
E se a ficção era necessária para transcender o tema e as personagens, e alcançar-nos a todos, cada um com os nossos “dragões interiores” que nos desafiam, a figura de alguém que soube vencer esses “dragões” e apontar caminhos para nós vencermos, era importante que fosse real, de carne e osso para que fosse de facto lugar da esperança. É para isso mesmo que a Igreja eleva aos altares aqueles que pode por como exemplo e mestres para o nosso caminhar.
E por isso, ao dar o “Bem haja” a Roland Joffé pela lição que nos deu, gostaria de lhe lançar um desafio, a ele e à fantástica equipe que sobe formar: para quando um filme sobre João Paulo II e os dragões que ele nos animou a combater como o seu “Não tenhais medo”?

* jorge margarido correia  Engº Mecânico. Doutor em Teologia

Diário do Minho, 17.05.2011, última página

Sofrimento, doença: Aceitação jubilosa

Duc in altum
Nota prévia:
O texto que segue foi extraído de uma mensagem enviada hoje por pessoa amiga.
Publico-a porque, como digo em epígrafe, ilustra muito bem o que é o sofrimento, a doença, as contrariedades levados com espírito cristão: Fé, Confiança e Esperança.

Outro motivo – como se não bastasse – pelo qual publico esta mensagem, deve-se a um sentimento de pequenez e vergonha pessoal: queixo-me tanto que me dói a cabeça, um dente, o joelho, as costas… e, este meu amigo perante coisas tão graves e inesperadas como as que relata (os sublinhados são meus) sem nunca se queixar, deixa transparecer uma aceitação jubilosa e uma gratidão pelo atendimento que lhe foi prestado que, deveras extraordinário.

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Mais uma vez me emocionei e lembrei-me muito de São Josemaria, agora que estive de novo em Pamplona e usufruí na primeira pessoa e na pessoa de um ente muito querido, da excelência e humanidade dos cuidados médicos da Clínica Universitária de Navarra (CUN).

Sem entrar em grandes detalhes e como julgo que sabe que sou seropositivo de VIH, no Domingo passado viajei de automóvel de Lisboa até Pamplona, conduzido por alguém que o Senhor me concedeu o privilégio de estar unido, fiz, sem me aperceber de imediato, um corte na perna esquerda que ficou a sangrar. Como em Burgos constatei que as urgências do Hospital da cidade aos Domingos funcionam num Centro de Saúde, que não fazia ideia aonde estava localizado, resolvi viajar mais duas horas e dirigir-me aos serviços de urgência da CUN, aonde expliquei a minha preocupação em infectar alguém e pedi para me inscreverem para se proceder ao respectivo curativo que no fundo era algo de muito simples (betadine e um penso). Fazendo aquilo, que terá deixado São Josemaria certamente muitíssimo feliz, não me cobraram rigorosamente nada, sem saber que no dia seguinte tinha consulta e muitos exames a realizar lá, fizeram-no, no mais puro sentido de humanidade em face à minha preocupação.

Nesse mesmo dia à noite, sou informado por quem me acompanhava e que não tinha previsto recorrer a qualquer atendimento médico, que só durante a viagem se havia apercebido que se encontrava num estado de surdez parcial do lado esquerdo e que sofria de um zumbido permanente na cabeça desse mesmo lado. Às nove da manhã de Segunda-feira estava no atendimento para confirmar a minha presença e expliquei o que se passava com quem me acompanhava e pedi o favor de lhe fazerem um atendimento numa consulta de otorrino, que foi imediatamente marcada para daí a 10 minutos e realizados um audiograma  e uma ressonância magnética à cabeça feita pelas 18h30. No dia seguinte, cerca de 28 horas após se ter pedido a consulta, foi-lhe transmitido o diagnóstico preliminar: tinha dois tumores benignos no cérebro, sendo que um se encontrava mesmo por cima do ouvido e que, a avaliar com calma e sem precipitação, poderia ter de ser removido numa tentativa de recuperação da audição e eliminação do zumbido permanente que todavia permanece. Como podeis imaginar entre a preocupação, veio-me de imediato um fortíssimo sentimento de agradecimento ao Senhor e a São Josemaria por haver em boa hora aberto a CUN com toda a filosofia de caridade cristã subjacente e no que sempre ensinou, na santificação através do trabalho realizado em entrega a Deus Nosso Senhor e ao próximo.

Entretanto, tive uma consulta de neurologia à qual compareci acompanhado e fui visto pela primeira vez  por uma médica (vide CV em http://www.cun.es/la-clinica/servicios-medicos/neurologia/mas-sobre-el-departamento/equipo-medico/dra-ma-asuncion-pastor-munoz/) que esteve longamente comigo, consulta essa, e porque que me sentia espiritualmente em casa, que me permitiu exteriorizar e ser compreendido a tal ponto que me retirou no total sete medicamentos, alguns dos quais tomava desde 1997. Após múltiplos exames, informou-me que se iria reunir com uma equipe multidisciplinar para se analisar as acções a empreender que receberia um relatório detalhado sobre o meu estado clínico. A emoção de me ter sentido correctamente interpretado e compreendido por esta filha de São Josemaria, pelo menos foi essa a minha percepção, mais uma vez me levou a agradecer a Jesus Cristo e a revisitar a Ermida de Nossa Senhora do Amor Formoso e com amor e devoção agradecer a Nossa Senhora a Sua protecção.

Desculpe se me alonguei, mas as graças recebidas nestes dias foram tantas, que entendi compartilhá-las consigo, que no fundo pertence à minha Família Espiritual.

Bem-haja!


TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Nada vale a pena se não estamos junto do Senhor”

Maria, tua Mãe, levar-te-á ao Amor de Jesus. E aí estarás "cum gaudio et pace", com alegria e paz, sempre "levado" – porque sozinho cairias e encher-te-ias de lodo – pelo caminho fora, para crer, para amar e para sofrer. (Forja, 677)

Maria e José perguntaram por ele a parentes e conhecidos. E, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém à sua procura. A Mãe de Deus, que procurou com afã o seu Filho, perdido sem sua culpa e que sentiu a maior alegria ao encontrá-lo, ajudar-nos-á a voltar atrás, a rectificar o que for preciso, quando, pelas nossas leviandades ou pecados, não consigamos descobrir Cristo. Teremos assim a alegria de o abraçar de novo, para lhe dizer que nunca mais o perderemos.

Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais importa: que nada vale a pena se não estamos junto do Senhor, que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se no nosso peito não arde a chama de amor vivo, a luz da santa esperança, que é uma antecipação do amor interminável, na nossa Pátria definitiva.
(Amigos de Deus, 278)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Sobre a família 57

A missão educativa da família

Muitas vezes educa-se mais com o que os filhos vêm e experimentam no lar – um ambiente de liberdade, de alegria, de carinho e de confiança – do que com as palavras. Por isso, mais do que transmitir, a missão educativa dos pais consiste em contagiar esse amor à verdade que é a chave da liberdade. [i]


Desta maneira e com a ajuda da graça de Deus, os filhos crescem com o desejo de orientar a sua vida para essa Verdade completa, a única capaz de dar sentido à existência e saciar os anseios mais profundos do coração do homem.



AMOR EXIGENTE


Educar para a liberdade é toda uma arte, muitas vezes nada fácil. Como assinala Bento XVI, «chegamos ao ponto talvez mais delicado da obra educativa: encontrar um justo equilíbrio entre a liberdade e a disciplina. Sem regras de comportamento e de vida, aplicadas dia a dia também nas pequenas coisas, não se forma o carácter e não se prepara para enfrentar as provas que não faltarão no futuro. Mas a relação educativa é antes de tudo o encontro de duas liberdades e a educação com sucesso é uma formação para o recto uso da liberdade». [ii]

m. díez
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet


[i] Cfr. Jo 8, 32.
Bento XVI, Homilia, 8-XII-2005.
[ii] Bento XVI, Homilia no Solene Início do Ministério Petrino, 24-IV-2005.

Evangelho do dia e comentário







Páscoa – V Semana






Evangelho: Jo 14, 1-6

1 «Não se perturbe o vosso coração. Acreditais em Deus, acreditai também em Mim. 2 Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar um lugar para vós. 3 Depois que Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e tomar-vos-ei comigo, para que, onde estou, estejais vós também. 4 E vós conheceis o caminho para ir onde Eu vou». 5 Tomé disse-Lhe: «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?». 6 Jesus disse-lhe: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por Mim.
Meditação:

Que felicidade me trazem as Tuas palavras, Senhor!

Preparaste ''muitas moradas'' e esta Tua revelação tranquiliza-me porque, certamente, poderei ter lugar numa delas, provavelmente a última, a mais 'modesta,' a de menor relevo!

Ah! Mas é uma morada no Céu onde poderei gozar da Tua presença viva e contemplar a Tua face. E, isso, como é a suprema felicidade, é ao que aspiro e o que, veementemente, desejo.

(ama, meditação sobre Jo 14, 1-6, 2010.04.30)