Páginas

20/12/2010

Textos de Reflexão para 20 de Dezembro

4ª Segunda-Feira do Advento 20 de Dezembro

Evangelho: Lc 1, 26-38

26 Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. 28 Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». 29 Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. 30 O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; 31 eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. 32 Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; 33 reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». 34 Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; 37 porque a Deus nada é impossível». 38 Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.

Nota:
Durante o Tempo do Advento não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar) em comentários.

Tema para consideração: A confissão frequente

B)   A confissão (acusação) 2

1.    Os que se dedicam seriamente à vida espiritual, sobretudo os religiosos, que por vocação estão obrigados a uma vida de perfeição cristã, depois de ter ultrapassado os começos da vida espiritual, deverão normalmente confessar aqueles pecados e faltas contra os quais estão resolvidos a lutar conscientes do seu fim. Assim, pois, não confessarão e todas e cada uma das faltas e imperfeições que tenham cometido, mas tão só aquelas contra as quais vai dirigido o seu propósito. Propósito e confissão (acusação dos pecados) correm paralelamente. Também aqui tem a sua aplicação aquilo que não muito e variado, mas pouco e, isso, bem; non multa, sed multum. Das faltas quotidianas e infidelidades, escolher-se-á aquela que pertinazmente tende a arreigar-se, que com maior consciência e vontade se comete, que nasce de um costume torcido ou de uma inclinação ou paixão perversa, aquela com que mais se faz sofrer o próximo. Esta acusação limitada é de aconselhar especialmente àqueles que, apesar de todos os seus bons desejos, por vezes se esquecem disso; àqueles que têm faltas habituais, faltas de temperamento de índole mais séria; aos que se sentem enervados e frouxos, sem força interior e sem verdadeiro desejo de aspirar à virtude; àqueles que se encontram em perigo de se tornarem tíbios e descuidados; ao que só com dificuldade se livram de determinadas faltas; finalmente, também àqueles que com facilidade se vêm atormentados pela dúvida de se tiveram dor e arrependimento suficientes pelos pecados confessados.
«Assim, pois, nós não fazemos senão interpretar segundo as nossas próprias opiniões a lei de Deus ao impormo-nos como dever o recitar toda uma litania de pecados veniais, de minuciosas circunstâncias e histórias. Expor tudo isso por completo é simplesmente impossível. Daí um sem-fim de angústias e escrúpulos que só se fundamentam em que por verdadeira impossibilidade omitimos algo do que sem nenhum pecado, com plena liberdade, teríamos podido calar.»[1] No afã de confessar todos os pecados veniais, além de muito desconhecimento e incompreensão, há também muito egoísmo e orgulho; é que queremos estar satisfeitos com o nosso actuar e com a nossa confissão, queremos poder atribuir-nos o certificado de ter dito tudo quanto podíamos dizer. Muitas almas, além disso, dão-se assim com a ilusão de que pelo mero facto de ter-se confessado está tudo em ordem. Que erro tão prejudicial!
O conhecimento da raiz dos pecados veniais, antes de mais a da falta principal, e o conhecimento das ocasiões que originam determinadas faltas, pode ser útil ao confessor. Convém falar disto de quando em quando na santa confissão.

Doutrina: CCIC – 595:  Como é que é possível o perdão?
                   CIC 2840-2845; 2862

A misericórdia penetra no nosso coração só se também nós soubermos perdoar, até aos nossos inimigos. Ora, mesmo que ao homem pareça impossível satisfazer esta exigência, o coração que se oferece ao Espírito Santo pode, como Cristo, amar até ao extremo do amor, mudar a ferida em compaixão, transformar a ofensa em intercessão. O perdão participa da misericórdia divina e é um vértice da oração cristã.


[1] lehen, Weg zum inneren Frieden, p. 93 (nota do t.: traduzido do castelhano no original)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.