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10/04/2021

NUNC COEPI: Publicações em 10/04/2021

PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

Leitura espiritual

 

Evangelho

Lc XXI, 20-38

O tributo a César

20 Então, puseram-se à espreita e mandaram-lhe espiões, que se fingiam justos com o fim de o surpreender em alguma palavra, para o entregarem ao poder e à jurisdição do governador. 21 Fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, sabemos que falas e ensinas com rectidão e não fazes acepção de pessoas, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. 22 Devemos pagar tributo a César, ou não?» 23 Conhecendo a sua astúcia, Ele respondeu-lhes: 24 «Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição?» Eles disseram: «De César.» 25 Disse-lhes, então: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.» 26 Não conseguiram apanhar-lhe uma palavra em falso diante do povo; ao contrário, admirados com a sua resposta, ficaram calados.

A ressurreição

27 Aproximaram-se alguns saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: 28 «Mestre, Moisés prescreveu-nos que, se morrer um homem deixando a mulher, mas não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva, para dar descendência ao irmão. 29 Ora, havia sete irmãos: o primeiro casou-se e morreu sem filhos; 30 o segundo, 31 depois o terceiro, casaram com a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram sem deixar filhos. 32 Finalmente, morreu também a mulher. 33 Ora bem, na ressurreição, a qual deles pertencerá a mulher, uma vez que os sete a tiveram por esposa?» 34 Jesus respondeu-lhes: «Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se; 35 mas aqueles que forem julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se casam, sejam homens ou mulheres, 36 porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus. 37 E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. 38 Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos.»

 

Considerações

O Evangelho escrito por São Lucas continua a transcrever com grande riqueza de pormenores o “fim os tempos”. Jesus Cristo não terá feito este discurso para “impressionar” ou atemorizar quem O escutava mas, apenas, com o objectivo claro da necessidade de estar preparado para esses dias derradeiros. E, pelas Suas palavras percebemos que não temos qualquer motivo para apreensão ou temor porque, Ele mesmo, nos dá um sinal claríssimo de quando e como acontecerá e o que devemos fazer: «Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.».

O tema do “fim dos tempos” é, desde sempre, motivo de especulações e, nalguns casos, apreensão. O desconhecimento do que e como será deixa apreensivos os que pensam na vida corrente como se esta fosse definitiva. Mas todos sabemos que não é assim e que tarde ou cedo, a morte reclamará os seus foros. E, este, sim, é que é o “fim do mundo” que nos deve preocupar. Nós cristãos, temos a certeza absoluta que a morte não será mais que uma passagem desta vida terrena para a vida eterna e, é esta e só esta, a certeza que de facto temos. As palavras que Jesus vai pronunciando sobre este tema, o Reino de Deus, a Vida Eterna, destinam-se a pôr-nos alerta, de sobreaviso de modo a tudo fazer para estar - sempre – preparados, sem medos nem receios, mas com a confiança na Justiça e Misericórdia divinas que a nossa vida de bons filhos nos garante.

Não devemos preocupar-nos como e quando será o “fim do mundo”,  mas, sim, que esse "fim do mundo" acontece realmente com a nossa morte. Sim... no momento em que morremos o mundo deixa de existir para nós. Esta é a realidade que deve preocupar-nos e, por isso mesmo, preparar enquanto é tempo  - hoje, agora - esse momento. Sem medos nem pessimismo porque, sabemos muito bem o que fazer: Pedir com perseverança ajuda para cumprir - em tudo - a Vontade de Deus.

As palavras de Cristo são palavras de vida eterna, não são nem vaticínios nem prenúncios, mas a constatação da simples e completa verdade. Mas, também, são um aviso muito sério para ser levado em conta. Ninguém poderá, com verdade, invocar desconhecimento ou surpresa. Que fazer, pois, senão estar preparados para o futuro que não sabemos se próximo ou longínquo? E como havemos de preparar- nos? Não há outro caminho: seguir, em tudo, o Senhor que é o nosso Pastor e Guia, pedindo também ao Espírito Santo que nos conceda os Seus Dons para melhor conseguir esse objectivo.

Na continuação dos versículos anteriores, o Evangelista insiste nas recomendações do Senhor. De facto, Ele quer que todos se salvem, pois para isso, veio ao mundo e morreu na Cruz. É o sempre repetido tema da vigilância, do estar atento, do viver a nossa vida como cristãos autênticos que procuram, em tudo, fazer a Vontade de Deus. E, Jesus, dá a “receita”: Orar continuamente, sem desfalecimento, com fé e esperança que Ele não nos deixará entregues a nós mesmos sem nos prestar a Sua assistência.

Como Jesus Cristo nos disse tantas vezes, também nós, cristãos, temos de estar convencidos desta verdade: Só a oração, confiante, contínua, nos salva. Não há outro caminho, não existe outro meio.

 

Formação Humana  - Filosofia

A doutrina sagrada é uma ciência?

 

QUANTO AO SEGUNDO ARTIGO, ASSIM SE PROCEDE: Parece não ser ciência a doutrina sagrada.

 

1. – Pois toda ciência provém de princípios por si evidentes, ao passo que procede a doutrina sagrada dos artigos da fé, inevidentes em si, por serem não universalmente aceitos; porque a fé não é de todos, diz a Escritura (II Ts. 3, 2). Logo, não é ciência a doutrina sagrada.

 

2. – Ademais, do indivíduo não há ciência. Mas a doutrina sagrada trata de factos individuais, como sejam os feitos de Abraão, Isaac, Jacob e semelhantes. Logo, a doutrina sagrada não é ciência.

 

EM SENTIDO CONTRÁRIO, diz Agostinho: “A esta ciência pertence apenas aquilo pelo qual a fé, bem salutar, é gerada, alimentada, defendida, corroborada”. Ora, tais funções não pertencem a ciência alguma, a não ser à doutrina sagrada. Logo, a doutrina sagrada é uma ciência.

 

RESPONDO. A doutrina sagrada é ciência. Porém, cumpre saber que há dois géneros de ciências. Umas partem de princípios conhecidos à luz natural do intelecto, como a aritmética, a geometria e semelhantes. Outras provém de princípios conhecidos por ciência superior; como a perspectiva, de princípios explicados na geometria, e a música, de princípios aritméticos. E deste modo é ciência a doutrina sagrada, pois deriva de princípios conhecidos à luz duma ciência superior, a saber: a de Deus e dos santos. Portanto, como aceita a música os princípios que lhe fornece o aritmético, assim a doutrina sagrada tem fé nos princípios que lhe são por Deus revelados.

 

QUANTO AO 1º, portanto, deve dizer-se que os princípios de qualquer ciência, ou são por si mesmos evidentes, ou se reduzem à evidência de alguma ciência superior. E tais são os princípios da doutrina sagrada, como dissemos.

 

QUANTO AO 2º, deve dizer-se que na doutrina sagrada, os factos individuais não são tratados principalmente, senão apenas introduzidos a título de exemplo prático, como nas ciências morais; ou também no intuito de apurar a autoridade dos homens que nos transmitiram a revelação divina, na qual se funda a Sagrada Escritura ou doutrina.

 

São Tomás de Aquino, Suma Teológica