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19/01/2011

ROMA CRIA PRIMEIRO ORDINARIATO PARA ANTIGOS ANGLICANOS


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Abrange Inglaterra e País de Gales e seu superior é um
antigo bispo dessa confissão

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011 (ZENIT.org) - A Santa Sé criou, no sábado passado, o primeiro ordinariato pessoal (uma espécie de diocese sem território definido) para antigos anglicanos da Inglaterra e do País de Gales que decidiram abraçar a plena comunhão com Roma.

O Ordinariato foi erigido pela Congregação vaticana para a Doutrina da Fé, no mesmo dia em que, na catedral de Westminster, um arcebispo católico da capital britânica, Dom Vincent Nichols, ordenara como sacerdotes católicos três antigos bispos anglicanos.
Eles são os reverendos Andrew Burnham (bispo anglicano de Ebbsfleet, 2000-2010), John Broadhurst (bispo anglicano de Fulham, 1996-2010) e Keith Newton (bispo de Richborough 2002-2010), este último nomeado ordinário (superior) do novo Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham, que tem como padroeiro o beato John Henry Newman.

O Rev. Newton, de 58 anos, nascido em Liverpool, casado e com três filhos, foi recebido com sua esposa na comunhão com a Igreja Católica, na catedral de Westminster, no último dia 1º de Janeiro.

Ele tinha sido ordenado bispo anglicano em 7 de Março de 2002, sendo, entre outras coisas, o visitador episcopal para a província da Cantuária.

Será superior do ordinariato como sacerdote, não como bispo católico, pois, como explica um comunicado emitido nesse dia pela Santa Sé, "por razões doutrinais, a Igreja não admite, em nenhum caso, a ordenação episcopal de homens casados".

"Ao mesmo tempo, a constituição apostólica aceita, sob certas condições, a ordenação como sacerdotes católicos de ministros, casados anteriormente, que eram anglicanos", diz a nota do Vaticano.

A Santa Sé esclarece que "o Rev. Newton, ao lado do Rev. Burnham e do Rev. Broadhurst, será responsável pela preparação catequética dos primeiros grupos de anglicanos na Inglaterra e no País de Gales, que na Páscoa serão recebidos na Igreja Católica junto aos seus pastores, assim como o acompanhamento dos ministros que estão se preparando para ser ordenados no sacerdócio católico, perto de Pentecostes".

O Vaticano deixou claro, na nota informativa, que a criação do ordinariato para os anglicanos "é coerente com o compromisso a favor do diálogo ecuménico, que continua sendo uma prioridade para a Igreja Católica".

"A iniciativa que levou à publicação da constituição apostólica e à erecção do ordinariato pessoal procedeu de diferentes grupos de anglicanos que declararam compartilhar a fé comum católica, como é referido no Catecismo da Igreja Católica, e que reconhecem o ministério petrino como querido pelo próprio Cristo para a Igreja", explica a Santa Sé.

"Para eles, chegou a hora de expressar esta unidade implícita na forma visível da plena comunhão", indica a declaração do Vaticano.

A Santa Sé também esclareceu que "um ordinariato pessoal é uma estrutura canónica que reúne de forma corporativa os que eram anglicanos, para permitir-lhes entrar em plena comunhão com a Igreja Católica, mantendo elementos do seu característico património anglicano".

Ao longo da história, houve numerosos casos de anglicanos que foram acolhidos na Igreja Católica; a novidade é que agora eles podem fazê-lo em comunidade, pastores e fiéis.

"Com esta estrutura, a Constituição Apostólica Anglicanorum coetibus visa a harmonizar, por um lado, o desejo de preservar, dentro da Igreja Católica, as veneráveis tradições litúrgicas, espirituais e pastorais anglicanas e, por outro, o fato de que esses novos grupos e seus respectivos pastores estejam plenamente integrados na Igreja Católica", esclarece a Santa Sé.

Segundo algumas fontes, entre 30 e 50 bispos anglicanos, bem como muitas paróquias, têm expressado seu desejo de entrar na Igreja Católica.

O cisma anglicano ocorreu em 1534, quando o rei da Inglaterra, Henrique VIII (1491-1547) não conseguiu do Papa Clemente VII (1478-1534) a declaração de nulidade de seu casamento com Catarina de Aragão e criou a Igreja da Inglaterra, da qual se proclamou chefe.

Fonte: zenit.org

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