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22/06/2011

Sobre a família - 90

O que podemos fazer.


Este último período da nossa historia resultou num monumental fiasco. Não é necessário muito tempo para afundar um país, mas são precisas várias gerações para o levantar, pelo que não podemos perder tempo em pormos mãos à obra.
Os nossos problemas não são só a economia e o desemprego, há muito mais. O trabalho de engenharia social aplicado ao longo destes anos foi um processo de demolição dos pilares básicos da sociedade.   
A família,  como célula social encarregada de transmitir a vida e os valores que tornam possível a convivência, foi arrasada.
Já não há nem país nem mães, substituídos por progenitores A e B, nem sequer livro de família. A manipulação perversa da linguagem eliminou a palavra matrimónio, substituída por parelha. (Matrimonio reserva-se para o «matrimonio homosexual»).
As parelhas fazem-se e desfazem-se sem sequer legalizar as suas uniões e, se o fazem, são cada vez mais frágeis e precárias. Contra o matrimónio estável, introduziu-se abertamente o divorcio expresso.
A natalidade desce abaixo do nível de reposição da população, ao mesmo tempo facilitam-se todos os meios para uma sexualidade irresponsável: anticonceptivos, pílula do dia, depois o aborto. Seguramente seguem as instruções dos desajustados «sábios»  que querem reduzir a população mundial à quarta parte, para salvar o planeta terra.

Ser homem ou mulher deixou de ser algo dado para se converter em «opção pessoal», em conceito cultural. Isto é algo do que se contem nessa legislação da Educação para a cidadania?

Fala-se muito de corrupção e de poder, mas pouco de hionestidade, de honradez, de esforço, de excelência, de trabalho bem feito, de responsabilidade, de serviço, do bem e da verdade.

Não podemos esperar que outros políticos diferentes tenham uma varinha mágica, para nos repor naquela situação que agora nos parece tão estupenda na qual podíamos gastar sem conta nem peso nem medida, consumir com desperdício, hipotecar-nos por vida, aquela época em que pensávamos que sem grande esforço éramos cada vez mais ricos e os nossos investimentos em casa na cidade, no campo ou na praia, com dinheiro emprestado subiam e subiam de valor.
Despertamos de um sonho e temos de aceitar a nossa parte de culpa ainda que em muitos casos aleguemos que fomos enganados. Com o engano da mais-valia, coincidiu a codícia dos enganadores e dos enganados. Não vale a pena lamentar-se mas sim voltar a descobrir o valor da sobriedade, da economia doméstica que sempre aconselhou sempre a anão gastar mais dom que se ganha, fugir da ostentação e do desperdício.
Assumamos a nossa responsabilidade de viver e façamos o que a cada um corresponde. Os que têm trabalho trabalhem mais e melhor os que não o têm que vão procurá-lo onde o haja, os que tenham iniciativas que empreendam e os que têm dinheiro que o invistam.
Mas exijamos aos políticos os valores da honradez, honestidade, economia e transparência. Exijamos que termine a orgia de desperdício na administração. Exijamos que desapareçam todos os “esquemas” montados pelos políticos para medrar e formar uma rede clientelar de apaniguados.


Não existe nenhuma superioridade moral deste ou daquele partido, até que o demonstrem com factos justos e eficazes. Que não nos venham uns com tresloucados planos para o trabalho, outros com a fábula de uma mão oculta que harmoniza a codícia de todos, e outros com o estado do bem-estar, também em crise.
Utilizemos a nossa razão para julgar da bondade ou maldade de todas as propostas, programas e propagandas, sem cair na tentaçõa de julgar como bom o que nos beneficie, ainda que seja à custa de outros, e mau o que nos imponha algum sacrifício, ainda que seja em benefício dos demais.

Não percamos mais tempo em lamentações, antes ponhamo-nos a compor isto, começando por fortalecer a instituição familiar e o sistema educativo. Deixemos de acreditar tolamente num estado providência. Os nossos problemas não parece que venham a ser resolvidos pelos políticos ou os sindicatos, aos quais há que pedir, que pelo menos, não ponham travões à nossa liberdade, nem nos oprimam com mais encargos, impostos, proibições e burocracia.

francisco rodríguez barragán, trad ama

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