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18/04/2011

Confidências de alguém - 6

Confidências de Alguém
Nota de AMA: 
Estas “confidências” têm, obviamente, um autor, que não se revela; foram feitas em tempo indeterminado, por isso não se lhes atribui a data. O estilo discursivo revela, obviamente, que se tratam de meditações escritas ao correr da pena. A sua publicação deve-se a ter considerado que, nelas se encontram muitas situações e ocorrências que fazem parte do quotidiano que, qualquer um, pode viver.


Segunda Feira Santa 

Começou hoje, a Semana Maior, os dias que preparam de uma forma mais intensa e única, a Paixão e Morte de Jesus.
Desejaria que esta semana fosse de facto a Semana Maior, da minha vida de este ano de (…); marcada pela renúncia, pelo desprendimento, pela mortificação, pela “actualização” da minha fé.
Digo “actualização” porque na verdade, não posso dar como adquirida a fé que Deus me deu; pelo simples facto de que, sendo uma dádiva, não me pertence, ou melhor, pertencer-me-á na medida em que a souber merecer e cultivar. Actos de piedade bem-feitos, Eucaristia vivida com seriedade e concentração, sorriso, disponibilidade, mortificações. Tenho estas passivas, neste momento, o joelho que não me dá descanso e esta outra, interior, da apreensão e preocupação com o futuro imediato, o meu emprego, a forma como vou assegurar a subsistência, a solução do assunto com o (…), enfim, estas preocupações que me trazem de alguma forma apreensivo, preocupado, centrado em mim quase em exclusivo: aproveitar para oferecer tudo ao Senhor que sabe muito melhor que eu o que me convém e, tenho a certeza, de todo este aparente mal há-de tirar um bem verdadeiro.

Não há, na Páscoa, outra razão nem outro horizonte que não seja Cristo. A Cruz, elevada ao alto no monte Calvário, é o meu sinal orientador no meu caminhar para Ele, meu modelo, meu fim. A cruz, ali erguida como um desafio definitivo:
Sou ou não capaz de seguir a Cruz?
Sou ou não capaz de seguir Cristo?
Custe o que custar! Haja o que houver! Por mais pequeno que me considere, por mais impaciente que sinta o meu coração por ver Jesus, finalmente, no Domingo da Ressurreição, radioso e triunfante, hei-de viver estes dias desta semana como um soldado cumprindo o seu dever de estar alerta, atento a todos os pormenores que lhe possibilitem um encontro final com a glória do dever cumprido.
Quero participar na Tua Glória, Senhor, no próximo Domingo; leva-me pela Tua mão chagada para que eu não me perca.

Minha Mãe, Maria Santíssima, Mãe de Dores e tormentos, ajuda-me a estar centrado no Teu Filho, a não me desviar do caminho.

São José, meu Pai e Senhor, ensina-me a ser humilde, calado, discreto e pronto. Ajuda-me a agir com naturalidade mesmo quando os desafios e preocupações são tão grandes como agora. Em tudo confiar, em tudo esperar, em tudo ter a certeza que é para bem.

Anjo da minha Guarda, não me deixes um só instante entregue a mim mesmo, com o vigor e a autoridade que te imploro utilizes sempre que necessário para me manter no caminho certo.

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