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02/09/2011

Reanimação dos neonatos

Medicina e Apostolado

Quanto aos interesses de terceiros existe um consenso geral para ter em conta o que os pais opinam, em função daquilo que crêem que interessa mais aos recém-nascidos.
Esta diferente consideração ética entre a conduta a seguir com o adulto e o recém-nascido está bem fundamentada nos estudos de Annie Janvier. Outros estudos mostram que o prognóstico e a qualidade de vida das crianças que poderiam ser candidatas a que se lhes suspendesse o tratamento são melhores do que, inclusivamente, o médico crê, e que as próprias crianças que sobreviveram têm uma opinião sobre a sua qualidade de vida superior àquela que tinham os médicos que as atendiam.

Enfim, não se pode esquecer o quanto influem os preconceitos pessoais na tomada de decisões sobre a vida e a morte dos recém-nascidos. Num estudo australiano mostra-se que os médicos que têm menor tendência a reanimar os recém-nascidos em estado grave são aqueles que mais medo têm da morte.
Mas, em geral, podemos dizer que os resultados em função da deficiência dos recém-nascidos que sobrevivem são piores nos locais em que se seleccionam as crianças às quais se proporciona tratamento do que naqueles em que, a todas as crianças , se dá a possibilidade de viver, inclusive aos recém-nasidoscom22 semanas de gestação ou com doenças consideradas como mortais até há muito pouco tempo.

Em resumo, convém recordar que, na hora do nascimento, não existem instrumentos de prognóstico seguros para saber qual será a evolução do recém-nascido.

carlo bellini, A reanimação dos neonatos,[i]  trad als


[i] Comunicação apresentada na XVII Assembleia da Academia Pontifícia para a Vida, Roma, 24-26 de Fevereiro de 2011

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