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16/04/2011

Confidências de alguém - 4

Confidências de Alguém
Nota de AMA: 
Estas “confidências” têm, obviamente, um autor, que não se revela; foram feitas em tempo indeterminado, por isso não se lhes atribui a data. O estilo discursivo revela, obviamente, que se tratam de meditações escritas ao correr da pena. A sua publicação deve-se a ter considerado que, nelas se encontram muitas situações e ocorrências que fazem parte do quotidiano que, qualquer um, pode viver.

Quaresma – últimos dias 

Chegado a esta época do ano, nestes dias que antecedem a Semana Maior – a Semana Santa – começo a antever todo um clima e disposição que me faz parar e como que volver os olhos para dentro de mim perscrutando com rigor crescente este mistério enorme do que sou e como sou em relação a Deus.
Este Senhor, Deus-Filho, que morreu de uma forma infamante na Cruz dos romanos, no suplício reservado à escória da sociedade de então, este Senhor que revestido de uma humildade passiva aceita com uma disponibilidade absoluta o aviltamento e o sacrifício. Vai mesmo até ao sacrifício máximo possível ao homem.
Além do mais, este Senhor, porque é Deus, sabe que este sacrifício espantoso, esta doação sem medida, porque é uma doação divina, será incompreendida, ignorada e até rejeitada por muitos. O Senhor sabe que ontem, hoje, amanhã, em determinados momentos, haverá criaturas que não desejam ser salvos, que não querem ser felizes e que querem condenar-se eternamente.
O que o Senhor sofreu tanto com este pre-conhecimento que suou sangue no Monte das Oliveiras, numa angústia indescritível!
Quanto maior não seria o sofrimento humano se soubéssemos de antemão o grau desse mesmo sofrimento. O homem quer recusar – afasta de Mim este cálice – mas Deus aceita a missão que se determinou a levar ao fim: salvar o homem de si mesmo., restitui-lo à vida, dar-lhe novamente, verticalidade de homem livre mas informado sobre o uso devido da sua liberdade.
Nesta posição onde estou eu? Assim, no meio de um deserto de emoções e sentimentos, ou, pelo contrário, em turbilhão de contrições e arrependimentos por males praticados, acções torpes, pensamentos impuros, actos reprováveis.

Onde estou eu?

Na Tua presença, Senhor, volto-me em mim mesmo para dentro de mim e descubro-Te no meu coração. Tens estado aí todo o dia sempre à espera que um bater mais forte Te traga ao pensamento deste pobre filho Teu.

Ah! Senhor Jesus! Como sou esquecido e distraído, eu, que não sei porquê, fui chamado, escolhido, não me lembro do meu Senhor. E, no entanto, Tu lembras-te continuamente de mim, nas pequeninas e nas grandes coisas, os benefícios, as coisas boas, as provações, os pequenos revezes, as angústias, as incertezas e, também, as esperanças em coisas melhores, em dias mais completamente felizes.
Os problemas do dia-a-dia, as dívidas, as somas de dinheiro que nunca chegam, as pessoas que me urgem, as pequenas e grandes frustrações, principalmente porque não sucede o que eu quero, como eu quero, quando eu quero.

1 comentário:

  1. Estas confidências podiam ser minhas, podiam ser de quse todos.

    Ajudam-nos a reflectir como tantas vezes ... não reflectimos nas coisas da vida, nas coisas de Deus nas nossas vidas.

    Que esta Semana Santa seja mais um degrau, subido a pulso, "puxado" pelo Senhor, que sempre está connosco em cada momento.

    E já agora uma confidência que desejo pública: Eu amo-te Senhor!

    Um abraço em Cristo nossa Páscoa

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