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29/11/2022

Publicações em Novembro 29

 


Como muitas vezes estavamos junto ao mar, na praia.

A multidão era de tal ordem numerosa que Jesus teve de subir a uma barca para que todos O pudessem ver.

E... não só ver mas, sobretudo ouvir.

Já referi algumas vezes este facto espantoso: todos O ouviam fosse qual fosse a distância a que estivessem; falava num tom normal, de colóquio como se Se dirisse a cada um em particular e eu testemunhei isso mesmo... as pessoas ficavam como que em suspenso do que Jesus dizia.

Hoje voltou a um tema muito recorrente mas que continuava a ser o principal para aquela gente: o Reino dos Céus.

Queriam saber mais, entender melhor algo tão extraordinário que ansiavam: pertencerem a esse Reino.

Penso que ninguém em seu perfeito juízo deseje pertencer a um Reino medíocre, sem grande expressão, todos, absolutamente, somos súbditos de um Reino qualquer sendo legítimo portanto desejar pertencer ao Reino mais grandioso que possa existir e... que o Rei seja o mais justo e reuna os melhores atributos para reinar.

Surge-nos, assim, o Reino de Deus preenchendo esse anseio.

Um Reino Cujo Rei É o Criador, Dono e Senhor de todas as coisas.

Qualquer cristão tem, portanto, este estatuto extraordinário: pertencer ao Reino de Deus!

Desta realidade emerge uma obrigação eminente, importante: ser digno de pertencer a esse Reino. Como? Pois fazendo por ser súbdito fiel e cumpridor, em tudo, da Suprema Vontade do Rei.

Ele É muito exigente mas Sumamente Justo e, por isso nunca nos exigirá nada além das nossas capacidades mas, espera que Lhe demos inteiramente o que temos como nosso, mesmo que seja pouco ou, mesmo, muito pouco; como diz o povo... "quem dá o que tem a mais não é obrigado".

Dar o que se tem torna-nos mais ricos que antes porque passamos a receber a gratidão daquele a quem demos e, este, é seguramente um bem inestimável.

A forma como Deus demonstra essa gratidão excede em tudo a nossa expectativa, nem "um copo de água" deixa de ser compensado.

O meu Querido Pai dizia que "quem dá... empresta a Deus" e, eu agora compreendo bem o que queria dizer: ser credor de Deus!

Um credor que não se atraza na devolução do empréstimo e que paga juros altíssimos pelo emprestado.

Sou muito interesseiro e, por isso, quero ser "credor de Deus".

Logo ao acordar, depois de agradecer um novo dia que deseja que eu viva, ofereço-Lhe quanto nesse dia faça e, isto, obriga-me a fazer, o que for, o melhor possível para que a oferta seja o mais digna possível.

Como sei o "pouca coisa" que sou peço-Lhe que me ajude a dignificar essa oferta.

Talvez possa parecer algo estranho pedir tal coisa mas, eu não tenho qualquer receio que Ele não entenda o meu pedido.

Afinal o que está em "jogo" é a minha Salvação e sei muito bem que Ele compreende e aceita os "blufs" de que uso e abuso para ganhar o "jogo".

Hoje aconteceu, aconteceu-me, algo extraordinário que jamais esquecerei.

Há tanto tempo, já lá vai mais de um ano que, misturado nas turbas, sigo Jesus no Seu deambular diário pelas terras da Palestina e, hoje Ele, por momentos, fixou em mim o olhar.

Fiquei estarrecido!

Um olhar, como sempre, calmo tranquilo mas que parece como que o que hoje se chama uma "radiografia" que lê as entranhas do nosso ser.

Foi como se me dissesse: 'Eu conheço-te, sei quem és e o que pretendes'.

Levei algum tempo, confesso, a "digerir" tal coisa.

Ganhei coragem e atrevi-me: 'Senhor eu sei que sabes tudo e que me conheces muito melhor que eu me conheço a mim próprio, que achas que devo fazer?'

A resposta não tardou: 'Sê o que és e procede de acordo, sê um homem inteiro, de uma só peça, não te deixes ir ao sabor da corrente, das conveniências, cumpre os teus deveres de Pai, Avô, Irmão, Amigo,  alegre mesmo quando tenhas motivos para chorar, satisfaz os compromissos que assumes, comporta-te como um Filho de Deus, Meu irmão'.

Agradeci a resposta e quedei-me a pensar que, na verdade, ela encerra um programa de vida.

Um programa exigente, sem dúvida, mas que não me cabe avaliar sobre a minha capacidade para o levar a cabo. Se este programa é o que o Senhor acha que me convém tenho a certeza que Ele também sabe que preciso de ajuda... ah! como preciso!... para o cumprir. E confio plenamente que essa ajuda não me faltará nunca.

Lanço-me para a frente, encaro cada momento como o último que terei para cumprir o que devo: fazer, em tudo, a Amabilissima Vontade de Deus.

Tarefa grande de mais? Muito para além do que posso?

Tenho a certeza... NÃO! ELE nunca me pediria nada que não estivesse ao meu alcance conseguir e providenciará o que possa faltar-me. Estará sempre disponível para mim mas... quer que eu Lhe peça, o que for que julgo que preciso,com a confiança absoluta que se o que peço for para meu bem Ele mo dará, se e quando for mais conveniente. Não Se enfadará se eu achar que tarda em satisfazer o meu pedido, bem ao contrário... agrada-Lhe que eu insista uma e outra vez porque tal significará que a minha confiança e esperança na Sua Providência não esmorecem.

Ele Próprio deu como que um "mote" de como deve ser insistente a minha petição ao pronunciar a Parábola do Juiz Iníquo que acaba por atender os pedidos contínuos de uma viúva que para que lhe faça justiça, não porque estivesse preocupado com a administração da justiça mas para deixar de ser importunado.

O que Jesus quis que concluísse é muito claro: se com a sua permanente insistência a viúva alcançou o que pretendia como desistir na minha insistência para que Ele me dê o que peço?

Uma das "provas" que considero que procedo bem ao inssistir nos pedidos é a hábil insinuação do tentador... 'outra vez! Repetes vezes sem conta o mesmo pedido e nunca obténs reposta... porquê continuar?', esta é, como escrevi, a "prova", para mim mais concludente, de que estou no bom caminho.

É extraordinário constatar como o Senhor Se serve da tentação do demónio  das insinuações manhosas e hábeis que usa para me levar a considerar o me convém em cada momento ou circunstância. É, concluo, a Sua forma de consubstanciar o que me ensinou no Pai-Nosso: Livrai-me da tentação.

De uma mal aparente, possível, o Senhor tira sempre um bem concreto.

De facto... a tentação é, para mim, um mistério, porquê o Senhor a consente?

Julgo que a resposta está na Suprema Justiça de Deus. A herança que recebi dos meus primeiros pais, Adão e Eva, tem um "preço"... estar sujeito à tentação porque é a consequência directa do seu pecado.

Não a posso ignorar e muito menos rejeitar, uma herança é o que é. No entanto,  Ele, quer ajudar-me a usar essa herança da melhor forma e está sempre à minha disposição para me ajudar no seu correcto uso.

 

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