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30/07/2021

NUNC COEPI: Publicações em Julho 30

  

 


Sexta- Feira 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 



 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Lc I, 21-28

 

Promessa e concepção do Percursor

21 O povo, entretanto, aguardava Zacarias e admirava-se por ele se demorar no santuário. 22 Quando saiu, não lhes podia falar e eles compreenderam que tinha tido uma visão no santuário. Fazia-lhes sinais e continuava mudo. 23 Terminados os dias do seu serviço, regressou a casa. 24 Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu e, durante cinco meses, permaneceu oculta. 25 Dizia ela: «O Senhor procedeu assim para comigo, nos dias em que viu a minha ignomínia e a eliminou perante os homens.»

 

Anunciação de Maria e Encarnação do Verbo

 

26 Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. 28 Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» 29 Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. 30 Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. 31 Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. 32 Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, 33 reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» 34 Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. 36 Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, 37 porque nada é impossível a Deus.» 38 Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

 

Comentário

 

«Salve, ó cheia de graça»! (Lc 1, 28) Foi com estas palavras que, Gabriel, o Anjo do Senhor, se dirigiu a ti, Maria de Nazaré.

Tão longe estarias tu deste acontecimento. Decerto que, desde pequenina, a oração constante, a simplicidade nos pensamentos e nos actos, sem a mais leve mancha de malícia ou impudor, deverias sentir Deus muito próximo, ao alcance da tua voz. Certamente que sim, pois acreditavas firmemente que Ele te ouvia sempre e em cada momento. Mas, a tua modéstia, a tua simplicidade, a tua total e humilde submissão ao teu Senhor, ao teu Deus, não permitiriam nunca que te ocorresse sequer essa possibilidade. O Senhor Todo Poderoso, o Criador do Céu e da Terra e de tudo quanto existe, enviar a Nazaré, à tua casa humilde e simples, um Anjo Seu, para te saudar! Que coisa mais extraordinária!

Sabias que Deus não era um ser longínquo e distante, inacessível aos homens. Constantemente tinha intervindo junto do povo eleito para comunicar a Sua Vontade, os Seus desígnios.

Mas, os Seus interlocutores tinham sido sempre grandes personagens da História Humana: Abraão, Moisés, David, os Profetas. E tu, pobre e humilde menina, recebias do Senhor uma graça semelhante!?

Logo no início o salve do Mensageiro te perturba. Salve, isto é, alegra-te. Mas, mais: «Oh! Cheia de graça»!

Que saudação estranha e desusada que manifesta uma dignidade e honra que julgas não merecer: “Alegra-te Filha... de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti.” (So 3, 14. 17a) Estes altíssimos louvores ferem o teu espírito humilde e, por isso a estas palavras, «ela perturbou-se e ficou a pensar que saudação seria aquela». (Lc 1, 29) Mas, Gabriel é um Anjo do Senhor, e apercebe-se a tua confusão, talvez, o teu natural temor. E sossega-te: «Não tenhas receio, Maria».

Conhecias bem pelas Escrituras que lias e meditavas, o que significava esta saudação e, portanto, quando Gabriel evoca estas prerrogativas, entendeste claramente que te era anunciado que irias ser a Mãe do Messias Salvador. Mas há ainda no teu espírito esclarecido, não obstante a tua juventude, uma dúvida séria: Como poderias tu, virgem humilde, teres sido escolhida para Mãe de Jesus Salvador pelo próprio Deus a quem tinhas dedicado a tua virgindade?! E, não obstante a tua humildade de jovem simples não deixas de interrogar: «Como será isso, se eu não conheço homem»?!  (Lc 1, 34) Ah! ... mas o Anjo tranquiliza-te: «Virá sobre ti o Espírito Santo, e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra». (Lc 1, 35)

Esta resposta corresponde também ao que nas Escrituras se revelava sobre o aparecimento do Messias: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho a quem será dado o nome de Emanuel, que quer dizer Deus connosco”. (Is 7, 14)  Não tinhas mais dúvidas por isso nada mais perguntaste. Não quiseste saber como, quando, porquê.

Nada, nada absolutamente te interessava averiguar porque: «Heis aqui a escrava do Senhor: seja-me feito segundo a tua palavra!» (Lc 1, 38)

Assim, tal qual, tu, Senhora, a quem acabava de anunciado seres eleita por Deus a maior, a mais sublime de entre as mulheres da Terra, assim, com esta simplicidade que fere pela sua inteira singeleza, assim, tu defines um coração puro, uma alma de Deus, uma total entrega ao Senhor. Por isso Deus te escolheu.

A Mãe do Salvador, do Deus feito homem, perfeito homem, que haveria de morrer na Cruz para salvar todos os homens, num sacrifício cruento, completo, total, não poderia senão expressar a aceitação pronta e total da Vontade Divina. Faça-se a Tua Vontade de uma forma total e completa. Não para meu bem, não para minha glória, não para benefício de quem quer que seja, não... só e unicamente porque é a Tua Vontade Senhor; o resto não me interessa... E, no entanto, esta jovem era já a Mãe do Salvador, escolhida desde o princípio dos tempos.

Poderei eu, algum dia, alguma vez, do fundo do coração, manifestar tal sentimento? Decerto que não. Quantas vezes que me proponho aceitar a Vontade de Deus, mas reservando no meu íntimo, que ela esteja de acordo com a minha vontade. Que se satisfaçam os meus desejos, que obtenha o que quero que o Senhor, actue assim, como uma espécie de Deus privado, ao meu serviço.

Ah! Senhora minha, que maravilha a tua resposta, que espantosa a tua entrega. Ajuda-me, querida Mãe, a dizer a cada momento, sim ao Senhor. Instila no meu coração de filho, porque és minha Mãe, esses sentimentos puros e humildes, esse desprendimento das coisas, essa disponibilidade permanente para ouvir e, ouvindo, dizer que sim aos desejos do Senhor. Desejo tanto ser honesto comigo mesmo para poder ser honesto para com os outros e para com Deus. Não me mentir, não me enganar, não me esconder atrás de falsas coisas, defeitos ou virtudes, para me esquivar constantemente ao que me é pedido. E a Tua Vontade, o Teu mandato, claríssimo é que eu seja santo. Não um dia, não qualquer dia, agora - «nunc coepi – “pois pode ser que o amanhã me falte”. (Pois n'Ele elegeu-nos antes da criação do mundo para que fôssemos santos Ef 1, 4-6)

«Ave Cheia de Graça, o Senhor está contigo». Assim te falou o Anjo do Senhor. Ave minha Mãe Santíssima. Ave, minha querida Mãe que estás no Céu, digo-te eu, com a esperança, que é certeza, que me ouves e atenderás as minhas súplicas.

Como tu, também eu quero dizer: “fiat”, faça-se, “cumpra-se a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas.”

«Monstra te esse matrem, (São Paulo VI, em Fátima, 1957) mostra que és mãe, ajuda-me e guia-me todos os dias da minha vida para que eu seja um bom filho.

 

(AMA, Santo Rosário 1999)

 

 


SÃO JOSÉ

 Como se sabe, em 1870 Pio IX pelo decreto  Quemadmodum Deus  (8-XII-1870) declarou São José o patrono da Igreja Universal, e em 15 de Agosto de 1889, Leão XIII publicou a sua encíclica  Quamquam plúrias  dedicadas ao santo Patriarca. Nesta encíclica, de grande vigor de pensamento, reúnem-se as linhas fundamentais da teologia de São José justamente por apresentar as razões pelas quais deve ser considerado patrono da Igreja universal.



 REFLEXÃO

 

O perfeito cristão leva sempre consigo a serenidade e a alegria. Serenidade, porque se sente na presença de Deus; alegria, porque se vê rodeado dos seus dons. Um cristão assim é de verdade um personagem real, um sacerdote santo de Deus.

 

(São Clemente de Alexandria, Stromata, VII, nr. 9, 451)

 

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

Trabalha com alegria

Se afirmas que queres imitar Cristo... e te sobra tempo, andas por caminhos de tibieza. (Forja, 701)

As tarefas profissionais – também o trabalho do lar é uma profissão de primeira ordem – são testemunho da dignidade da criatura humana; ocasião de desenvolvimento da própria personalidade; vínculo de união com os outros; fonte de recursos; meio de contribuir para a melhoria da sociedade em que vivemos, e de fomentar o progresso da humanidade inteira... Para um cristão estas perspectivas alongam-se e ampliam-se ainda mais, porque o trabalho – assumido por Cristo como realidade redimida e redentora – se converte em meio e em caminho de santidade, em tarefa concreta santificável e santificadora. (Forja, 702)

Trabalha com alegria, com paz, com presença de Deus. Desta maneira realizarás a tua tarefa, além disso, com bom senso: chegarás até ao fim ainda que rendido pelo cansaço, acabá-la-ás bem... e as tuas obras agradarão a Deus. (Forja, 744)

Deves manter – ao longo do dia – uma constante conversa com Nosso Senhor, que se alimente também das próprias ocorrências da tua tarefa profissional.

Vai com o pensamento ao Sacrário... e oferece a Nosso Senhor o trabalho que tiveres entre mãos. (Forja, 745)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentário

 

 

 

 

SÃO JOSEMARIA – textos

 

Jesus ainda está à procura de pousada

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem". Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração. (Forja, 274)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas. O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua. Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)