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30/10/2011

Hecatombe silenciosa

Reflectindo
Como não reafirmar solenemente que a vida do ser humano é sagrada já desde o seu desenvolvimento sob o coração materno, desde o momento da sua concepção? Como esquecer que, justamente neste ano consagrado à criança, o número de vidas suprimidas no seio materno alcançou cumes pavorosos? É uma hecatombe silenciosa que não pode deixar indiferentes não digo já os homens da Igreja, a nós, cristãos e cristãs do mundo inteiro, mas também aos responsáveis da coisa pública, as pessoas que pensam no advir das nações. Em nome de Jesus «vivente em Maria», levado por Ela dentro do seu seio no mundo indiferente e hostil – em Belém, recusaram acolhê-lo e no palácio de Herodes tramou-se a sua morte -, em nome daquele menino, Deus e homem, eu conjuro os homens conscientes da dignidade insuprível dos homens ainda não nascidos a adoptar uma posição digna do homem, para que este período obscuro que ameaça cobrir com trevas a consciência humana possa finalmente superar-se.

(joão paulo II, Discurso ao sacro Colégio Cardinalício, 1979.12.22)

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