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11/02/2021

Reflexão

 


A liberdade das pessoas significa que estas podem amar Deus. Já que, sem liberdade, o amor não é possível. O sofrimento é, portanto, a consequência de uma escolha errada de liberdade.

 

(Gisbert Greshake, Der Preis der Liebe, Bestnnung uber das Leid, Freiburg, 1978, p. 31)

Deus está junto de nós continuamente

 

É preciso convencermo-nos de que Deus está junto de nós continuamente. – Vivemos como se o Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado. E está como um pai amoroso – quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos – ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando... e perdoando. Quantas vezes fizemos desanuviar a fronte dos nossos pais, dizendo-lhes, depois de uma travessura: não torno a fazer mais! – Talvez naquele mesmo dia tenhamos tornado a cair... – E o nosso pai, com fingida dureza na voz, de cara séria, repreende-nos..., ao mesmo tempo que se enternece o seu coração, conhecedor da nossa fraqueza, pensando: pobre rapaz, que esforços faz para se portar bem! É necessário que nos embebamos, que nos saturemos de que é Pai e muito Pai-nosso, o Senhor que está junto de nós e nos Céus. (Caminho, 267)

Leitura espiritual Fev 11

 


Novo Testamento [i]

 

Evangelho


Mc X, 17-31


 

O perigo das riquezas

17 Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» 18 Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. 19 Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» 20 Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» 21 Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» 22 Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. 23 Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» 24 Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» 26 Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» 27 Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.» 28 Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.» 29 Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, 30 receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna. 31 Muitos dos que são primeiros serão últimos, e muitos dos que são últimos serão primeiros.»

Texto:

 


É o chamado testemunho!

  Fala-se como de uma espécie de transmissão de algo para outros que, normalmente, vêm depois.

  O testemunho é importante porque além da referência e exemplo que constitui, forma como que uma sólida meta que o outro atingiu e que entregou como legado final.

Testemunho é assim algo de importância muito relevante porque, não poucas vezes, é a única base para construir algo.

  Dar testemunho é garantir a outrem que aquilo que está em causa aconteceu de facto de determinada forma.

  Claro que só pode dar testemunho quem presenciou o facto e dele tomou conhecimento, directamente.

  Por isso o testemunho dos Mártires cristãos é suficiente para poderem ser venerados como Santos pois que maior testemunho pode haver que dar a própria vida pela Fé?

  É interessante lembrar que uma das preocupações dos nossos antepassados era legar aos vindouros um testemunho à prova de boatos ou maledicência de quem se sucedesse no futuro com interesse em denegrir ou ofuscar ou a imagem ou a actuação.

Dizia-se “testemunho à prova de fogo” querendo, com isto, significar a absoluta credibilidade do mesmo.

  Quem se preocupa, hoje em dia, com este assunto?

  Por isso a juventude tem tão pouco a que se agarrar.

  Sem princípios, objectivos, metas, sem ideais nem exemplos e, também, sem testemunhos tem forçosamente de descobrir, por si própria, o caminho que lhe convém. E isto é, há que referi-lo, muito difícil!

  Os pais têm de ter em atenção que as oportunidades raramente se repetem - por isso se chamam oportunidades - e estar prontos a intervir sem hesitação e, muito menos, receio.

  O jovem não espera que o seu pai seja um super-homem com a solução pronta para qualquer problema, mas, isso sim, tem tendência para esperar dele uma atitude interessada e disponível para tentar, em colaboração com o filho, encontrar a solução ou caminho que se afigure mais conveniente.

  Além de um direito, que efectivamente tem, de esperar tal atitude do seu Pai, o jovem não encarará jamais a conclusão como algo imposto ou fortemente recomendado pelo poder paternal uma vez que, ele próprio, foi colaborador consciente da resposta ou caminho encontrados.

  Uma das razões aduzidas pelos governantes para proporem a tal “educação sexual”, será a de que não existe, geralmente, habilitação paternal para o efeito e que, para suprir tal falta, o jovem obtém o conhecimento dos companheiros de classe ou convívio, com todos os erros e deficiências que tal supõe.

  Em parte, isso corresponde à realidade, não só porque os pais ou estão ausentes ou desatentos mas também, e este será um motivo de considerável peso, porque são filhos únicos - sendo na melhor parte o clássico “casalinho” e, obviamente, o irmão não tem este tipo de conversas com a irmã e vice-versa - não tendo um irmão mais velho a quem observar e questionar, ou um mais novo que o questione forçando-o a procurar as respostas correctas.

  É bem visível o à-vontade e a atitude de partilha de uma família com vários filhos, em contraste com a reserva e egoísmo revelado pela família de padrão moderno: um pai e uma mãe separados, dividindo entre si a gestão do casalinho a que deram a vida e o nome.

 Do desprendimento das coisas.

 Muito nos fala a Igreja da necessidade de desprendimento e é muito natural que o faça porque Jesus Cristo, na Sua pregação, insistiu vezes sem conta nesta necessidade.

 Em primeiro lugar temos a considerar que Deus aceita e quer aos homens de forma igual, sejam ricos, muito ricos ou pobres, muito pobres, muito inteligentes ou pouco ou, mesmo nada, cultos ou iletrados.

 Porque Deus ama o ser humano por aquilo que é e não pelo que tem ou possui.

 Vemos como no Evangelho, [1] Jesus não tem pejo nenhum em considerar a entrega de dez minas a um homem.

Ao termos em conta que a uma mina corresponderiam, mais ou menos, uns cinquenta quilos de prata, apreciamos que se trata de uma quantia enorme e que, portanto, a Cristo não Lhe repugna que alguém detenha tão considerável fortuna.

Mais, deseja que a faça render e crescer em valor para poder recolher, quando for o tempo, uma mais-valia apreciável, como diríamos hoje.

 Este personagem fez o que estava implícito na atitude do seu Senhor: pôs o pecúlio a render de forma a corresponder ao que lhe foi solicitado e, por tê-lo feito, merece um grande elogio e uma compensação que talvez não esperasse.

 Conclui-se que, quando Deus entrega dez espera receber, pelo menos, vinte e que esse trabalho, por assim dizer, compete ao homem levá-lo a cabo.

Recebeu os meios e fê-los render.

Era a sua obrigação.

 O terceiro personagem tem uma atitude completamente diferente.

Recebendo apenas um talento – mesmo assim uma quantia não despicienda – não se preocupa a não ser em conservar intacto o que recebera.

Não arrisca nada, não procura a melhor forma de cumprir a ordem «Negociai com elas até eu voltar», é cobarde e desleixado.

De facto, devolve o que recebera o que, em si, não é mau, já que, pelo menos, não esbanjou em proveito próprio aquilo que não lhe pertencia, mas esqueceu-se do encargo que vinha junto.

Por isso, não só o Senhor o reprova como lhe retira o que lhe tinha entregue.

  Pode dizer-se que enquanto este ficou agarrado ao que recebera, preocupando-se em mantê-lo seguro – enterrando-o – sem nenhuma preocupação de utilizar esse bem da forma possível e honesta de forma a desenvolvê-lo e, eventualmente, aumentá-lo que era o que lhe tinha sido ordenado.

Além de não cumprir demonstrou incapacidade para lhe serem confiados quaisquer bens, já que se presume que teria agido de igual forma caso o bem que lhe fora confiado fosse de valor diferente.

  O que cumpriu as instruções e levou a cabo com coragem e destemor a tarefa que lhe fora cometida, sem o medo da responsabilidade por ter de cuidar de tão avultados bens, mostrou um desprendimento notável porque, de facto, deu mais valor ao que lhe foi mandado fazer do que àquilo que lhe foi entregue.

Também não cedeu à possível tentação de se apropriar de uma autêntica fortuna, fazendo-a sua, dando-lhe o destino e aproveitamento que melhor lhe aprouvesse.

O resultado foi receber como seu, definitivamente, o que lhe fora confiado, acrescido do resultado da sua acção e, ainda, muitíssimo mais benefícios e bens.

  O que sucedeu nesta parábola acontece, de facto, com qualquer ser humano.

  Todos recebemos uns bens, uns predicados, umas oportunidades, de forma diferenciada, naturalmente, mas de acordo com as capacidades de cada um.

E o que acontece é que temos, um dia que talvez não venha muito distante, de prestar contas detalhadas do que fizemos com tudo isso.

Tomamos esses bens como pertença própria e exclusiva para fazer deles o que bem entender-mos ou, pelo contrário, consideramo-nos apenas fiéis depositários do pouco ou muito que nos foi confiado?

  Temos em atenção que somos como que simples banqueiros a quem as pessoas entregam os seus bens confiando que os iremos gerir de forma adequada, competente e séria e estarmos disponíveis para os devolver ao seu legítimo proprietário com as mais-valias conseguidas tal como legitimamente se espera?

  Consideramos apenas que o que nos interessa é devolver o que foi previamente combinado e que tudo o mais, que eventualmente conseguirmos, é pertença nossa?

No primeiro caso é evidente que conquistaremos a confiança dos outros e ser-nos-ão entregues muitos mais bens para que os administremos.

  No segundo não fazemos mais que aproveitarmo-nos da confiança em nós depositada para alcançar uns frutos que não temos que ter.

Sim, porque, se cobramos pela administração dos bens alheios um valor combinado, ou todo o resto que sobrar não nos pertence.

  Mas, na vida corrente da sociedade em que vivemos é, de facto isto que acontece?

  Tenho de responder – com mágoa – não!

 Os Bancos deveriam tratar por igual todos os seus depositantes e não fazer distinções entre os que depositam muito – ou muitíssimo – e os que lhe entregam pouco, ou muito pouco.

Trata-se de um negócio entre pessoas que têm de confiar umas nas outras e proceder com lisura em todos os trâmites.

O que acontece realmente é bem diferente.

A alguém que tem uma dívida astronómica os banqueiros tratam-no “com o chapéu na mão”, na esperança de reaver pelo menos, uma parte do seu crédito.

A um outro qualquer que, por qualquer razão séria ou furtuita, revele uma pequena dívida, não deixam de exercer todo o tipo de pressão até que pague, ainda que, para tal, seja necessário confiscar-lhe os últimos bens que lhe restem mesmo que, estes, não cubram nem uma pequena parte do devido e seja necessário, por vezes, gastar mais no processo de recuperação do crédito que o valor deste.



[1] Cfr. Lc 19, 11-28

 

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

Oração pelos sacerdotes

                                           

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)


Com autorização eclesiástica

Pequena agenda do cristão - Quinta - Feira

  


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?