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14/04/2011

Evangelho do dia e comentário

Quaresma - V Semana


Evangelho: Jo 8, 51-59

51 Em verdade, em verdade vos digo: Quem guardar a Minha palavra não verá a morte eternamente». 52 Os judeus disseram-Lhe: «Agora reconhecemos que estás possesso do demónio. Abraão morreu, os profetas também, e Tu dizes: Quem guardar a Minha palavra não provará a morte eternamente. 53 Porventura és maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram: Quem pretendes Tu ser?». 54 Jesus respondeu: «Se Eu Me glorifico a Mim mesmo, a Minha glória não é nada; Meu Pai é que Me glorifica, Aquele que vós dizeis que é vosso Deus. 55 Mas vós não O conhecestes; Eu sim, conheço-O; e, se disser que não O conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-O e guardo a Sua palavra. 56 Abraão, vosso pai, regozijou-se com a esperança de ver o Meu dia; viu-o e ficou cheio de gozo». 57 Os judeus, por isso, disseram-Lhe: «Tu ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?». 58 Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, “Eu sou”». 59 Então pegaram em pedras para Lhe atirarem; mas Jesus ocultou-Se e saiu do templo.

Comentário:

«Eu sou»!
Aqui está a designação que só Deus pode usar. Tal como revelou a Moisés quando, no episódio da “sarça-ardente”, ele lhe perguntou o nome.
De facto, quando nos apelidamos de “seres humanos” usamos uma terminologia não muito correcta, seria mais próprio “criaturas” porque a nossa origem - e estatuto -, não é própria, isto é, não depende de nós mas sim do Criador de todas as coisas.
«Eu sou»! sem qualquer adjectivo ou complemento é próprio de alguém que, por si mesmo, existe, sem princípio nem fim. Como numa circunferência não se consegue aperceber onde começou e onde acaba porque não é outra coisa senão aquilo, uma circunferência, assim em Deus não se descortina o início de uma  existência.  
Só a fé nos pode dar uma satisfação completa deste mistério e, também, alguma centelha da razão que nos diz que não seria possível a uma entidade por mais superior que pudesse ser, criar o quer que fosse para a eternidade como, de facto criou e cria constantemente, a alma humana.

(ama, comentário sobre Mt 7, 7-12, 2011.02.04)

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