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30/01/2021

Os filhos de Deus têm de ser contemplativos

Nunca compartilharei a opinião – ainda que a respeite – dos que separam a oração da vida activa, como se fossem incompatíveis. Os filhos de Deus têm de ser contemplativos: pessoas que, no meio do fragor da multidão, sabem encontrar o silêncio da alma em colóquio permanente com Nosso Senhor: e olhá-lo como se olha um Pai, como se olha um Amigo, a quem se quer com loucura. (Forja, 738)

Não duvideis, meus filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós, homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus. Pelo contrário, deveis compreender agora – com uma nova clareza – que Deus vos chama a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir. Eu costumava dizer àqueles universitários e àqueles operários que vinham ter comigo por volta de 1930 que tinham que saber materializar a vida espiritual. Queria afastá-los assim da tentação, tão frequente então como agora, de viver uma vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas. Não, meus filhos! Não pode haver uma vida dupla; se queremos ser cristãos, não podemos ser esquizofrénicos. Há uma única vida, feita de carne e espírito, e essa é que tem de ser – na alma e no corpo – santa e cheia de Deus, deste Deus invisível que encontramos nas coisas mais visíveis e materiais. Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos Por isso posso dizer-vos que a nossa época precisa de restituir à matéria e às situações que parecem mais vulgares o seu sentido nobre e original, colocá-las ao serviço do Reino de Deus, espiritualizá-las, fazendo delas o meio e a ocasião do nosso encontro permanente com Jesus Cristo. (Temas Actuais do Cristianismo, 114)

 

Maria Mestra de fé, de esperança e de caridade

O Santo Evangelho facilita-nos rapidamente o caminho para entender o exemplo da Nossa Mãe: Maria conservava todas estas coisas dentro de si, ponderando-as no seu coração. Procuremos nós imitá-la, tratando com o Senhor, num diálogo cheio de amor, de tudo o que nos acontece, mesmo dos acontecimentos mais insignificantes. Não nos esqueçamos de que devemos pesá-los, avaliá-los, vê-los com olhos de fé, para descobrir a Vontade de Deus.

Se a nossa fé é débil, recorramos a Maria. Conta São João que, devido ao milagre das bodas de Caná que Cristo realizou a pedido de sua Mãe, acreditaram n'Ele os seus discípulos. A Nossa Mãe intercede sempre diante de seu Filho para que nos atenda e se nos mostre de tal modo que possamos confessar: - Tu és o Filho de Deus.

 

J. A. Loarte

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 30

Evangelho

 

Mc V 1 – 20

 

O endemoninhado de Gerasa

1 Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos. 2 Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. 3 Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, 4 pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar. 5 Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. 6 Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele 7 e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» 8 Efectivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» 9 Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.» 10 E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. 11 Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. 12 E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» 13 Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou. 14 Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara. 15 Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. 16 As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. 17 Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território. 18 Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. 19 Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» 20 Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se maravilhavam.

 


O Amor! (cont)

  Desejamos como que um Deus particular, muito próprio, que nos indique, a cada momento, de forma explícita, o que quer que façamos, e o que acontece, é que, quase sempre quando assim procedemos, o que bem no fundo desejamos é que esse “Deus particular” concorde com aquilo que fazemos ou nos apetece fazer.

  Já vimos anteriormente o papel determinante que tem a consciência própria e o que determina na nossa vida. Pois é essa consciência, bem formada e bem informada, que nos deve dar os tais sinais que procuramos.

As informações que podemos dispor são em primeiro lugar o estudo da Lei de Deus e a Sua Doutrina e, logo, o acervo extraordinário de documentação, referências, estudos, análises sobre os temas mais variados que interessam à religião, à sua prática e vivência que, ao longo dos séculos, a Igreja foi elaborando.

 Ninguém que tenha procurado informar-se poderá, seriamente, aduzir que não sabe, não conhece, nunca ouviu falar.

  Tudo, na vida evolui e se adapta ou, mesmo, transforma.

A Doutrina não!

Permanece exactamente a mesma tal como a Revelação e Jesus Cristo a comunicou à humanidade.

Nem poderia ser de outra forma porque, emanando de Deus que è imutável e perene.

  A Igreja pertence, é efectivamente, de Jesus Cristo, seu Fundador e sua Cabeça e não cabe a ninguém, por mais alto cargo que ocupe, alterar uma vírgula que seja.

O que a Igreja faz, isso sim, é ir esclarecendo os homens da actualidade dessa Doutrina dando-lhe novas luzes que permitam a sua interpretação e o seu conhecimento mais acessível ou actual, se quisermos.

  É evidente que, por exemplo, a leitura do Evangelho, hoje em dia, é muito mais compreensível do que há mil anos atrás porque, mantendo o núcleo da mensagem, os novos textos utilizam termos e sintaxe actuais.

  Quando se diz que o Papa é conservador ou liberal, não se sabe o que se diz.

A pessoa do Papa, o ser humano, tem um pensamento, uma estrutura mental, uma cultura, um modo pessoal de interpretar a vida e os acontecimentos.

 O Papa, o Vigário de Cristo – atente-se que, Vigário quer dizer: o que faz as vezes de – não tem qualificação alguma já que actua como o próprio Jesus Cristo actuaria.

Isto nem sequer parece importante porque, quase sempre, as pessoas que fazem estas afirmações, ou não têm verdadeira fé, ou não a praticam ou são ignorantes.

No fim e ao cabo, estarão no mesmo patamar daqueles que desejam os sinais.

  Sabe-se que na história da Igreja, nem sempre foram exemplares os comportamentos e atitudes dos homens com responsabilidades de magistério, incluindo alguns Papas, aliás, como hoje em dia são flagrantes, estamos a falar de homens, seres humanos, com os seus méritos, qualidades mas, também, fraquezas e fragilidades.

Foram, ou são, um problema grave para a Igreja, o próprio Papa o reconhece e explicitamente condena, mas nunca, em nenhum caso, algum destes homens usou a sua posição dentro das estruturas da Igreja para modificar, desvirtuar ou alterar o quer que fosse da Doutrina tal como instituída por Cristo.

  Nunca houve alguém que alterasse, por exemplo, a Doutrina a respeito do Matrimónio, ou da dignidade do ser humano desde o momento da concepção e, não têm sido poucas, frequentes e inauditas as pressões para que o fizessem.

  A maior parte das vezes, sob um “sinal de abertura”, como gostam de qualificar, o que essas pessoas ou grupos de pessoas querem é, além do seu “Deus particular”, também uma Igreja adaptada às suas ideias ou conveniências.

 

 

 

Reflexão

O Senhor algumas vezes chama pelos milagres, outras pelos castigos, algumas pelas prosperidades deste mundo e, por último, noutras ocasiões chama pelas adversidades.

 

(São Gregório Magno, Homília 36 sobre os Evangelhos)

Filosofia e Religião, Vida Humana

         Doutrina

A Doutrina sagrada é uma ciência?

Questão 1: Do que é e do que abrange a doutrina sagrada

Para que fique bem delimitado o nosso intento, cumpre investigar, primeiro, qual seja a doutrina sagrada, em si mesma, e a que objectos se estende. Sobre este assunto discutem-se dez artigos:

Art. 1 — Se, além das ciências filosóficas, é necessária outra doutrina. (IIa IIae., q. 2, a. 3, 4; I Sent., prol., a. 1; I Cont. Gent., cap. IV, V; De Verit., q. 14, a. 10).

O primeiro discute-se assim — Parece desnecessária outra doutrina além das disciplinas filosóficas.

1. — Pois não se deve esforçar o homem por alcançar objectos que ultrapassem a razão, segundo a Escritura (Ecle. 3, 22): Não procures saber coisas mais dificultosas do que as que cabem na tua capacidade. Ora, o que é da alçada racional ensina-se, com suficiência, nas disciplinas filosóficas; logo, parece escusada outra doutrina além das disciplinas filosóficas.

2. — Ademais, não há doutrina senão do ser, pois nada se sabe, senão o verdadeiro, que no ser se converte. Ora, de todas as partes do ser trata a filosofia, inclusive de Deus; por onde, um ramo filosófico se chama teologia ou ciência divina, como está no Filósofo. Logo, não é preciso que haja outra doutrina além das filosóficas.

Mas, em contrário, a Escritura (2 Tm 3, 16): Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir na justiça. Porém, a Escritura, divinamente revelada, não pertence às disciplinas filosóficas, adquiridas pela razão humana; por onde, é útil haver outra ciência, divinamente revelada, além das filosóficas.



SOLUÇÃO. — Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente, o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional, segundo a Escritura (Is 64, 4): O olho não viu, excepto tu, ó Deus, o que tens preparado para os que te esperam. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão.

Mas também naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, chegaria aos homens por meio de poucos, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros; se bem do conhecer essa verdade depende toda a salvação humana, que em Deus consiste. Logo, para que mais conveniente e segura adviesse aos homens a salvação, cumpria fossem, por divina revelação, ensinados nas coisas divinas. Donde foi necessária uma doutrina sagrada e revelada, além das filosóficas, racionalmente adquiridas.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Embora se não possa inquirir pela razão o que sobrepuja a ciência humana, pode-se entretanto recebê-lo por fé divinamente revelada. Por isso, no lugar citado (Ecle 3, 25), se acrescenta: Muitas coisas te têm sido patenteadas que excedem o entendimento dos homens. E nisto consiste a sagrada doutrina.

RESPOSTA À SEGUNDA. — O meio de conhecer diverso induz a diversidade das ciências. Assim, o astrônomo e o físico demonstram a mesma conclusão, p. ex., que a terra é redonda; se bem o astrónomo, por meio matemático, abstrato da matéria; e o físico, considerando a mesma. Portanto, nada impede que os mesmos assuntos, tratados nas disciplinas filosóficas, enquanto cognoscíveis pela razão natural, também sejam objecto de outra ciência, enquanto conhecidos pela revelação divina.

Donde a teologia, atinente à sagrada doutrina, difere genericamente daquela teologia que faz parte da filosofia.

(São Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, 111, 4)

Pequena agenda do cristão

 



SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: