Por: Pedro Vaz Patto
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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12/10/2010
Bom Dia! Outubro 12, 2010
Para o cristão é muito confortável a certeza de que Deus não quer a condenação de ninguém por mais grave que seja o delito que possa ter cometido, mas sim que se arrependa e retome o Seu convívio. E, o interessante, é que quando isto acontece é como se um peso enorme seja removido dos ombros do pecador e sinta como uma “compensação” da falta cometida.
Na realidade tal justifica-se porque «Digo-vos que, do mesmo modo, haverá maior alegria no céu por um pecador que fizer penitência que por noventa e nove justos que não têm necessidade de penitência». ([1]).
É da condição humana falhar, cair, deslizar para o mal, ou algo menos bom, e, isto, por vezes assume um verdadeiro hábito por que se repete vezes sem conto ao longo da vida.
Aqui joga um papel fundamental o desejo de melhoria, de correcção de endireitar o que está enviesado.
Pode andar-se assim muito tempo, muitos anos, talvez a vida inteira.
Começar e recomeçar com a mesma diligência e sem nunca esmorecer, considerando que, o mérito reside muito mais na luta que na conquista da vitória final.
De facto, a vitória, já está presente nessa luta perseverante, continuada por melhorar em algo que não está tão bem como deveria estar.
Mas se reconhecer o erro, por si próprio ou porque a tal é induzido por outros, é uma atitude muito meritória e, normalmente conduz a evitar cometer esse mesmo erro, não basta para que tudo fique resolvido e, sobretudo para “sossegar” concretamente a consciência.
Recordemos a cena evangélica da mulher adúltera ([2]) como reacção às palavras de Jesus: «Aquele de vós que estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra» o que acontece? «Mas eles, ouvindo isto, foram-se retirando, um após outro, começando pelos mais velhos»; é interessante que o Evangelista se refira expressamente a «começando pelos mais velhos», o que, no nosso entender, quererá significar uma consciência mais apurada pelas experiências de vida de cada um, ou seja, as pessoas de idade mais madura apreendem com mais facilidade o que as palavras de Cristo querem dizer.
Mas, de facto, embora se retirem, desistindo do propósito que ali os levara, a lapidação da adúltera, porque reconhecem a sua incapacidade moral para levar a cabo algo tão radical, embora prescrito na Lei judaica, deixam, por assim dizer, incompleta a justiça para com a mulher já que não consta que algum deles se lhe tenha dirigido com uma palavra de perdão.
Talvez, por isso mesmo, Jesus que não era testemunha em termos formais do adultério tenha dito á mulher: «Nem Eu te condeno», acrescentando «vai e doravante não peques mais» ou seja, não intervenho na administração da justiça humana mas, com o poder divino que tenho, perdoo-te o pecado que cometes-te contra Deus.
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Tema para breve reflexão - 2010.10.12
Virtudes – Fé 3
A fé é um antegozo do conhecimento, que nos tornará felizes na vida futura.
(S. Tomais de aquino, Compendium Theologica, 1, 2)
Textos de Reflexão para 12 de Outubro
Evangelho: Lc 11, 37-41
37 Enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-O para comer com ele. Tendo entrado, pôs-Se à mesa. 38 Ora o fariseu estranhou que Ele não Se tivesse lavado antes de comer. 39 Mas o Senhor disse-lhe: «Vós os fariseus limpais o que está por fora do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. 40 Néscios, quem fez o que está fora não fez também o que está por dentro? 41 Dai antes o que tendes em esmola, e tudo será puro para vós
Meditação:
Parece que o fariseu estranhou, e com razão a atitude de Jesus: não se lavar antes de comer. Tudo isto fazia parte dos costumes e, até, de algumas disposições de comportamento em sociedade sendo não poucas vezes, levado a um exagero insuportável. Jesus Cristo é sem dúvida nenhuma um judeu que observa os costumes e hábitos comuns do povo, nomeadamente aqueles que se ligavam com a higiene. O que, nesta ocasião, faz, ou melhor não faz tem um propósito, talvez duplo:
O primeiro seria constatar a preocupação do fariseu com o que os outros faziam mais, que com o que ele próprio deveria fazer (numa outra ocasião, similar, esqueceu-se do ósculo ao visitante, e Jesus fez-lho sentir). Os outros…. Os outros… Sempre a questão que se levantava em Israel fazer as coisas para ser visto pelos outros, ter em conta o julgamento ou opinião dos outros como de suma importância e, curiosamente, sem nenhuma inquietação quanto ao exemplo a dar, à correcção de atitudes demasiado rígidas, a afabilidade e bom acolhimento para com o próximo.
O segundo objectivo de Jesus seria o de aproveitar para, explicar, uma vez mais, que não é o exterior que importa a preocupação deve centrar-se no interior, no coração, na alma, mas intenções, nos pensamentos.
Talvez, em ultima análise, tentar olhar para os outros com para um espelho onde veremos reflectidos os nossos próprios erros e deficiências que julgamos que os outros têm e que, afinal, somos nós que possuímos.
(ama, comentário sobre Lc 11,37-41, 2010.08.09)
(J. Pieper, Las três virtudes fundamentales, 3ª ed. Rialp, Madrid, 1988, pg. 202, trad ama)
Doutrina: CCIC – 427: Que bens podemos merecer?
CIC – 2006-2009; 2025-2027
Sob a moção do Espírito Santo, podemos merecer, para nós mesmos e para os outros, as graças úteis para nos santificarmos e para alcançar a vida eterna, bem como os bens temporais necessários segundo os desígnios de Deus. Ninguém pode merecer a graça primeira, que está na origem da conversão e da justificação