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23/08/2010

Cristo desvela o mistério da vocação do homem

 Como acertar com a minha vida



        É Cristo quem desvela o mistério da vocação do homem, por dois motivos fundamentais: Em primeiro lugar, porque a meta de toda vocação é a comunhão com Deus que Se nos dá a conhecer em Cristo Jesus; e em segundo lugar, porque em Cristo dá-se o acolhimento do chamamento divino na sua máxima fidelidade: Cristo faz-se uma mesma coisa com o querer do Pai.
        Todo o discípulo tem que responder à vocação com uma entrega que tem como seu modelo a entrega de Jesus. A plena união com o Pai dá-se sempre em Jesus, ainda que se expresse de forma diferente na Sua humanidade no tempo. Em troca, em nós, desvela-se-nos pouco a pouco o que Deus nos pede; vamo-nos tornando filhos e inteiramo-nos o que significa ser filhos de Deus ao longo da vida. O ideal de vida do Evangelho reclama conversão e penitência: uma mudança radical do coração que abarca toda a vida da pessoa.
        Jesus quer vincular os discípulos à missão que o seu Padre Lhe dá. A chamada para o seguir não é só imitação, mas introdução às condições da vida de Jesus. Assim, na origem de toda a vocação há, juntamente com uma eleição pessoal por parte de Deus, uma vontade divina para realizar. São Paulo diz-nos: "Chamou-nos com vocação santa, não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio" (2 Tm 1, 9).
        Poder-se-iam distinguir vários tipos ou diferentes grupos de chamadas que Jesus faz: a vocação dos quatro primeiros; a vocação de São Mateus; todas as chamadas que não tiveram êxito ou o tiveram mas mais tarde e se afastaram dele. Em quase todas deu-se um seguimento imediato e uma entrega radical e total (Mt 4, 18-22; Mc 1, 16-25; Lc 5, 1-11; Jn 1, 35-51). No Evangelho fica claro que o seguimento de Jesus leva consigo dar a vida (Mc 8, 34-38) e que Jesus não pretende, em nenhum momento, movimento de massas. Os discípulos de Jesus, os que O seguem, jogam a vida por inteiro.
        Em todas essas chamadas há alguns traços comuns:
        A iniciativa vem sempre de Jesus.
        A autoridade absoluta com que Jesus chama (não deixa margem para responder com condições ou limitações).
        É um chamamento que pressupõe a liberdade no seguimento: Jesus arrasta, atrai, não obriga.
        Implica uma missão: é um chamamento a estar com Ele - antes a ser como Ele: partilhar a sua vida, participar do seu destino, tomar a cruz - e a anunciar o Evangelho. 
(Juan Manuel Roca, in fluvium, 2010.08.21, trad ama)


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