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23/05/2011

Sobre a família 60

A missão educativa da família

PROPOR VALORES ELEVADOS

Indubitavelmente, o amor aos filhos não tem que ver com observar uma suposta – impossível na prática – “neutralidade educativa”. Por um lado, é preciso não esquecer que se os pais não educam, fá-lo-ão outros. Sempre, mas hoje talvez mais do que no passado, a sociedade, o ambiente e os meios de comunicação exerceram uma influência notável, que em caso algum é neutra. Por outro lado, actualmente há uma tendência para ensinar uns valores aceitáveis por todos: porventura positivos, mas mínimos.
Os pais hão-de educar, sem medo, em todos os valores que consideram essenciais para a felicidade dos seus filhos. Da insistência dos pais no estudo, por exemplo, os pequenos aprendem que o estudo é um bem importante nas suas vidas. Da insistência amável dos pais em que se lavem e vão bem arranjados, aprendem que a higiene e a apresentação não são coisas desprezáveis. Mas se os pais não insistem – acompanhando-os sempre com o exemplo, e dando as devidas justificações – sobre outros temas (por exemplo, ser sóbrios, dizer sempre a verdade, ser leais, rezar, frequentar os sacramentos, viver a santa pureza, etc.), os filhos podem pensar intuitivamente que são bens em desuso, que nem sequer os seus pais vivem, ou que não se atrevem a propor seriamente.


Um ponto de vital importância para esta tarefa é a comunicação. Uma tentação habitual é pensar que “não entendo os jovens de agora”; “o ambiente está muito mau”; “antes isto não se teria permitido”. A simples argumentação de autoridade pode servir nalgum momento, mas acaba por se mostrar sempre insuficiente. Na educação, por vezes há que argumentar com o prémio e o castigo, mas sobretudo há que falar da bondade ou maldade dos actos e do tipo de vida que estes actos configuram. Desta maneira facilita-se também que os filhos descubram o vínculo indissolúvel que existe entre liberdade e responsabilidade.

m. díez
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

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