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19/10/2011

Princípios filosóficos do Cristianismo

Filósofo
Rembrandt

Princípio da substância (II):

O esquecimento da substância
Kant
Ora bem, Kant não pode montar o seu sistema sem cair em contínuas contradições. Uma de duas: ou os fenómenos são existentes e então têm uma subsistência própria o noumeno, o não o são, e então são nada. De facto, apesar de que Kant diz constantemente que não podemos conhecer o noumeno, às vezes supõe-no. Mas como diz Vemeaux, «se não se sabe nada das coisas, é melhor calar». Kant chega inclusive a afirmar que o noumeno é causa dos fenómenos, admitindo assim um tipo de causa objectiva que contradiz a categoria formal a priori da causa. Acudir, por outro lado, aos esquemas transcendentais como mecanismo de aplicação exacta das formas a priori à informação sensível que recebemos de fora é um recurso que fica inexplicado e que soa a ciência-ficção. Como diz Vemeaux, «quando as formas são actualizadas, a sua aplicação aos fenómenos é estritamente arbitrária, já que os dados sensíveis são amorfos por hipótese».
Às vezes pergunta-se com Gilson se os seguidores e admiradores de Kant crêem de verdade na sua teoria do conhecimento e das formas a priori. Gilson pergunta-se: Quantos professores de filosofia poderíamos encontrar hoje que aceitem como válida a tabela de categorias de Kant? Então, porque se segue tanto Kant? E responde o próprio Gilson: pelo que Kant representa, porque em Kant é o eu o que toma o lugar de Deus criador'"'.
josé antonio sayés, [i] trad ama,



[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

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