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03/10/2022

Publicações em Outubro 3



Mês do Santo Rosário

A Santíssima Virgem no Santo Rosário

 

Glória

 

Ressurreição de Jesus

 

«A quem procurais? A Jesus, meu Senhor. Não vos assusteis. Procurais a Jesus Nazareno, O Crucificado. Ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde O tinham posto. Agora ide, dizei aos Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse. Mc 16, 1-7 Este diálogo tão curto entre o Teu Anjo e as mulheres que Te foram ver uma vez mais, no Teu sepulcro, revela toda uma espantosa realidade: A Tua Ressurreição. Não sei se todos se dão conta da fantástica prova da Tua divindade que quises-Te deixar-nos, Senhor: Por Teu poder, o Teu espirito reúne-se com o Teu corpo que vive novamente! FosTe descido da Cruz pelos Teus amigos mais íntimos. Há pressa. Aproxima-se a noite e têm de regressar a suas casas todos os participantes do drama do Gólgota. Celebra-se a festa da Páscoa e o cumprimento da Lei é escrupulosamente observado. O Teu corpo exangue é lavado apressadamente e os óleos dos defuntos são aspergidos. Uma toalha de linho cru e eis que És deposto naquele túmulo novo cuja pedra é rolada para tapar a entrada. Não creio que tenham pensado ser um funeral definitivo. Foi o possível, para o que houve tempo. Estás, apesar de tudo, limpo e perfumado, os cabelos arranjados, Tens um ar composto, digno.  Nem um só osso Te foi quebrado, só o sangue foi derramado. Até à última gota! Todo o Teu sangue, Senhor, ficou pelas pedras do caminho, no madeiro negro onde Te pregaram e, finalmente, naquele trapo imundo que mal tapava a Tua nudez aos olhos dos mirones. Repousa finalmente o Teu corpo martirizado ainda húmido das lágrimas dos Teus amigos que amarga e tristemente choravam o seu Senhor morto, agora apenas há as testemunhas convenientes: os soldados enviados pelos Príncipes dos Sacerdotes depois de Pilatos se ter recusado a fazê-lo. (Mt 27, 62-66) E Jesus ressuscita! O meu Senhor volta a assumir-Se plenamente como homem e como Deus. Perfeito homem, perfeito Deus. Não se notam os sinais das vergastadas, nem as feridas dos espinhos. Toda a pele visível tem uma palidez resplendorosa, como que irreal. e, no entanto, o Senhor fala, caminha, come com os discípulos. Oh meu Senhor, Tu ressuscitasTe só para que eu, finalmente, acreditasse em Ti? Não me bastou, Senhor, assistir a todo o horror da Tua Paixão, Ter visto os milagres, as multidões? Nada disto foi suficiente? Tive que, por uma última vez, pedir-Te um sinal? Pobre de mim, Senhor, que não mereço tal honra da Tua parte. Mas Tu, com uma compaixão infinita, voltas a esta terra, assumes o Teu corpo e, novamente, Te sujeitas à forma humana. RessuscitasTe, Senhor, e com a Tua Ressurreição, quebram-se finalmente os grilhetas da servidão. Não mais o pecado será mal sem remédio. O perdão, a misericórdia, a conversão estarão definitivamente ao alcance e dentro das possibilidades de qualquer um. Acabou definitivamente o poder descricionário do demónio sobre os homens. A partir de agora a cedência à tentação será inteiramente dependente da minha vontade. EnsinasTe-me no Pai-Nosso a pedir a Deus que não me deixe cair na tentação porque, bem sei, como a minha vontade é fraca e a minha resistência é débil. Mas Tu, que podes tudo, não deixarás de ouvir e acolher com Coração de Pai Misericordioso as preces que Te dirijo. Então, seguro e confiante vencerei! Foi, de facto, esta “faculdade” que me deste: resistir à tentação. Morrendo na Cruz e, depois ressuscitando venceste a morte mais vil: a morte que o pecado provoca. Olhando para essa Cruz encontrarei quanto precisar: Decisão para resistir! Ânimo para continuar! Energia para me levantar! Fortaleza para vencer! Eu tenho a certeza, porque é uma Verdade da Fé, que hei-de ressuscitar no final dos tempos. Então, quando a minha alma voltar a unir-se ao meu corpo que espero, desejo ardentemente seja glorioso, contemplarei extasiado a magnitude do Céu. Tenho de conter-me neste desejo de que seja já, muito em breve porque sei muito bem que me falta muito, muitíssimo para merecer tal dita. Portanto, Senhor, aceito esta vida que me pesa tanto, as saudades que me apertam o coração, as vicissitudes que tenho de passar. Estou seguro que é o único caminho que tenho de andar. Mas Tu, minha Querida Mãe do Céu… vês como este caminho é difícil, agreste e como eu sou frágil? Então estende-me a tua mão carinhosa de Mãe, guia-me e conduz-me. A Tua Ressurreição é, Senhor, a dádiva mais sublime que poderias Ter feito por todos os homens Teus irmãos, porque alem de lhes restituíres a dignidade e reabrir as portas do Céu, viesTe dar-lhes a certeza que sob o Teu corpo de homem, Tu Senhor, permanecerás até ao fim dos tempos, a nosso lado, à nossa espera. Possa eu, Senhor, não defraudar a Tua expectativa e chegar convenientemente preparado ao encontro que terás comigo no dia e hora que escolheres. Para o conseguir recorro à Nossa Santíssima Mãe que me leve pelo caminho mais seguro – iter para tuto - que Ela tão bem conhece. Chegarei, estou seguro, a um porto seguro e definitivo, onde ficarei contemplando o nosso Jesus Ressuscitado em todo o Seu Poder e Glória. Tu és a Stella Maris, a Estrela do Mar que me guia neste navegar por mares alterosos, enfrentando as tempestades, os ventos adversos, indicando-me o rumo certo a seguir.

 

Ascensão de Jesus ao Céu

 

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Os onze mais íntimos do teu Filho apressaram-se em vir contar-te o que se passou: «Elevou-Se ao Céu, à vista de todos e desapareceu da sua presença». Volto a afirmar, sem receio algum de ser desmentido, que Ele te avisara previamente, talvez para confirmar  que chegara ao termo a Sua missão na terra. O teu Filho voltava “à Sua casa”, ao “lugar” que desde sempre fora o Seu. Seguramente que te pediu que “olhasses” pelos onze e os conduzisses com mão segura e terna nos primeiros tempos de desorientação e perplexidade. No teu coração amantíssimo aninha-se o desejo quase incontrolável de te juntares a Ele quanto antes mas, sabes bem que a tua missão na terra ainda não terminou. Há tanto para fazer! Tantos para guiar e conduzir com mão terna de Mãe! A cada instante a tua casa fica repleta com esses amigos ainda inconsoláveis e algo desnorteados. Há que sossegá-los, dar-lhes apoio, esperança e, sobretudo, confiança que tudo se cumprirá como o teu Jesus dissera. O teu Filho partiu para o Céu mas está sempre presente junto de ti numa união tão completa e cúmplice como sempre foi e, por isso mesmo, não estás triste, bem ao contrário, tens de mostrar-te alegre para que possas transmitir a todos a alegria dos Filhos de Deus. Não sabemos quanto tempo ainda estiveste presente físicamente junto deles mas, atrevo-me a considerar que aguardaste até ao momento em que, cumprindo o Mandato do teu Filho, partiram para os quatro cantos do mundo apregoando a Boa Nova do Reino de Deus. Sim… estiveste presente até ao último momento e, de facto, estás sempre presente em todos os momentos em que os teus filhos possam necessitar – e necessitam sempre – do teu axílio e protecção. Nos Séculos que se seguiram vieste algumas vezes à terra com mensagens de paz e recomendações urgentes. Como em Fátima num momento particularmente grave em que os teus filhos estavam envolvidos numa guerra terrível que ceifava milhões de vidas, provocando a fome mais terrível um pouco por todo o mundo. As recomendações urgentes para os teus filhos não deixarem de rezar pela paz no mundo. A oferta de sacrifícios grandes ou pequenos para obter do teu Filho quanto precisamos. O aviso importante sobre o comunismo que surgia no Leste da Europa e haveria de provocar terríveis violações da liberdade de muitos. As orações de todos pelos governantes das Nações, como em Fátima pelos Governantes de Portugal empenhados em perseguir a Igreja, os seus Bispos e Sacerdotes, proibindo a liberdade de culto, as manifestações religiosas numa sanha destruidora feroz e aberrante. Ali, em Fátima, pediste aos Santos Pastorinhos o que desejavas que recomendassem aos homens. Hoje, Fátima é o “Altar do Mundo” onde acorrem milhões de filhos teus, Papas, Cardeais, Bispos, Sacerdotes e, também, Governantes e muitos paízes. A tua “Imagem Peregrina” percorrerá todos os Continentes suscitando o fervor e a confiança de multidões de filhos teus. De todo o lado acorrem a Fátima os teus filhos para te louvarem e pedirem. Aos pés da tua Imagem na Capelinha deixam os seus corações cheios de amor e admiração pela Beleza de uma Mãe que nos torna a todos Irmãos do teu Divino Filho. Pedem-te tudo, absolutamente, porque confiam que podes tudo. Coisas grande e importantes e outras de escasso valor ou relevo. Cada um pede o que julga precisar, seguro e confiante que o que possa estar menos correcto no seu pedido tu o corrigirás antes de o levar a Jesus. Eu…

Contemplo a tua Imagem

E cubro-a de beijos

Tantos beijos te hei-de dar

Que para o Céu me hás-de levar.

 

 

Vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos

 

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Desde a Ascensão eram habituais os teus encontros com os Onze. De que falariam? Seguramente terás contado detalhes da vida do teu Filho que só tu poderias conhecer. Muito particularmente a Lucas terás descrito com pormenores quanto sucedeu desde a Anunciação do Arcanjo Gabriel, os sonhos de José teu marido, a Visitação a tua prima Isabel, o Nascimento do teu Jesus, a Apresentação o Templo e as profecias de Simeão e Ana, a fuga para o Egipto, o desencontro e reencontro com Jesus na primeira viagem a Jerusalém… Mas nunca falaste das tuas dores, dos medos e ansiedades que deveriam “apertar-te” o coração. Na discrição mais absoluta só falas do teu Filho, é Ele que importa, Ele é o Salvador da humanidade, e, como boa Mãe em quem todos confiam, vais guiando, aconselhando, incutindo esperança, confiança e amor. Mostraste como é, como deve ser, o desempenho de uma Mãe que se preocupa com os seus filhos, sem fazer distinções entre eles, querendo a todos por igual, amando a todos com o mesmo Coração Amantíssimo, com o mesmo coração com que amaste – amas – o teu Jesus e chegou o dia em que, mais uma vez, se cumpre uma das promessas do teu Filho e o Espírito Santo – de Quem és Esposa – desce sobre todos os reunidos no Cenáculo. A partir de então tudo, absolutamente, fica claro como água cristalina, não há mais dúvidas a esclarecer nem temores que debelar e sentes que, finalmente, a tua missão chega ao seu termo e podes, finalmente, descansar. A Santíssima Virgem morreu de facto? Não é, quanto a mim, fundamental sabê-lo mas, embora revestida das mais excelentes qualidades e perfeições sobre as quais avulta a sua Imaculada Conceição, era uma criatura humana e não custa admitir que – sim – terá morrido. Muitos Padres da Igreja chamam a esse momento: “A Dormição de Nossa Senhora” o que, a meu ver, está absolutamente certo pois que é a morte senão um adormecer para esta vida terrena para logo acordar para a verdadeira Vida: a Vida Eterna? Mas, morte, não implica necessariamente corrupção do corpo e há muitos casos em que tal acontece. Mas, no que respeita à Nossa Mãe do Céu, foi ainda mais diferenciado do comum, como um relâmpago que cruza os céus e logo se desvanece.

 

 

Assunção de Nossa Senhora ao Céu

 

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A Santíssima Virgem morreu de facto? Não é, quanto a mim, fundamental sabê-lo mas, embora revestida das mais excelentes qualidades e perfeições, sobre as quais avulta a sua Imaculada Conceição, era uma criatura humana e não custa admitir que – sim – terá morrido. Muitos Padres da Igreja chamam a esse momento: “A Dormição da Santíssima Virgem” o que, a meu ver, está absolutamente certo, pois que é a morte senão um adormecer para esta vida terrena para logo acordar para a verdadeira Vida: A Vida Eterna? Algumas vezes – por exemplo a filha de Jairo ou Lázaro – os Evangelhos relatam que Jesus Cristo, perante o choro e lamentações dos presentes, afirmou: «Não choreis! Não morreu mas dorme». Mas, morte, não implica necessariamente corrupção do corpo e há muitos casos em que tal acontece. as, no que respeita à Nossa Mãe do Céu, foi ainda mais diferenciado do comum, como um relâmpago que cruza os céus e logo se desvanece. A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é um Dogma de Fé e, como tal, nós, cristãos, acreditamos e professamos como verdade absoluta que imediatamente a sua alma voltou a unir-se ao corpo e foi elevada ao Céu. Tal implica uma ressurreição? Que importa esse detalhe perante a definição dogmática? [i] Parece-me lógico, por assim dizer, que Jesus não poderia deixar na terra a Sua Santíssima Mãe e haveria de querer que estivesse no Céu com Ele, com o Pai e com o Espírito Santo, em corpo e alma. Afinal… a Santíssima Mãe de Deus não haveria de estar – sempre - junto do Seu Filho? O seu Filho não haveria de querer a Sua Santíssima Mãe junto de Si? Nas suas vindas ao mundo – como nas aparições de Fátima – a Senhora apresenta-se como quem é, quem está, quem vive no Céu. Não se apresenta como um espírito, uma visão surreal mas sim como uma criatura humana de “carne e osso”, real… viva! E para confirmar que a “Aparição” é absolutamente real, de uma pessoa em carne e osso, fala com os Videntes transmitindo mensagens de enormíssima importância. Estas mensagens têm sempre objectivos muito concretos: O primeiro: Consolidar a Fé no seu Divino Filho; Um segundo: Estabelecer a confiada certeza que ela é a portadora por excelência das mensagens que o seu Filho quer transmitir aos homens; Um terceiro: Confirmar o seu entranhado amor pelos seus filhos, os homens, não se “poupando” nessa tarefa. Ao contemplar as suas Imagens na Capelinha das Aparições em Fátima, ou na Gruta em Lourdes, multidões dos seus filhos como que se rendem reflectindo nas suas vidas, fazendo propósitos de melhoria. Outros “cumprem promessas” agradecendo graças alcançadas por intermédio da Mãe Comum. Este “cumprimento de promessas” com enorme impacto em quantos as constatam, não é senão uma como que manifestação exterior do que em tantos e tantos corações vibra e late. Lágrimas? Sim… muitas lágrimas porque a alegria de receber comove e não pode conter-se. E todos recebem algo, mesmo que não tenham pedido nada. Ela, a Mãe sabe o que cada um precisa e não, considerando o merecimento de cada um “dá”, não pode deixar de dar. Milhões de Imagens da Santíssima Virgem estão por todo o mundo nos lares dos seus filhos. Olham-nas, tocam-nas, beijam-nas. Como ela deve ficar contente! Eu, tenho em casa, várias Imagens da Minha Mãe do Céu. Na entrada da casa para logo que entro a venerar e agradecer a sua protecção do meu lar ou, quando saio para lhe pedir que me guarde e guie. Na “mesinha de cabeceira” outra Imagem que olho antes de adormecer e miro quando acordo. Na sala onde onde trabalho uma que era da minha Querida Mãe – lembro-me dela numa pianha no quarto dos meus Queridos Pais – muito antiga portanto, em madeira policromada que representa a Imaculada Conceição. Esta, principalmente, é “alvo” da minha veneração constante. Digo-lhe: Tantos beijos te hei-de dar Que para o Céu me hás-de levar!

Talvez sejam coisas um pouco infantis mas, que sou eu, que quero ser senão um filho pequeno que precisa de protecção e amparo? Sim, a Santíssima Virgem, foi Assumpta ao Céu, em corpo e alma: Esta é uma Verdade da nossa Fé Cristã. Tu, minha Mãe estás no Céu em corpo e alma. Eu estou na terra, enquanto Deus quiser, à espera de me juntar a ti no Céu. Ajuda-me nesta minha “espera”, conduz a minha vida com a tua mão terna de Mãe Extremosa. Iter para tuto – guia-me por um caminho seguro – para que vá por onde tenho de ir para alcançar essa felicidade eterna que me está prometida.

 

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Coroação de Nossa Senhora Rainha dos Anjos e dos Santos

 

 

Qualquer tentativa de descrever este momento ficará sempre muitíssimo aquém da realidade! Como seria o “ar de espanto” dos “habitantes” do Céu ao contemplar a magnificência da soleníssima festa celeste. A humilde mulher de Nazaré da Galileia, revestida da mais alta dignidade que se pode supor: Rainha dos Céus e da Terra, dos Anjos e Santos, na maior e mais elevada posição da hierarquia celeste, logo a seguir à Santíssima Trindade, e, no entanto, continua a apresentar-se aos homens como sempre foi: humilde e simples. Assim apareceu aos Pastorinhos em Fátima – “Uma Senhora vestida de branco”  (Descrição de Lúcia) - ou em Lourdes como em muitos outros locais da terra e a diferentes pessoas. Nós também a coroamos Rainha de Portugal e muitos outros títulos semelhantes lhe têm sido atribuídos ao longo dos séculos. De facto, nós cristãos, temos uma linhagem de altíssimo calibre! Um dia, no Céu, poderemos extasiar-nos ante esse resplendor e pasmar com a beleza, a dignidade, a maravilha de tão extraordinária Senhora. Mas, eu, pobre de mim, não me considero príncipe – como é comum aos filhos de Reis – preferindo, antes, considerar-me filho. Quero, desejo do mais fundo da minha alma, que ela seja a Rainha do meu coração, mas quero e desejo ainda mais que seja a minha Queridíssima Mãe do Céu! Como Rainha, venero-a como o vassalo mais humilde e obediente. Como Mãe, amo-a de todo o meu coração. Sei, conheço  com “abundantes provas”, a sua protecção e ternura por mim. Desde muito pequeno senti o seu desvelo por mim quer na cura de doenças graves, a protecção em momentos difíceis como na guerra, quer no dia-a-dia da minha já longa vida. Não tenho qualquer pejo ou hesitação em pedir-lhe o que seja. Sei, tenho absoluta certeza, que ela me dará o que lhe peço, não pelos meus méritos - que não tenho – mas movida pela sua ternura e carinho de Mãe. E, sei, que se não me der o que lhe pedir é porque, na sua Sabedoria de Mãe extremosa, sabe que não me convém o que peço. Muitas vezes perco-me, bem sei, nos pedidos que faço sem considerar se peço coisas importantes ou não, se realmente o que  peço me faz falta. Confio nela, ela é que sabe o que como e quando me deve dar o que peço. Dar-me-á sempre algo, disso tenho absoluta certeza, e, esse algo, é sempre o que melhor me convém. Não tenho qualquer receio de ser “maçador”   com os meus pedidos, sei que ela gosta de ser instada e como que “forçada” a ouvir os seus filhos. Se eles lhe pedem algo é porque confiam nela e no seu carinho de Mãe. Não deixará nunca de transmitir esses pedidos ao seu Divino Filho e, Este, não deixará nunca de atender os pedidos da Sua Mãe. Quando crianças pequenas queremos alguma coisa vamos ter com a nossa Mãe ela, se for caso disso, encaminhará o pedido ao Chefe da Família. Pois… e que sou eu, que quero eu  ser senão uma criança pequena que confia na sua Mãe do Céu? Mesmo os pedidos, por assim dizer, mais ousados como o da Mãe dos “Filhos de Zebedeu” que os Evangelhos relatam, não lhe causam nem estranheza nem incómodo. Conta-se que alguém, em Fátima, pedia à Santíssima Virgem lhe concedesse ganhar a Lotaria e que terá ouvido em resposta: Pelo menos compra um Vigésimo! É uma história, claro, mas revela a necessidade de, ao pedir o que for, ter feito o possível para conseguir o que se pede. Temos, por assim dizer, que fazer o que nos cabe e depois, só depois, se não obtivermos o que procuramos ir pedir à Mãe que no lo conceda.

 

 

(AMA, 1999)

 

 

 

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[i] (São Pio XII, Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, 1950)