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18/01/2011

Duvalier regressa ao Haiti


OBSERVANDO

É curioso que quando de repente lemos uma noticia destas,  e sabendo da história da personagem envolvida, a nossa primeira reacção é de repulsa, é quase um desejo de que alguma coisa de mal lhe aconteça, para que não se "fique a rir", das desgraças e horrores que praticou sobre outros.

Mas serão estes pensamentos cristãos?

Serão estes pensamentos "legítimos" em alguém que se diz cristão e apregoa o perdão?

Olho para Cristo e num desejo de O imitar medito naquilo que Ele próprio fez perante os seus algozes.

Não lhes perdoou Ele, (e a nós todos também), os horrores que n'Ele praticaram?

Como nos é difícil olhar para homens destes, que afinal são também nossos irmãos, e abrirmos o nosso coração ao perdão.

Claro que este perdão "nada" tem a ver com a justiça a que este homem e outros como ele devem ser sujeitos.

Mas verdadeiramente ainda estamos tão longe de conseguirmos amar, perdoando, àqueles que tanto mal fazem!

É quase doloroso escrever estas palavras, mas para além da justa pena pelos crimes cometidos, não deveria haver no nosso coração o perdão que Deus nos dá a todos?

Rezemos pelas vítimas, mas também pelos algozes, porque se os primeiros sofrem penas neste mundo, os segundos, se não se arrependerem, sofrerão penas para sempre.

JMA, 2011.01.18

Diálogos apostólicos



Meio a sério meio a rir disseste-me que te apetecia ter umas asas.

Respondi-te logo que me parecia teres satisfeito esse desejo quando te dedicaste a cumprir o teu plano de vida.

Ou não é verdade que te sentiste "descolar" do poleiro onde estavas "poisado"?

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 (ama, 2011.01.18)

Sobre a dor e sofrimento humanos


OBSERVANDO
Li hoje esta noticia:

«Tertúlia sobre a dor

Lisboa, 13 Jan (Ecclesia) - No próximo «Café com Fitas», dia 17 de Janeiro, o tema da «Dor» estará em destaque no restaurante «A sede» dos Hospitais da Universidade de Coimbra com a presença das médicas Ana Valentim e Dulce Manuela e da enfermeira Sara Cunha.

Estas tertúlias são organizadas pelo Serviço de Assistência e Espiritual e Religiosa dos HUC, Associação Médicos Católicas de Coimbra, Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde, Coordenação das capelanias hospitalares da Diocese de Coimbra e o Serviço Pastoral do Ensino Superior.»

Veio-me à memória um episódio ocorrido há doze anos atrás, no Hospital de Viana do Castelo.

A pedido do Bispo de Viana do Castelo tentou-se incrementar o apostolado junto dos médicos do Hospital local.

O Zé Maria Cabral acabara de publicar um livro sobre a dignidade do sofrimento humano - de sofrimento sabia ele sobejamente já que morria aos poucos de uma leucemia irreversível - e, eu, convidei-o para uma palestra no hospital.
Com as coisas mais ou menos preparadas por um jovem médico que frequentava meios de formação cristã na Meadela, lá partimos num automóvel que o Zé Maria insistiu em conduzir. Na mala levava-mos duas ou três caixas do livro.

Deparámo-nos com uma sala cheia com quatro ou cinco pessoas, contando connosco e o meu amigo médico. Isso não impediu o Zé Maria de subir à mesa colocada numa espécie de palco e começar a falar.

Fiquei-me cá para trás a ver em que paravam as modas e, de vez em quando abria-se a porta aparecia uma cabeça, escutava um pouco e logo ia sentar-se numa das últimas filas de cadeiras.

No palco o Zé Maria explicava que era médico, que era um doente em fase terminal e que, o sofrimento e a dor, podem ser perfeitamente aproveitadas para bem pessoal e do próximo. Falou abertamente da santificação do sofrimento, da doença, da ética, da caridade, do carinho, da atenção a ter com os doentes.

O movimento da porta continuava: entreabria-se uma cabeça espreitava, ouvia um bocadinho e logo alguém se ia sentar. Não tardou muito a que a sala ficasse repleta de pessoal médico, de enfermagem, auxiliares…

O Zé Maria falava, falava e o silêncio absoluto era a prova evidente de que as suas palavras tinham o auditório em suspenso.

Muito cansado teve de acabar. Foi quando tive uma ideia brilhante:

Subi ao palco e disse, mais ou menos, que tinha ali a última obra do orador, que custava xis e que, se o desejassem ia ao carro buscá-los. Disseram que sim e, enquanto massacravam o pobre Zé Maria com perguntas, lá fui eu buscar os livros.

Venderam-se todos!

Tesíssimos como estávamos - eu… como habitualmente, o Zé Maria porque gastara quanto tinha em tratamentos - veio mesmo a jeito para um excelente jantar a que nos dedicámos com muita gana e muitíssimo bom-humor.

Uns meses depois, de passagem por Fátima, encontrei o Senhor D. Armindo, nessa altura, Bispo de Viana.
Disse-me que tinha sabido da conferência e do interesse que tinha despertado e que tinha muito empenho em que se repetisse.

Brevemente, respondi-lhe que tal não era possível, porque o conferente, responsável pelo “êxito” da acção apostólica, já tinha partido para o Céu.

(ama, 2011.01.18)

OITAVÁRIO DE ORAÇÕES PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


MAIS ALTO

Todos os anos, do dia 18 de Janeiro ao dia 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo, a Igreja dedica oito dias a uma oração mais intensa para que todos aqueles que crêem em Jesus Cristo cheguem a fazer parte da única Igreja fundada por Ele.

            Leão XIII, em 1897, na Encíclica Satis cognitum, dispôs que fossem consagrados a esta intenção os nove dias que vão da Ascensão ao Pentecostes. No ano de 1910, São Pio X transferiu a celebração para os dias que decorrem entre a antiga festa da Cátedra de São Pedro, que se celebrava no dia 18 de Janeiro, e a da Conversão de São Paulo.

            O Concílio Vaticano II, no Decreto sobre o ecumenismo, insta os católicos a rezar por esta intenção, "conscientes de que este santo propósito de reconciliar todos os cristãos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo excede as forças e capacidades humanas" (Decr. Unitatis redintegratio, 24).

* * *

            No livro “Falar com Deus” Francisco Fernandez Carvajal, Ed. Quadrante (www.dielnet@gmail.com ) Vol.VIMeditação 4ª e ss. pode encontrar material para fazer a oração por esta intenção durante esses 8 dias.


Igualmente na Celebração Litúrgica (www.cliturgica.org), Ano A de 2008, 3ª e 4ª Semana, podem encontrar-se nas “Homilias semanais” textos muito breves do P. Nuno Romão sobre o mesmo tema.


2011.01.18

LITURGIA DAS HORAS

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VI. COMPLETAS



84. As Completas são a última oração do dia. Rezam-se antes de iniciar o descanso nocturno, ainda que, eventualmente, já passe da meia-noite.



85. O Ofício de Completas começa, do mesmo modo que as restantes Horas, pelo versículo Deus, vinde, com Glória, Como era e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.



86. A seguir, é louvável que se faça o exame de consciência. Na celebração comunitária, este é feito ou em silêncio ou inserido num acto penitencial, segundo os formulários do Missal Romano.



87. Depois diz-se o hino respectivo.



88. A salmodia, nos domingos, depois das I Vésperas, consta dos salmos 4 e 133; depois das II Vésperas, do salmo 90.
Para os outros dias, foram escolhidos salmos apropriados, que excitem sobretudo a confiança no Senhor. É, porém, facultada a substituição destes salmos pelos do domingo, para comodidade, principalmente, daqueles que desejem porventura rezar Completas de cor.



89. Depois da salmodia, há uma leitura breve, seguida do responsório Em vossas mãos. A seguir, diz-se o cântico evangélico Nunc dimíttis, com a respectiva antífona. Este cântico é, de certo modo, o ponto culminante de toda esta Hora litúrgica.



90. A oração conclusiva é a que vem indicada no Saltério.



91. Depois da oração, diz-se, mesmo na recitação individual, O Senhor nos conceda.



92. E termina-se com uma das antífonas de Nossa Senhora.
No tempo pascal, diz-se sempre Regina caeli. Além das antífonas que vêm no livro da Liturgia das Horas, podem as Conferências Episcopais aprovar outras.15





15 Cf. Conc. Vat II, Const. Sacrosanctum Concilium. n. 38.





Retirado do site do Secretariado Nacional de Liturgia
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Doutrina

«RERUM NOVARUM»

Posse e uso das riquezas

12. Sobre o uso das riquezas, já a pura filosofia pôde delinear alguns ensinamentos de suma excelência e extrema importância; mas só a Igreja no-los pode dar na sua perfeição, e fazê-los descer do conhecimento à prática. O fundamento dessa doutrina está na distinção entre a justa posse das riquezas e o seu legítimo uso.
A propriedade particular, já o dissemos mais acima, é de direito natural para o homem: o exercício deste direito é coisa não só permitida, sobretudo a quem vive em sociedade, mas ainda absolutamente necessária (S. Tomás, Sum. Teol., II-II, q. 66, a. 2). Agora, se se pergunta em que é necessário fazer consistir o uso dos bens, a Igreja responderá sem hesitação: «A esse respeito o homem não deve ter as coisas exteriores por particulares, mas sim por comuns, de tal sorte que facilmente dê parte delas aos outros nas suas necessidades. E por isso que b Apóstolo disse: «Ordena aos ricos do século... dar facilmente, comunicar as suas riquezas» 
(S. Tomás, Sum. Teol., II-II, q. 65, a. 2).

Critério na comunicação

TEMA PARA BREVE REFLEXÃO



Uma aplicação de tal princípio, (moderação, jejum) pode levar-se a 
cabo oportunamente no referente aos meios de comunicação de 
massas. Estes meios têm uma utilidade indiscutível, mas não 
devem enganar-nos e «apropriar-se» da nossa vida. 
Em quantas famílias o televisor parece substituir, mais que facilitar, o 
diálogo entre as pessoas!
Um certo «jejum» também neste âmbito pode ser saudável, seja 
para destinar mais tempo à reflexão e oração, seja para cultivar as 
relações humanas. 

(joão Paulo IIAngelus, 1986.03.10)

Evangelho e comentário do dia


Tempo comum - II Semana


Evangelho: Mc 2, 23-28

23 Sucedeu também que, caminhando Jesus em dia de sábado, por entre campos de trigo, os discípulos começaram a colher espigas, enquanto caminhavam. 24 Os fariseus diziam-Lhe: «Como é que fazem ao sábado o que não é permitido?». 25 Ele respondeu: «Nunca lestes o que fez David, quando se viu necessitado, e teve fome, ele e os que com ele estavam? 26 Como entrou na casa de Deus, sendo sumo-sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, dos quais não era permitido comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que o acompanhavam?». 27 E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 28 Por isso o Filho do Homem é Senhor também do sábado».

Comentário:

Nada do que Deus fez no Universo é superior ou mais importante que o homem. A criatura humana é a obra mais perfeita da Criação e tem algo de único e exclusivo: a própria imagem de Deus impressa na sua alma imortal.
As regras e demais disposições que possam existir, mesmo por parte da Igreja, têm sempre em consideração esta realidade e não impõem nem nunca imporão nada que vá contra esses princípios.

Jejuar é uma coisa boa e, até útil, como medida de contenção e mortificação pessoal, mas não pode ser levada ao extremo de prejudicar a saúde ou o bem-estar próprios ou dos outros. Há que ter um critério bem esclarecido para toda e qualquer mortificação pessoal, sendo o primeiro, que não deve servir nunca de mortificação a outros.

Por isso é muito útil ter em conta os conselhos e indicações que um bom director espiritual  dê no que concerne a esta matéria


(ama, comentário sobre Mc 2, 23-28, 2010.12.23)