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04/12/2021

Publicações em Dezembro 4

 


Confirmo... nos tempos de Jesus era comum considerar os não judeus como cães; os Cananeus assim eram chamados.

Um dia, no deambular habitual pelos agrestes caminhos da Palestina um discípulo deteve Jesus para Lhe pedir que atendesse uma mulher que impertinentemente os seguia aos gritos... «Jesus, filho de David, tem piedade de mim», e diziam-Lhe... «atende-a para que nos deixe em paz».

Esta mulher era de origem Siro-Fenícia, uma "infiel" portanto.

Jesus aproximou-Se da mulher e perguntou-lhe: «Que queres que te faça».

Ela respondeu dizendo que tinha uma filha pequena que sofria horrívelmente de uma doença.

Em resposta disse-lhe: «não é bonito tomar o pão dos filhos e dá-lo aos cachorros».

A mulher respondeu... «É verdade, Senhor, mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa dos donos».

Então Jesus disse-lhe: «mulher, é grande a tua fé! Faça-se como desejas».

A fé revelada por esta mulher que não obstante reconhecer a sua condição de ser considerada indigna de receber o que fosse, leva-a a fazer o pedido porque íntimamente sabe que Jesus não tem preconceitos nem faz acepção de pessoas.

Cada ser humano tem para Ele o mesmo valor intrínseco independentemente de quem é, raça ou estatuto social.

Por demonstrar essa Fé obteve o que pedia.

Fico a pensar que a Fé, autêntica pode tudo.

É também lógico que quando peço o que for, acredite que o obterei, não porque o mereça ou seja digno mas porque o Senhor quer satisfazer o meu pedido.

Se não... para quê pedir?

Como, tenho essa certeza que  Ele pode, absolutamente, tudo... porque não pedir?

É natural que quem pede espere obter... é por isso mesmo que pede e insiste no pedido até o ver satisfeito.

Não faz nenhum sentido pedir o que for sem ter convicção íntima, como que dizendo… pelo sim pelo não...

Não me vale a pena avaliar se o que peço tem um valor grande ou pequeno, grandes coisas ou pequenas é um conceito sem muito sentido porque quando peço algo é porque julgo que me é absolutamente legítimo pedi-lo.

Tenho de ter a certeza íntima que compete a quem ouve o meu pedido fazer essa avaliação.

Bom... quando Quem a faz É o Senhor Omnipotente essa avaliação será, sempre, Justíssima.

Mas... será que não tenha outro motivo para rezar sem ser pedir algo?

Por exemplo: não devo mostrar a minha gratidão?

Sim... agradeço sempre uma Graça recebida, é de bom filho ser agradecido, mas... fico-me por aí?

E o resto todo que é TUDO "etiam ignotis" mesmo desconhecido, o que recebo sem me dar conta que não peço especificamente porque não me dou conta que me faz falta?

Tal obrigar-me-ia a acções de graças contínuas, o que me considero incapaz de fazer.

Descubro, no entanto, um possível meio... viver de tal forma que agrade ao Senhor e, estou seguro, para Ele basta.

Algo como dizer-Lhe logo ao começar o dia: Ajuda-me a viver este novo dia que me concedes viver, como Tu queres que viva pondo de lado o meu querer, os meus desejos por bons que possam ser, fazendo em tudo a Tua Amabilíssima e Justíssima Vontade.

Parece-me um bom propósito.

 

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