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15/11/2022

Publicações em Novembro 15

 


Habituado como estou a ouvir as trocas de palavras entre os mais próximos seguidores de Jesus, os Doze, com questões e perguntas que expressam dúvidas sobre tudo e mais alguma coisa, não deveria surpreender-me com o que acabei de ouvir Tiago dizer a João: ‘qual, na tua opinião, será para O Mestre, o maior de nós?...’ 

Vindo de pessoas sãs e absolutamente dispostas a seguir Jesus pareceu-me estranho esta preocupação de "estatuto pessoal" mas, reflectindo, concluo que o facto de tal constar no Evangelho revela uma vontade expressa dos Apóstolos em revelar as suas fraquezas, dúvidas e pensamentos íntimos, exactamente porque querem que fique absolutamente claro a sua falta de mérito pessoal para serem escolhidos por Jesus Cristo e que Ele chama todos independentemente das qualidades ou defeitos que possam ter.

Seguir Jesus é entregar-me tal qual sou e, ao segui-Lo, ter confiada esperança de que estou no caminho certo para ir melhorando a minha postura quer a visível quer, e será o deveras importante, a interior. Com serenidade irei vivendo o dia-a-dia escolhendo para cada um como que um objectivo de melhoria; o último exame diário deve terminar com um propósito, por exemplo: amanhã vou dedicar especial atenção à forma como respondo a algo que outro(s) me pergunte(em), amávelmente, com uma "boa cara" se for face a face, ou da forma que for, não mostrando enfado ou pressa mas com contenção e disponibilidade de tempo. Refiro-me, claro está, a questões sobre  Fé Cristã,  Santa Igreja a Religião Católica.

Sei muito bem que algumas perguntas podem ser como que um teste à "qualidade" da minha resposta, mas, tal, deve levar-me a considerar bem como respondo.

CONSELHO, SABEDORIA estes os Dons do Divino Espírito Santo que devo pedir para que a resposta seja a adequada e correcta.

«Não vos preocupeis com o que haveis de dizer... o Espírito Santo vos assistirá».

Assim... fico tranquilo e em paz com a certeza absoluta que me será inspirado exactamente o que e como tenho de responder, mas, se acaso tal não acontecer em tempo útil, ter a humildade de pedir "um tempo" para dar a resposta. Esta atitude agradará a quem pergunta porque lhe "diz" que considero a questão como importante e, se a sua intenção tem uma raíz malévola, ficará "ab initio" derrotada.

Voltando ao princípio ser "maior ou menor", a mim não me parece um desejo inconsequente e, muito menos, grave.

Em primeiro lugar porque tal não significa que me considero melhor ou com mais mérito que outros e, depois porque se realmente desejo algo, com todas as veras da minha alma é fundamental que seja o melhor que seja. Ou não?

Considero um "caso prático": preciso de uma solução financeira para algo específico e urgente. Se a procuro, porque não considerar todas as outras situações que não sendo prementes, tenho com razoável certeza que se tornarão tal. Se encontrar a solução para a tal "urgência" é muito provável que tenha encontrado uma solução para todas as outras.

Concluo que ao pedir o que for não me preocupe tanto com a razoabilidade do que peço mas, antes, com absoluta confiança que o Senhor se "encarregará" de tal. Portanto... peço e... pronto!

Na verdade, eu preciso de tudo, principalmente de mostrar gratidão pelo muito que tenho e que constantemente me é dado sem que eu tenha algum mérito.

Agradecer continuamente ao Senhor a Sua Bondade para comigo deve ser a minha constante disposição.

Quem dá, pode fazê-lo sem nenhuma outra intenção que não seja dar mas, seguramente ficará agradado com o agradecimento daquele a quem deu e ficará bem-disposto para voltar a dar.

Se eu não agradeço o que é dado, o "dador" será levado a concluir que para mim é indiferente receber ou não e, nesse caso, será lógico que não se interesse mais em dar-me o que for.

Recebo… tenho de agradecer!

Vejo claramente que para agradecer a Deus a Sua constante Providência, não tenho melhor caminho que não seja fazer a Sua Vontade em tudo.

Jesus deixou bem claro que não é indiferente ao agradecimento quando tendo curado dez leprosos só um Lhe agradecer. Os outros nove ficaram curados da lepra, este além da cura da sua doença, encontrou a salvação eterna.

Na oração que muito jovem aprendi nos Escuteiros e que continuo a rezar diariamente, consta: "... sem esperar outra recompensa que saber que faço a Tua Vontade".

De facto, fazer o bem deve ser uma "norma" de qualquer um muito particularmente do cristão e, portanto será legítimo não esperar qualquer recompensa mas, se fizer mal também é legítimo esperar um castigo, uma punição. Ora a um castigo opõe-se um prémio.

Não é verdade que na vida corrente um funcionário de uma empresa qualquer que cumpre o que lhe compete cumprir é louvado e distinguido, talvez, até, receba uma gratificação extraordinária?

O "dono" da empresa não tem porque lha dar mas fá-lo para que fique como exemplo para todos os outros.

Eu, como cristão, tenho a certeza que me compete dar exemplo - SEMPRE - para que os que me vêem, sobretudo os que me conhecem bem, concluam que... "se este... é capaz... também eu posso ser".

Como já referi, qualquer causa gera um efeito e, neste caso em particular, o exemplo que der, gera, noutros, o desejo de fazer igual.

É isto, em suma, o que tenho de ter bem presente: o que faço, a causa, tem sempre um efeito noutros, efeito esse que não me é possível saber exactamente qual seja e, por isso mesmo, maior empenho hei-de ter em fazer o bem.

Quando chegar o momento de prestar contas penso  - com palavras humanas que são as minhas - que uma das "partes" mais importantes do "processo", não será tanto o que fiz mas, mais, o que deixei de fazer e poderia ter feito.

O Senhor deu-me talentos, qualidades, competências, se não as usar poderei esperar... o quê?! Talvez algo como... "dei-te o que precisavas... porque não o utilizas-te?".

Não! Decididamente não quero ouvir esta pergunta. Por isso mesmo... volto à "oração do Escuteiro".

Fico em paz.GT.

 

Reflectindo

Tento reduzir a "carga" emocional que me assola, mas, confesso, sem grande êxito.

Vou-me enrredando em locubrações, memórias errácticas, sem sentido, confusas e a situação agrava--se.

Sinto-me profundamente agradecido ao Divino Espírito Santo pela faculdade de pensar mas, tal, não deve impedir-me, bem ao contrário, de Lhe pedir que me ajude a pensar em coisas úteis que valham a pena.

 

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