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04/05/2011

Sobre a família 41

Como acertar com a minha vida

Continuação

Parece-me que vem a propósito recolher aqui uma narração breve, um relato fantástico, mas por isso mesmo muito real, porque a vida do homem, criatura de Deus, está cheia de mistério e nem sempre se pode interpretar baseando-se simplesmente em seguranças humanas.

O protagonista é o filho de um marinheiro que um dia, quando não era mais que um menino, o seu pai convida para dar um passeio de barco. Já no mar alto, de repente, o menino descobriu ao longe um enorme peixe de aspecto terrível que seguia o barco. Rapidamente chamou a atenção do seu pai. Mas seu pai não via nada e pensou que eram fantasias do seu filho. 
Todavia, numa segunda viajem, volta a acontecer o mesmo e, desta vez, o pai entende tudo. Pálido de medo, explica ao seu filho: 
"Agora temo por ti. Isso que viste é um Colombre. È o peixe que os marinheiros temem mais que a nenhum outro em todos os mares do mundo, um animal terrível e misterioso, mais astuto que o homem. Por motivos que nunca ninguém saberá escolhe a sua vítima e segue-a anos e anos, a vida inteira, até que consegue devorá-la. E o mais curioso é isto: que ninguém o pode ver se não a própria vítima ". 
"E não é uma lenda?" Perguntou o filho. 
"Não respondeu - o pai –; eu nunca o vi, mas descreveram-mo: focinho feroz, dentes espantosos... Não há dúvida, meu filho: o Colombre elegeu-te, e enquanto andes no mar não te dará tréguas. Vamos a voltar para terra e nunca mais te farás ao mar por nenhum motivo... 
Tens que resignar-te. Por outro lado, em terra também podes fazer fortuna".

juan manuel roca, in FLUVIUM, trad ama

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