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16/01/2021

Dar é próprio dos apaixonados

O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684)

E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.

Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei. Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)

 

Maria é Mãe da ciência

Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais importa: que nada vale a pena se não estamos junto do Senhor, que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se no nosso peito não arde a chama de amor vivo, a luz da santa esperança, que é uma antecipação do amor interminável, na nossa Pátria definitiva.

Em mim encontra-se toda a graça de doutrina e de verdade, em mim toda a esperança de vida e de virtude. Com quanta sabedoria pôs a Igreja estas palavras na boca da nossa Mãe, para que nós, os cristãos, não as esqueçamos. Ela é a segurança, o Amor que nunca nos abandona, o abrigo constantemente aberto, a mão que acaricia e consola sempre.

 

J. A. Loarte

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 16

 

Evangelho

 

Mt XXVI 1 - 29

 

Jesus prediz a Sua Morte

1 Tendo acabado todos estes discursos, Jesus disse aos discípulos: 2 «Como sabeis, a Páscoa é daqui a dois dias, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.»

 Reunião do Sinédrio

3 Então, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se no palácio do Sumo Sacerdote, que se chamava Caifás, 4 e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo. 5 Diziam, porém: «Que não seja durante a festa, para não haver alvoroço entre o povo.»

Refeição em Betânia

6 Jesus encontrava-se em Betânia, em casa de Simão, o leproso. 7 Enquanto estava à mesa, aproximou-se dele uma mulher, que trazia um frasco de alabastro com um perfume de alto preço e derramou-lho sobre a cabeça. 8 Ao verem isto, os discípulos ficaram indignados e disseram: «Para quê este desperdício? 9 Podia vender-se por bom preço e dar-se o dinheiro aos pobres.» 10 Jesus apercebeu-se de tudo e disse: «Porque afligis esta mulher? Ela praticou uma boa acção para comigo. 11 Pobres, sempre os tereis convosco; mas a mim nem sempre me tereis. 12 Derramando este perfume sobre o meu corpo, ela preparou a minha sepultura. 13 Em verdade vos digo: Em qualquer parte do mundo onde este Evangelho for anunciado, há-de também narrar-se, em sua memória, o que ela acaba de fazer.»

Judas vende Jesus

14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15 e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. 16 E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

Jesus manda preparar a Última Ceia

 17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» 18 Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’» 19 Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.

Jesus indica o traidor

20 Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze. 21 Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.» 22 Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?» 23 Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará. 24 O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!» 25 Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» - respondeu Jesus.

Instituição da Eucaristia

26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.» 27 Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. 28 Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados. 29 Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai.»

 


Desejo de melhoria e bem comum (cont)

  O carácter é, chamemos-lhe assim, o disco formatado da nossa estrutura humana.

  É o conjunto de capacidades, virtudes, defeitos, desejos, anseios de cada um e a estrutura combinada destes mesmos atributos que nos leva a eleger a prática desta ou aquela acção, a aceitar ou repudiar este ou aquele sentimento.

  É o que os psicólogos chamam:

 Personalidade

   Sabemos que houve a tentativa de separar as duas definições como sendo, o carácter o conjunto que a pessoa tem desde que nasce, ao passo que, a personalidade seria a súmula dos conhecimentos adquiridos ao longo da vida.

  Não se deve concordar com esta articulação, principalmente porque, tal equivaleria dizer que o carácter se atém a uma imutabilidade inicial e, a personalidade, dependeria de uma variação constante, o que, não se pode considerar como possível.

  A personalidade forma-se, de facto, como o carácter, na sucessão de acontecimentos ao longo da vida mas, até um certo ponto, quer dizer, há um momento a partir do qual o carácter (a personalidade) estão definidos e assentes e já não mudam substancialmente na sua estrutura.

Esse momento é aquilo a que chamamos a “idade madura” ([1]) ou seja, quando a pessoa sabe, definitivamente o que quer e o que lhe convém e, também, o que não deve querer nem lhe deve interessar para a sua vida.

 Quando?

  Esse momento surge em cada um em tempo e de forma diferente e, claro dependendo do que recebeu, e quanto recebeu, nos primeiros anos de vida.

Daqui, repete-se, o contributo fundamental dos Pais, em primeiríssimo lugar, os professores e demais formadores depois.

  Mas não frisemos apenas o contributo fundamental, mas a obrigação inalienável, o dever grave, de cada um dos actores mencionados cumprir com rigor o seu papel.

  Quem não recebe esta formação em devido tempo terá muito maior dificuldade em afirmar-se na vida como ser individual e independente, com uma capacidade de opção e liberdade de escolha a que tem direito como qualquer ser humano.

Pode vir a colmatar esta lacuna no futuro, é evidente, mas, voltamos a mencionar, não existindo a formatação inicial, levá-lo-á a vaguear por conta própria por diversos caminhos que, se não o conduzirem a más soluções, pelo menos, o farão perder um tempo precioso porque, sempre, escasso.

  Chegado o momento das opções sérias que podem mudar de forma mais ou menos radical a própria vida, a pessoa deficientemente formada não tem capacidade de eleição e, até talvez, lhe passe despercebido esse chamamento íntimo, que normalmente se denomina como vocação própria.

  O que vou fazer da minha vida?

  Esta a questão fundamental com a qual, mais tarde ou mais cedo, o homem se depara.



[1] ‘Tenho que admitir que o termo maturidade (maturité, maturity reife), aplicado à personalidade é um tópico comum e de ampla circulação, cujo uso coloquial está muito espalhado entre os habitantes das mais diversas comunidades. Mas tenho de advertir que resisti durante muito tempo a empregá-lo – e quando o usei, fi-lo contra a minha vontade e com certa repugnância – devido à sua ambiguidade, indefinição, polisemia e anfibiologia. Compreendo, todavia, que quando alguém me fala de maturidade da personalidade” ou de uma pessoa “madura”, consigo entender, apesar do que acabo de afirmar, o que o meu interlocutor quer significar. Na realidade, o que acontece, na minha opinião, é que não dispomos de uma definição rigorosa e operativa para expressar de forma inconfundível, e de uma vez por todas, o que queremos significar com o termo maturidade.’  aquilino polaino-lorente, MATURIDADE PESSOAL E AMOR CONJUGAL, Factores psicológicos e psicopatlógicos, Quinta Edição, documentos do instituo de ciências para a família.

Reflexão

 

Há uma relação muito precisa entre a capacidade de amar e a capacidade de sofrer. Quem não é capaz de sofrer não é capaz de amar. Se os santos desejaram profundamente o sofrimento, é porque o seu amor por Cristo os levava a padecer com Ele. 

Se nós não desejamos o sofrimento, ou procuramos escapar-Lhe, é porque ainda nos amamos excessivamente. E talvez fosse muito útil examinarmos, de vez em quando, o estado do nosso amor à Cruz, para podermos apreciar o grau de amor de Deus encerrado nas nossas almas.

 

(Federico Suarez, A Virgem Nossa Senhora, Éfeso, 4ª Ed. nr. 274)

FILOSOFIA E RELIGIÃO

 

MATRIMÓNIO

A verdade é que o casamento, como instituição natural, tem, por Vontade do Criador, como fim primeiro e fundamental, não o aperfeiçoamento pessoal dos esposos, mas a procriação e educação dos filhos (...). Aos esposos que usam o matrimónio, como acto específico do seu estado, impõem a natureza e o Criador a função de prover á conservação do género humano.

 

Pio XII, alocução ás parteiras, Roma, Outubro 1951

Pequena agenda do cristão

 


SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: