Páginas

09/01/2023

Publicações em Janeiro 9

  


DENTRO DO EVANGELHO

 

 

Muitos comentários se têm escrito sobre o trecho do Evangelho que relata o acontecido em Gerasa.

O demónio não tem outro objectivo senão fazer o mal.

Ao pedirem a Jesus que os enviasse para a vara dos porcos, precipitando-se no mar, como que quiseram demonstrar que os gadarenos não acreditavam em Jesus Cristo, dando maior importância aos bens materiais que à vida humana. E o Senhor não sabia o que iria acontecer?

Evidentemente que sim, Ele sabe tudo, mas não podia permitir que acreditassem nele pela confissão do demónio que é o pai da mentira.

Talvez sem querer, ficamos algo decepcionados com Jesus por ter permitido que os demónios entrassem nos porcos com o resultado que se sabe.

Talvez possamos tirar duas ou três ilacções: A primeira é a confirmação que o demónio existe o que, muitos, insistem em negar; A segunda será que Cristo não poderia consentir que acreditassem nEle pelo testemunho do demónio, que é o pai da mentira; A terceira é a completa inversão de valores dos gadarenos que dão mais importância a perda dos porcos que à recuperação da saúde da pessoa humana; E, uma quarta, - talvez a mais inesperada – é a sua reacção pedindo a Jesus que Se afaste do seu território, sem procurar compreender, sem fazer uma pergunta, sem sequer, considerar o extraordinário do acontecimento.

Preferem, de facto, fechar os olhos e os ouvidos e ignorar o que foi tão patente perante todos. Disseram em alta voz: «Que tens a ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?». Por aqui se vê que o demónio não só sabia quem era Jesus como conhecia o que a Sua vinda à terra significava: que o domínio, quase discricionário, que exercia sobre a humanidade, iria terminar com a instauração do Reino de Deus.

Já o dissemos: O Senhor não podia consentir que a Sua Pessoa: Jesus Cristo fosse revelada pelo demónio que é o Pai da mentira.

O episódio com a vara de porcos revela claramente a maldade e desprezo do tentador. Fica bem claro que dele só se pode esperar o mal e o ódio.

 

Ter amigos como este pobre paralítico descido por cordas através e um buraco no telhado da casa onde Jesus estava, é uma prova inestimável que querem o melhor para o seu amigo e não se deixam vencer nem pelas dificuldades ou circunstâncias desfavoráveis para levarem por diante o que se propõem. Mas, mais, sabem que Jesus é O Médico Divino que cura todas as doenças e males por maiores ou graves que sejam, assim, se o que os move é a amizade a Fé em Jesus é singularmente definitiva para fazerem o que fizeram. Foi esta Fé que Jesus se deu conta e O levou a actuar imediatamente.

O milagre é, sem dúvida, espectacular, mas, o mais importante é a lição, que – talvez por isso mesmo – o Senhor quis dar aos circunstantes: a confirmação do Seu poder, a Sua Divindade. Há como que uma aura de excepcional grandeza em todo este episódio que São Lucas também relata embora com maior detalhe.

Grandeza, desde logo pela demonstração de amizade dos companheiros do paralítico, também pela docilidade deste em deixar-se conduzir sem receio ou respeito humano pelo insólito da situação.

Grandeza pela lição que, como sempre, o Senhor dá aos circunstantes numa catequese alicerçada no exemplo, confirmada pela acção. Sim! O que é mais fácil: curar uma doença ou perdoar os pecados? Ambas são curas, uma do corpo a outra da alma. A primeira pode constatar-se imediatamente, a outra só pode confirmar-se pela Fé. Uma também pode ser conseguida pela ciência humana a segunda pertence exclusivamente a Deus.

É o próprio Mateus que relata o seu encontro com Jesus. Encontro, talvez fortuito, mas definitivo e decisivo para a sua vida.

Será que – podemos perguntar-nos – já teria ouvido falar de Jesus? Estaria à espera de O encontrar? Podemos pensar que sim porque o Senhor acaba sempre por Se encontrar com aqueles que O procuram e que, talvez, a indecisão tolha de dar o “passo em frente”.

Um dos resultados deste chamamento – e de o mesmo ter sido prontamente aceite – foi a presença dos colegas de profissão de Mateus no banquete em sua casa. A simplicidade com que o Senhor os apelida de “pecadores” – como eram tidos pelos chefes do povo – não os ofende nem afasta, antes lhes confirma a Sua vontade de emendar os erros, corrigir os maus procedimentos. Jesus Cristo afirma claramente que: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.» Esta declaração deve encher-nos de alegria e consolação porque, efectivamente, todos somos pecadores. E, Ele, chama-nos constantemente, sem descanso nem tréguas. Procura-nos onde estivermos sejam quais forem as circunstâncias e, se acaso não damos pela Sua presença, voltará uma e outra vez até que oiçamos o que tem para nos dizer. Depois… dependerá exclusivamente de nós acolher ou não o Seu convite para que O sigamos. Da escolha que fizermos dependerá, portanto, a nossa salvação eterna.

O Senhor cruza-se constantemente connosco nos caminhos da vida. De facto, procura-nos com verdadeiro e legítimo desejo de nos encontrar. Verdadeiro, desde logo, porque, Ele, é a VERDADE! Legítimo porque somos – todos os homens – Seus irmãos!

O que faz uma pessoa quando se encontra com um irmão? Pois, naturalmente, sente uma grande alegria e vontade de conviver, saber o que se passa com ele, contar-lhe o que se passa consigo. Se descobrem pontos em comum – como é natural entre irmãos – a convivência aprofunda-se cada vez mais até se tornaram “inseparáveis”. É o desejo – íntimo do Senhor – tornar-se “inseparável” do homem que encontra, num “crescendo de intimidade cada vez mais forte, de uma união sempre crescente até que, possamos dizer como São Paulo: «Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim».

Evidentemente que a “qualificação” de pecadores era, naquele tempo, altamente pejorativa e muito pouco honesta. De facto, todos somos pecadores e não aceitar esta realidade é – segundo as palavras do Senhor - excluir-se dos planos de Deus para a nossa salvação.

Este «segue-me» de Cristo deveria conter uma força e convicção tais que tornavam o convite irresistível como a pronta resposta de Mateus sugere. Jesus vem ter connosco onde for e não perde tempo com explicações, convida claramente a segui-Lo e deixa ao convidado a liberdade de aceitar ou não o convite.

E, estes convidados, quem são? Ele próprio esclarece: 'não vim chamar os justos mas os pecadores'.

Então, sei, tenho a certeza, veio chamar-me a mim!

 

Links sugeridos:

 

Opus Dei

Evangelho/Biblia

Santa Sé

Religión en Libertad