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12/03/2011

Homilia na Missa das 11.00 na Igreja da Lapa

Duc in altum
Tomando como tema o último versículo do Evangelho de hoje:

«Não vim chamar os justos mas os pecadores à penitência.» [i]

Referiu nomeadamente que, nos tempos da sua infância, na aldeia de que é oriundo e onde viveu a sua meninice, talvez por causa de uma compreensão um pouco rigorista da moral que moldava a consciência, as pessoas muito tementes a Deus, eram levadas a considerarem “quase tudo” como pecado e a necessitarem, por isso, do sacramento da confissão, para “estarem de bem” com Deus.

Hoje, em dia, as pessoas, porque perderam muito a noção de Deus e daquilo que Ele é e representa em relação às Suas criaturas (quem conhece, hoje, de cór, os dez Mandamentos da Lei de Deus?), porque, apesar das crises, dispõem de tantas coisas e possibilidades que quase não precisam de ninguém (nem de Deus!), pensam que o pecado não existe, que nada é pecado, isto é, que não pecam e, por conseguinte não têm por que recorrer ao sacramento da penitência.

Passou-se do “oito para o oitenta”.

A Quaresma, tempo litúrgico em que estamos a entrar, é um tempo precioso, criado e aconselhado pela Igreja a fim de que os homens se recolham e meditem sobre quem é Deus e sobre cada um dos Seus dez Mandamentos e reflictam, também, sobre quem são diante de Deus.
A Quaresma é o “tempo favorável” para um profundo e honesto exame interior perante Deus e para, com sincera valentia, nos dispormos a corrigir o que está mal e a repor o a nossa vida no caminho certo, rumo a Jesus Cristo.

(Rev. Cónego Dr. antónio ferreira dos santos, 2011.03.12)


[i] Lc 5, 32

1 comentário:

  1. Esta notável homilia - que não demorou nem dez minutos -, é uma síntese catequética notável e, ao mesmo tempo, um profundo olhar sobre a realidade do que se passa com o Sacramento da Confissão na actualidade.
    Estou muito grato ao ilustre Cón. Ferreira dos Santos pela sua gentil colaboração.

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