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30/01/2011

Os últimos e os primeiros

Duc in altum

Ser dos últimos ou dos primeiros não é uma questão importante, o que realmente deve contar é ser um dos seguidores de Cristo.

Na maior parte das vezes Ele não nos pede, como o fez com os Apóstolos, que larguemos tudo para O seguir. Fá-lo-á apenas com alguns a quem encarrega expressamente de guiar o Seu rebanho. Estes são, de facto, os eleitos, os escolhidos para a sublime e extraordinária missão de continuar, na Sua Igreja, o trabalho da expansão do Reino de Deus por todo o mundo e a todas as gentes.

Às pessoas comuns, que somos em grande maioria, Jesus pede-nos o desprendimento necessário para poder-mos, com toda a liberdade, segui-lo pelos caminhos da terra, fazendo o que Ele quer que façamos, ou seja, cumprindo a Sua vontade em tudo.
Custa, não é fácil, já que haverá que abdicar de algumas coisas e ter uma visão muito concreta do que nos convém.

Abdicar significa pôr de lado e…concretamente o quê?

Preocupações excessivas com a saúde, o bem-estar, a moda, o clima, os incómodos da vida corrente; talvez a compra de outro telemóvel mais moderno, com mais “aplicações” que, na maior parte das vezes nem sabemos muito bem qual o préstimo ou, até, não utilizamos de todo; uma série de jornais e revistas aos fins-de-semana; o desafio de futebol que passa na televisão numa hora em que outros, em casa, desejam ver outra coisa qualquer; a curiosidade – excessiva e, até, mórbida – por notícias de última hora sobre assuntos de interesse muito relativo e que, na maior parte das vezes, são a repetição do que já se sabia – mudar de canal televisivo só para ver o que outra estação diz sobre o mesmo assunto -; não emitir opinião ou conceito sobre o que não se conhece bem e que, talvez, nem nos tenham sido solicitados; um relógio que até é “barato”; uma camisola verde-escuro só para condizer com as calças que acabámos de adquirir…

Sim, talvez a maior parte sejam coisas de importância muito relativa, “coisas pequenas”, mas…se não prescindimos destas como seremos capazes de prescindir de outras de maior vulto?

(ama, comentário sobre Mc 10, 28-31, 2011.01.26)

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