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13/08/2011

Confidências de alguém






Nota de AMA: 
Estas “confidências” têm, obviamente, um autor, que não se revela; foram feitas em tempo indeterminado, por isso não se lhes atribui a data. O estilo discursivo revela, obviamente, que se tratam de meditações escritas ao correr da pena. A sua publicação deve-se a ter considerado que, nelas se encontram muitas situações e ocorrências que fazem parte do quotidiano que, qualquer um, pode viver.


Carácter e propósitos


Aqui estou eu, Senhor, tentando entrar em contacto espiritual contigo, varrendo do meu espírito tudo quanto possa afastar a Tua presença.
Aqui estou eu como sou, e não, infelizmente, como gostaria de ser.
Todos os defeitos que conheces tão bem e que eu conheço tão mal, e que me custa tanto reconhecer, aqui estão bem nítidos à Tua frente.
Pouco merecimento tenho Senhor, e não encontro razão nenhuma que justifique a atenção que me dedicas, as graças com que me distingues.
A não ser no Teu amor imenso por mim.
Amor que só encontra explicação na própria natureza de Deus que é, Ele próprio, amor.
Tenho lutado, sabes bem que nem sempre com tenacidade, por estabelecer um plano de conduta.
Coisas concretas e definidas que tornem mais fáceis os objectivos de me corrigir, de ganhar carácter para a minha falta de carácter.
Tomei assim a decisão de fazer um esforço de moderar-me na linguagem, conversas.
Tenho infelizmente, falhado.
O propósito não só não tem sido total e aplicado, como me tenho esquecido dele.
Falta-me tanto, Senhor, para conseguir alguma coisa.
Falta-me quase tudo!
Estou sempre - à espera de fazer grandes coisas, de grandes gestos, de, sei lá que sacrifícios e, no meio-termo, deixo para trás coisinhas pequeninas, as oportunidades de mortificação, muitas possibilidades reais de progredir.
Não consigo nada por mim, bem o sei, e peço-te muito a Tua ajuda.
Mas por vezes esqueço-me disto, de Te pedir ajuda.
Oh Senhor!, não me faltes mesmo que eu Te volte as costas.
Meu Anjo da Guarda a quem ignoro tanto, quase sempre.
Desculpa-me esta minha infame disposição de alma que não encontra lugar para ti.
Sabes bem, como me conheces bem, que eu não valho um caracol.
Ajuda-me apesar de eu te tratar com tanto esquecimento.
Dá-me uns abanões fortes de maneira a que eu desperte e veja o que está mesmo à minha frente, para que eu o faça em lugar de estar a pensar no que está longe, distante, e que hei-de fazer ou ter um dia.
Minha querida Mãe do Céu. Hoje em Fátima tantos milhares de bocas Te rezaram e cantaram pedidos e louvores intermináveis.
Tantos olhos choraram lágrimas de alegria, de dor e de arrependimento, tantos corações estremeceram com aquele estado de espírito tão elevado que se respira nos dias treze naquele bendito lugar.
Estás, seguramente, muito contente hoje, Senhora, pois ao Céu chegaram, com certeza, todas essas preces.
Tens tempo, contudo, para ouvir também as minhas preces, o meu pedido.
Não te esqueças de quando estiveres na presença do Senhor, de lhe falar bem de mim.
Põe, Mãe Santíssima, "água na fervura", atenua a agudeza das minhas faltas, põe um pouco de luz na escuridão dos meus pecados, um pouco de sal no insosso das minhas orações.
O Teu Divino Filho está habituado a estas tuas intervenções, mas nem por isso deixará de te ouvir e de aceder, uma vez mais, aos teus pedidos de benevolência para comigo.
Minha querida Mãe do Céu, tanto te agradeço o teu incansável trabalho, a tua permanente intervenção em meu favor.

Bendita sejas, Senhora.

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